Vitória dá fôlego ao Vasco na tabela, mas torcida ainda pressiona
A vitória pelo placar mínimo diante do CSA, na noite de ontem (7), até levou o Vasco ao quinto lugar da Série B, com os mesmos dez pontos de Cruzeiro e Grêmio, que ocupam o G4. Porém, o desempenho apresentado pelo Gigante da Colina ainda não convenceu os torcedores, que, em São Januário, vaiaram Zé Ricardo e atletas cruz-maltinos.
Apesar do respaldo do elenco e da diretoria, o treinador continua sob pressão da torcida, que engrossou o coro e as críticas, inclusive com ofensas, já ao fim da etapa inicial.
A falta de criatividade no setor ofensivo, somada a uma invencibilidade 'enganosa' na Segundona, uma vez que o time soma quatro empates e dois triunfos, mostram o sentido da insatisfação dos vascaínos.
Isso tudo, é claro, ganha força em uma competição ainda mais acirrada nos últimos anos, com a presença de mais três grandes clubes do país nessa temporada, além de outros dois campeões nacionais.
Diante desse cenário, a atuação frente ao CSA não foi diferente. Pelo menos até os 20 minutos da etapa final, a falta de criatividade era aparente: os donos da casa levaram algum perigo ao goleiro Marcelo Carné em apenas duas oportunidades, e ambas por bola parada. Com ela no chão, porém, o time penou para encontrar espaços na defesa adversária.
Somente após as saídas de Nenê e Getúlio, também criticados pelos torcedores, o time melhorou e passou a pressionar. Os substitutos Palacios e Figueiredo movimentaram o jogo, e, em menos de 30 minutos, o time de Zé Ricardo gerou mais chances que no restante da partida, chegando ao gol em um lance de oportunismo de Gabriel Pec, ao aproveitar um rebote na grande área.
À parte da atuação ruim, Zé Ricardo elogiou a perseverança e resiliência dos jogadores, palavras que, segundo ele, representam o grupo. "Queríamos muito essa vitória. Estudamos muito o adversário, sabíamos que precisávamos com boa estratégia, se doando ao máximo. A vibração de todos nós foi por perseverar, sermos resilientes", disse ele, ao iniciar a entrevista coletiva.
Se somada à campanha do ano passado na Segundona, a trajetória do Vasco está marcada por não ter figurado ainda no G4 da competição — nesse momento, o clube é o quinto colocado. Para o técnico, que optou por não avaliar a temporada anterior, isso pouco importa no início do campeonato: o importante é estar entre os quatro quando a competição acabar.
"O que marca uma Série B é aprender dentro do processo. Não podemos querer subir na terceira ou quarta rodada. A pressão [da torcida] nós entendemos, é um clube imenso, gigante. O fato de estarmos invictos também não quer dizer nada, mas o mais importante é estar próximo dos quatro primeiros", ponderou.
Vitória oferece fôlego
Se time e técnico começaram a partida pressionados pelo desempenho e por ocupar o meio da tabela, subir ao quinto lugar com os três pontos oferece ao Cruz-Maltino um ambiente de calmaria, ainda que temporária.
Isso porque o próximo adversário, no próximo domingo (15), será o Bahia, líder da Série B.
Na coletiva, Zé Ricardo reconheceu o fôlego ganho na noite de ontem (7), e afirmou que a vitória "só serve para ganhar confiança e um pouco de tranquilidade, voltar para trabalhar na semana que vem e pegar uma equipe dificílima".
Outro destaque do treinador foi a melhora no emocional do elenco vascaíno, sobretudo entre os jogadores mais jovens.
"Os meninos ficaram na estratégia o tempo todo. Voltamos compactados à segunda etapa, não adiantava marcar de qualquer maneira. Acertamos isso, buscamos equilíbrio. E, no nosso momento bom, quando já merecíamos o gol, soubemos aproveitar a oportunidade", afirmou.
Sequência em casa pode selar as pazes com a torcida
Para se manter entre os primeiros colocados, o Vasco deu um importante passo ao vencer o CSA, no primeiro de uma sequência com quatro partidas em casa entre cinco jogos.
O apoio da torcida, que levou mais de 16 mil pessoas a São Januário, pode ajudar o elenco a permanecer no topo da tabela.
Nas próximas rodadas, a equipe de Zé Ricardo terá Bahia, Brusque e Grêmio em São Januário, e somente o Guarani fora de casa.
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