Por que Atlético e Cruzeiro perderam prioridade no Mineirão para shows

Os próximos quatro jogos da dupla Atlético-MG e Cruzeiro em Belo Horizonte não serão no Mineirão, mas sim na Arena Independência. Como o maior estádio de Minas Gerais vai receber shows, Galo e Raposa tiveram de recorrer ao América-MG e alugaram o Horto. Entre os motivos que fazem a administração do Gigante da Pampulha priorizar eventos musicais em vez do futebol está a falta de um contrato anual.

Nenhum dos gigantes da capital tem acordo de longa duração com a Minas Arena, que faz a gestão do complexo.

No caso do Atlético, a opção é por fechar jogo a jogo ou então pacotes que incluem algumas partidas. Como está para inaugurar um novo estádio, o que deve acontecer em maio do ano que vem, a diretoria do Galo entende que é mais vantajoso fazer negociações curtas com o Mineirão. Como não tem acordo anual, o Alvinegro perde a preferência por datas. Por essa razão, os jogos com América-MG e Atlético-GO, pelo Brasileirão, serão na Arena Independência.

Ao contrário do Atlético, o Cruzeiro já teve contrato longo com o Mineirão. Era uma parceria que dava preferências e vantagens ao clube celeste, mas que foi rompido por falta de pagamentos. O quadro atual envolve a questão financeira mais uma vez. Proprietário de 90% da SAF cruzeirense, Ronaldo Nazário já manifestou contra o custo elevado para jogar no estádio.

"Nosso problema é não ter um estádio. Se tivéssemos um estádio, o preço dos ingressos e o custo de operação seriam outros. Mas, por enquanto, estamos na mão do Mineirão, que está longe de ser uma operação barata", disse o Fenômeno.

Por causa do custo para abrir o Mineirão, o Cruzeiro levou os jogos com Uberlândia e Villa Nova, pelo Mineiro, para o Independência. Mas por outro lado, no Gigante da Pampulha, o potencial de arrecadação é muito maior, já que é um estádio quase três vezes maior que o Horto. Fato que faz a diretoria cruzeirense lamentar bastante não enfrentar o Grêmio no Mineirão. No confronto que pode valer a liderança da Série B, a Raposa tinha expectativa de fazer mais de R$ 1 milhão de renda.

Além do duelo com o Tricolor gaúcho, o Cruzeiro também vai enfrentar o Remo fora do Mineirão. A partida de volta pela terceira fase da Copa do Brasil será disputada na Arena Independência.

Demanda reprimida

Outro efeito que interfere nas presenças de Atlético e Cruzeiro no Mineirão é uma demanda reprimida por dois anos de pandemia de covid-19. A quantidade de eventos no estádio voltou a crescer, depois de vários meses com o funcionamento parcial. Tem show que estava programado para 2020, mas só será realizado em 2022, por exemplo. Sem ter um contrato anual com os clubes, a administração do Mineirão não tem como reservas datas para o futebol.

Neste fim de semana e no próximo o estádio receberá festivais de música sertaneja, enquanto que no dia 12 será vez da banda de metal Mettalica.

Como a agenda de eventos no estádio já está cheia até dezembro, é bem possível que Galo e Raposa sejam afetados em outras oportunidades na sequência da temporada.