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Confiança e melhora coletiva: o bom momento de Cássio no Corinthians

Cássio após pegar pênalti batido por Teo Gutierrez, na partida entre Deportivo Cali-COL e Corinthians - Staff Images / CONMEBOL
Cássio após pegar pênalti batido por Teo Gutierrez, na partida entre Deportivo Cali-COL e Corinthians Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

10/05/2022 04h00

Cássio está em alta no Corinthians. Em contagem regressiva para ultrapassar Ronaldo Giovanelli e se tornar o goleiro com mais jogos na história do clube do Parque São Jorge (restam 18 partidas para bater a marca), o capitão do Alvinegro chegou ao seu sexto duelo seguido sem sofrer gols no Timão. O camisa 12 recuperou o protagonismo de outrora e voltou a ser elogiado até mesmo pelos mais ferrenhos críticos de seu futebol. A melhora tem relação com o resgate da confiança e também com o crescimento do sistema defensivo como um todo sob o comando de Vítor Pereira.

Os números recentes de Cássio são expressivos. São seis jogos sem sofrer gols, defendeu um pênalti que determinou o resultado diante do Deportivo Cali, pela Copa Libertadores, e está a apenas um jogo de igualar sua melhor série no Corinthians sem buscar uma bola adversária dentro da rede. A partida que pode determinar a marca positiva acontece amanhã (11), contra a Portuguesa-RJ, na Neo Química Arena.

Segundo apurou a reportagem com pessoas próximas ao goleiro, a chegada de Vítor Pereira ao CT Joaquim Grava não alterou os treinamentos de Cássio no Corinthians. Isto porque, embora tenha trazido contigo cinco profissionais para a comissão técnica, o português manteve o preparador de goleiros Marcelo Carpes, que trabalha no Timão desde a passagem de Tiago Nunes pelo clube, iniciada em janeiro de 2019.

Diariamente, Carpes estimula todos os goleiros do Corinthians a trabalharem a habilidade com os pés e o jogo posicional aparecendo como uma opção de passe aos jogadores de linha. A mudança tática de Cássio com Vítor Pereira tem a ver com um posicionamento mais adiantado nas partidas em que o Alvinegro pressiona o adversário em seu campo de defesa. Nessas ocasiões, o camisa 12 é orientado a subir e dar apoio aos zagueiros, caso necessário.

Outro fator que afeta na melhora de Cássio é a evolução do sistema defensivo como um todo. Mesmo com o rodízio do elenco e a mudança das peças da linha de zaga em praticamente todas as partidas no apertado calendário do futebol brasileiro, o Corinthians tem cada vez mais bloqueado os avanços adversários e inibido os chutes a gol.

Levando em consideração a série invicta de Cássio, a equipe sofre 3,66 chutes em direção ao gol por partida, portanto, desconsiderando as finalizações bloqueadas ou direcionadas para fora. Em teoria, esse é o número de defesas que o goleiro precisa fazer para evitar ser vazado.

Antes da série, porém já com Vítor Pereira no banco de reservas, essa mesma estatística era de 5,16 chutes por jogo disputado. A título de comparação, apenas no clássico com o Palmeiras, no Allianz Parque, ainda pela fase de grupos do Campeonato Paulista, o Corinthians recebeu 9 finalizações do rival em direção ao gol defendido de Cássio, ou seja, permitindo muito mais trabalho para o camisa 12.

Ameaças abalaram

Em que pese a evolução coletiva do Corinthians e a melhora individual de Cássio, o capitão do Alvinegro recentemente passou por uma situação que o abalou emocionalmente. No dia 7 de abril, na manhã seguinte à derrota para o Always Ready, da Bolívia, pela Copa Libertadores, o goleiro, seus familiares, outros atletas do elenco e até mesmo o presidente Duilio Monteiro Alves receberam ameaças pela internet.

O Corinthians e os atletas registraram a ocorrência, receberam o amparo da Polícia Civil nas investigações, porém o ocorrido mexeu com Cássio — sobretudo porque sua esposa manifestou o interesse de deixar a capital paulista. O ídolo da Fiel se posicionou nas redes sociais expondo seu descontentamento, porém jamais cogitou deixar o clube.

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