Da lanterna à fase final: 'La Jardineta' elimina time mais caro do México
Continua rendendo bons frutos o trabalho do brasileiro André Jardine no México, onde comanda o Atlético de San Luis. Ontem (7), a equipe venceu o Monterrey por 3 a 1 nos pênaltis [depois de um empate em 2 a 2 no tempo normal] e avançou pela primeira vez em sua história para a fase final do Clausura, o segundo turno do Campeonato Mexicano.
Treinador campeão olímpico com a seleção masculina de futebol há nove meses, Jardine pediu demissão da CBF em fevereiro para assumir o San Luis. Naquele momento, o time era último colocado da tabela de classificação. Após 14 jogos, com seis vitórias, três empates e cinco derrotas, saltou da lanterna para a chance de título.
O adversário nas quartas de final ainda é desconhecido. É certo que será um dos quatro melhores times da primeira fase do Clausura, Pachuca, Tigres, Puebla ou Atlas. O San Luis avançou para a repescagem como décimo colocado e foi azarão diante do Monterrey, que além de ter passado em oitavo, ainda é o time mais rico do México em valor de mercado total, segundo estudos recentes.
O Atlético de San Luis não é um time acostumado a grandes feitos. Fundado em 2013, subiu para a elite do México na temporada 2019/2020 e nunca tinha conseguido somar tantos pontos num turno de liga - Apertura ou Clausura. Os 23 sob o comando de Jardine traduzem a melhor campanha da história nestas três temporadas, ainda mais somados à classificação inédita para a fase final, conhecida como "Liguilla". Dos oito times desta fase é que sai o campeão.
A classificação para a Liguilla, aliás, foi emocionante. O Monterrey saiu na frente aos 18 minutos do primeiro tempo e o Atlético San Luis virou rápido, com dois gols no intervalo de seis minutos. O empate dos donos da casa saiu só nos acréscimos da etapa complementar, o que incendiou a torcida. Mas não tirou o San Luis do jogo, vencido nos pênaltis.
Por tudo isso, Jardine se tornou um treinador querido pela torcida mexicana. Seu time ganhou o apelido de "La Jardineta", como mostrou o UOL Esporte.
Jardine foi para o México junto com o auxiliar Gustavo Leal e o analista de desempenho Eduardo Bressane, também campeões olímpicos, além do preparador físico Kako Perez, ex-São Paulo. O contrato é de dois anos e meio. Foi Leal, aliás, quem dirigiu o San Luis na beira do campo no jogo de ontem, porque o treinador cumpria suspensão.
No Brasil, Jardine é multicampeão nas categorias de base, mas como técnico de times profissionais teve experiência só no São Paulo durante 15 jogos em 2019. Depois das Olimpíadas, ele foi procurado pelo Bahia, mas as negociações não evoluíram. Quando partiu para o futebol mexicano, foi substituído pelo ex-meia Ramon Menezes na seleção sub-20.
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