2022 de Veiga no Palmeiras já aponta a tendência de melhor ano na carreira
A mudança de status de Raphael Veiga começou em 2020. Mas é em 2022 que o meia consolida de vez seu nome entre os maiores jogadores do Palmeiras no século.
Os seis gols neste ano que o fizeram chegar a 14 no total e o transformaram no maior artilheiro do Alviverde na história da Copa Libertadores são apenas mais uma chancela. E, embora ainda estejamos no começo de maio, a tendência é que o jogador termine a temporada com os melhores números de sua carreira em um ano.
Na vitória contra o Independiente Petrolero (BOL), Veiga foi às redes três vezes e anotou o primeiro hat-trick de sua carreira. O meia, que já foi artilheiro do Palmeiras em 2021, com 20 gols, caminha para repetir o feito na atual temporada. No ano passado, ele ainda deu sete assistências e, com 27, se transformou no segundo jogador alviverde com mais participações diretas em gols —Scarpa somou 30.
Embora expressiva, a marca de Veiga na temporada passada tende a ser atropelada neste ano. Com menos de quatro meses, o camisa 23 já tem 14 gols e seis assistências, perfazendo 20 participações em gols.
Uma conta rápida aponta para ele uma média de 0,86 participação em gol por jogo disputado até o momento. Considerando que o Palmeiras tem mais 34 jogos assegurados no Brasileirão, quatro na Libertadores e ao menos um na Copa do Brasil, não é difícil prever que o número vai ser superado.
É claro que a maior parte dos adversários futuros não vai oferecer as mesmas facilidades que Táchira (VEN), Independiente Petrolero (BOL) e Emelec (EQU) deram ao Palmeiras. Mas ainda que o ritmo de participações em gols de Veiga caia pela metade, ele vai superar com tranquilidade, tanto os seus quanto os números de Scarpa em 2021.
Além da frieza dos números, Veiga tem momentos muito marcantes neste ano. No Mundial de Clubes de 2021, jogado em fevereiro deste ano, fez dois gols em dois jogos, inclusive batendo pênalti para empatar a final, diante do goleiro Édouard Mendy, do Chelsea (ENG), considerado o melhor do mundo na posição.
Na final do Paulista, contra o São Paulo, fez o gol que recolocou o Palmeiras na disputa na derrota por 3 a 1 do jogo de ida, e ainda anotou dois na goleada por 4 a 0 que garantiu o título ao Verdão.
Passagem no clube começa com decepção
Veiga chegou ao Palmeiras em 2017, em busca de um espaço no time que conquistara o Campeonato Brasileiro com méritos na temporada anterior. Embora tenha balançado a rede em sua estreia, em amistoso contra a Chapecoense, logo se viu cortado por Eduardo Baptista da lista de inscritos do Paulistão. Em seu lugar, o técnico inscreveu o garoto Vitinho, da base, que, como Veiga, fez um gol no amistoso.
"Naquela hora, o que senti é que eu não servia para ajudar. É ruim demais essa sensação de que você não serve. Eu poderia ter causado problema, me revoltado. Mas preferi treinar, me aperfeiçoar. O que mais eu poderia fazer?", falou ele ao UOL Esporte em entrevista de agosto do ano passado. E 2017 não foi mesmo o ano de Veiga, que acabou emprestado ao fim da temporada para o Athletico-PR.
Foi jogando pelo Furacão, em 2018, que Raphael convenceu o Palmeiras de que merecia uma nova chance. Campeão da Copa do Brasil de 2018 com o time curitibano, ele foi chamado de volta ao Palmeiras que recém havia sido campeão brasileiro. Em 2019, com Felipão, ele ainda oscila um pouco no Palmeiras. Mas 2020, enfim, "revelaria" o tamanho de jogador que Veiga de fato era.
"O que mudou foi confiança e sequência. Começou com o Cebola [Andrey Lopes, interino após a saída de Vanderlei Luxemburgo] e cresceu com o Abel", disse ele. "Quem é que não desempenha sua função melhor, quando está confiante e feliz? Eu sempre soube do que era capaz, sabia que uma hora ia ter a chance de conseguir demonstrar. Por isso, trabalhei muito", disse.
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