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Pai de Haaland encerrou a carreira no City após vingança de rival

Alf Inge Haaland jogou no Manchester City 2000 e 2003 - Matthew Ashton - EMPICS/PA Images via Getty Images
Alf Inge Haaland jogou no Manchester City 2000 e 2003 Imagem: Matthew Ashton - EMPICS/PA Images via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

09/05/2022 13h35

Muito perto de fechar com o Manchester City, Erling Haaland estará cruzando os caminhos de seu pai, se o negócio se concretizar, já que foi justamente no clube inglês que Alf Inge Haaland se aposentou, em 2003, quando tinha 30 anos. A trajetória de Alf Inge Haaland no City durou quatro anos e terminou precocemente por causa de uma lesão causada por vingança de Roy Keane.

O ex-volante começou a carreira no Bryne FK, na Noruega. Em 1993, ele foi contratado pelo Nottingham Forest, da Inglaterra, clube pelo qual atuou em 75 jogos e sete gols. Depois de quatro anos, Alf migrou para o Leeds e chegou a ser semifinalista da Copa da Uefa em 1999/2000, caindo para o Galatasaray, que foi o campeão daquela temporada.

Foi também pelo Leeds, que o ex-volante participou de um jogo que mudou sua história no futebol para sempre. Ele estava em campo em 27 de setembro de 1997, durante uma partida contra o Manchester United. Em uma dividida com o norueguês, Roy Keane se machucou e rompeu o ligamento de um dos joelhos. Haaland ainda foi para cima do rival acusando-o de simular a dor para ganhar o pênalti. Mas a lesão foi verdadeira, e Keane, que ficou quase um ano sem jogar, prometeu se vingar.

Em 2000, Halaand foi contratado pelo Manchester City. Ao todo, foram três temporadas, período em que fez 33 jogos e marcou três gols. Em sua passagem pelo City, o norueguês voltou a encontrar Keane.

Em posições opostas na Premier League de 2001, Manchester United e Manchester City se enfrentaram pela 34ª rodada, em Old Trafford, em 21 de abril. Enquanto os Red Devils brigavam pelo título, os Citzens tentavam evitar o rebaixamento.

Com a partida empatada em 1 a 1, Keane cumpriu sua promessa de vingança. Em uma entrada violenta, acertou o joelho do rival. Foi expulso, ficou suspenso por três partidas e foi multado em 5 mil libras (o equivalente a R$ 31,6 mil, na cotação atual). Mais tarde, admitiu que a entrada violenta se tratava de uma vingança pessoal.

"Havia esperado muito tempo por isso. A bola estava lá e eu poderia disputá-la, mas fui em cima dele. 'Tome, seu idiota, e nunca mais diga que estou mentindo'. Era para que ele nunca mais falasse que eu fingia lesões. Não me arrependi, nem depois do jogo. Mandei tudo à merda. O que vai, volta. Minha atitude foi olho por olho", escreveu Keane em sua biografia, publicada em 2002.

Ao admitir suas motivações pessoais, ele ainda recebeu mais cinco partidas de gancho e uma nova multa, desta vez de 150 mil libras (cerca de R$ 948 mil, na cotação atual).

"Engraçado, ele [Keane] nunca me olhou nos olhos desde 1997. Sempre tinham faltas mais duras em jogos assim, mas aquela foi acima do tom. Fico agradecido que minha perna estava fora do chão, senão ele teria feito um estrago e tanto", disse Haaland na época.

21.04.22 - Roy Keane (careca) ainda foi tirar satisfações com Alf Inge Haaland após entrada violenta -  Gary M Prior/Allsport/Getty Images -  Gary M Prior/Allsport/Getty Images
21.04.22 - Roy Keane (careca) ainda foi tirar satisfações com Alf Inge Haaland (caído no gramado) após entrada violenta
Imagem: Gary M Prior/Allsport/Getty Images

O United foi campeão naquela temporada, enquanto o City acabou rebaixado. Embora a lesão tenha sido grave, Haaland pai ainda terminou a partida, jogou pela seleção da Noruega quatro dias mais depois e também pelo Citzens. Mas nunca mais conseguiu completar os 90 minutos em campo. O ex-volante ainda foi submetido a três cirurgias no joelho em dois anos, sem sucesso.

Ele anunciou a aposentadoria em agosto de 2003. "Tive uma grande carreira e isso é algo que não se pode mudar. Joguei 10 anos sem uma contusão e me considero um privilegiado por ter o futebol como profissão", disse na ocasião.

"O joelho ainda dói, isso nunca vai passar. Só tenho que aceitar. Se aquela entrada terminou minha carreira? Bem, eu nunca mais joguei uma partida inteira, não é? Parece uma grande coincidência, não acha? Talvez ele [Keane] tenha algo a ver com isso", afirmou o norueguês.

Agora, quase 19 anos depois da aposentadoria do pai, Haaland está perto de vestir a camisa do mesmo time que tanto faz parte da história de sua família.