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São Paulo tem desafio e muda peças para evitar 'Calleri dependência'

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

03/05/2022 04h00

O 13º gol de Jonathan Calleri na temporada ajudou o São Paulo a vencer o Santos, no Morumbi, por 2 a 1, pela quarta rodada do Brasileirão. Mas depender apenas do atacante argentino para conseguir balançar as redes é algo que a comissão técnica de Rogério Ceni vem quebrando a cabeça para mudar.

Os números deixam claro a dependência de Calleri. Enquanto o argentino tem 13 gols na temporada, os próximos da lista, Luciano e Reinaldo, aparecem apenas com quatro cada. Mesmo quando não é o camisa 9 que marca, o jeito que o gol é construído é parecido: mais da metade dos gols do Tricolor neste ano surgem de cruzamentos em direção à área.

O estilo de jogo, muito forte no Morumbi, com oito vitórias consecutivas, se mostrou pouco efeito longe de casa. Na final do Paulistão, contra o Palmeiras, e na segunda rodada do Brasileirão, diante do Flamengo, o São Paulo sofreu para conseguir variar o repertório e saiu de campo com duas derrotas difíceis de digerir.

Em entrevista depois da vitória sobre o Santos, o auxiliar Charles Hembert, que substituiu o suspenso Rogério Ceni, afirmou que encontrar variações de jogo é um dos objetivos atuais do São Paulo. Para isso, a comissão técnica tem apostado mais na escalação de jogadores com características de atuarem mais com a bola nos pés, como Nikão e Patrick, que foi titular ontem (2).

"A gente está tentando deixar o time um pouco mais físico, com jogadores que tenham mais controle de bola, como Nikão, como Patrick. Depois de alguns jogos, como a final do Paulistão, o começo do Brasileiro, tentamos deixar o time um pouquinho mais prendendo a bola. O Patrick faz parte dessa dinâmica para tentar sempre melhorar o time", explicou o auxiliar.

"Tentamos com jogadores como Eder, Nikão ter mais tabelas, ter um time mais técnico pelo meio para tentar puxadas com Igor Gomes, com Nestor. Tentamos sempre diversificar as maneiras de fazer o gol para ser um time sempre menos previsível possível e ter mais atributos a nosso favor", prosseguiu Hembert.

Por mais que o desejo seja de criar alternativas, o São Paulo não pretende abrir mão de sua jogada mais efetiva. Para o clássico contra o Santos, Charles Hembert afirmou que a comissão técnica definiu com os jogadores uma estratégia para que os cruzamentos chegassem de maneira que ajudasse a Calleri.

"A nossa principal orientação em relação a isso era para que os cruzamentos não caíssem no Maicon, porque o Maicon é um ótimo cabeceador, que cabeceia melhor que o Velázquez. E o Patrick teve a qualidade para efetuar esse cruzamento por cima do Maicon, que caiu para o Calleri, para ele fazer o gol."

O São Paulo volta a campo na quinta-feira (5), no Chile, quando enfrentará o Everton, pela quarta rodada da Copa Sul-Americana. A tendência é que Rogério Ceni, de volta ao banco de reservas, mantenha o rodízio e escale um time alternativo para o duelo. Com 100% de aproveitamento no torneio continental, o Tricolor lidera o Grupo D com nove pontos.

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