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Fluminense tenta consertar rumo na temporada e 'pagar dívida' com Diniz

Paulo Angioni, diretor de futebol do Fluminense, Fernando Diniz e Mário Bittencourt, presidente do Fluminense - Marcelo Gonçalves / Fluminense
Paulo Angioni, diretor de futebol do Fluminense, Fernando Diniz e Mário Bittencourt, presidente do Fluminense Imagem: Marcelo Gonçalves / Fluminense

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

03/05/2022 04h00

Fernando Diniz iniciou, ontem (2), a nova trajetória no Fluminense. A chegada do novo treinador é uma tentativa de fazer o time mudar o rumo na temporada e tem um quê de "pagamento de dívida" da gestão com o comandante, que esteve à frente do time em boa parte de 2019.

O técnico chega com a missão de ser o substituto de Abel Braga, que foi campeão do Campeonato Carioca e deixou o cargo na última quinta-feira, em meio a uma má fase do time e às críticas da torcida. Durante a coletiva de apresentação, inclusive, Diniz elogiou o trabalho do antecessor.

O primeiro desafio que o técnico terá nas Laranjeiras é fazer com que, com as peças disponíveis —uma vez que o mercado está fechado—, a equipe volte a apresentar um futebol melhor. Após o Estadual, o desempenho caiu vertiginosamente, algo admitido pelo próprio Abel na despedida.

"Eu vejo que o Fluminense montou um time que tem bastante a minha cara. Tem pelo menos sete jogadores nesse elenco que eu tentei levar, mas o Fluminense conseguiu contratar os jogadores. Acho um elenco muito bem montado, extremamente qualificado. Vou procurar tirar o melhor de cada jogador e a gente conseguir ter sucesso junto", disse Diniz.

Fernando Diniz conversa com elenco do Fluminense no primeiro dia de trabalho no retorno - Marcelo Gonçalves / Fluminense - Marcelo Gonçalves / Fluminense
Imagem: Marcelo Gonçalves / Fluminense

O regresso de Diniz às Laranjeiras também lembra uma espécie de déficit, se é que assim se pode dizer, que o presidente Mário Bittencourt sentia ter com o treinador. Diniz foi contratado na gestão de Pedro Abad, mas o atual presidente assumiu em junho de 2019 — após vencer eleição que foi antecipada.

O pleito aconteceu em 8 de junho e, no dia seguinte, o Fluminense encarou o rival Flamengo pelo Brasileiro daquele ano. A convite da diretoria vigente, Bittencourt acompanhou a delegação tricolor naquela partida e assistiu à preleção de Diniz, algo que lhe chamou a atenção positivamente.

Ali começou uma relação que durou mesmo após a saída do treinador, que aconteceu em agosto e dividiu opiniões no departamento de futebol. Internamente, Bittencourt e o diretor de futebol Paulo Angioni se mostravam contrários, mas Celso Barros, então vice de futebol e homem forte da pasta, era favorável. Pouco depois, desta vez tendo o auxiliar Marcão como pivô do debate, Celso acabou afastado da função e também da diretoria.

Do adeus ao retorno, foram quase três anos e, neste período, Diniz e o presidente do Tricolor mantiveram contato constante. Nesta nova passagem, o comandante é objetivo sobre o que deve ser diferente: a equipe tem de vencer mais jogos.

"A negociação foi extremamente rápida, era um desejo mútuo. A relação é bastante especial com ele [Mario Bittencourt] e Angioni, que me conhece desde garoto. Com o Mário é uma relação com uma profundidade significativa, especial. Desde que eu saí a gente se falou, gostamos um do outro. Mas é algo a mais, o trabalho que ele está fazendo é excelente. Sei o Fluminense que era e o que tem hoje. O que pesa é que precisamos ganhar jogos. Fazer o trabalho, pode ser o melhor do mundo, mas não garante ganhar. O Fluminense conseguiu recursos para se virar nos campeonatos, esteve nas duas últimas Libertadores e é um dos melhores trabalhos do Brasil em termos de gestão", afirmou o novo treinador.

No meio do ano passado, em entrevista ao "ge", ele citou o adeus como um arrependimento que tinha nestes anos de administração.

"Eu não teria demitido o Fernando Diniz naquele momento. É duro dizer isso porque depois veio um treinador que deu mais resultado, que foi o Odair. Mas naquele momento eu não tiraria o Fernando. Acho que o time jogava bem, e a gente ia conseguir sair [da zona de rebaixamento] com o Fernando. Mas o comando do futebol não estava na minha mão, faltava estabilidade, ambiente estava muito instável, eu acabei cedendo. Hoje eu faria diferente. Ou se ele tivesse saído eu teria efetivado o Marcão diretamente", disse, à época.

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