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OPINIÃO

Vitor Guedes: Nada personifica mais o jeito de ser da CBF que o Jorge Jesus

Do UOL, em São Paulo

10/05/2022 12h50

Jorge Jesus declarou em entrevista gravada para o programa "Bem, Amigos", do Sportv, que aceitaria treinar a seleção brasileira caso fosse chamado. O problema é que a repercussão das declarações dele para Renato Maurício Prado na última semana causou rejeição ao treinador português até por uma parte dos torcedores do Flamengo, clube no qual foi idolatrado pelas conquistas de 2019.

No UOL News Esporte, Vitor Guedes afirma que Jorge Jesus personifica com suas ações recentes algo em comum com a CBF, mas não acredita que ele venha a ser o treinador da seleção brasileira após Tite encerrar seu ciclo na Copa do Mundo, acreditando que a perda da popularidade possa ser um fator decisivo.

"Eu acho o Jesus o homem ideal para a CBF, nada personifica mais o jeito brasileiro que o português Jorge Jesus, o jeito Marin de ser, o jeito Ricardo Teixeira de ser, o jeito CBF de ser que o Jorge Jesus. Mas desde que eu acompanho futebol, nenhuma escolha da CBF foi técnica, todas elas foram por simulacro, por imagem, o Falcão nunca foi técnico e virou na seleção, o Dunga nunca foi técnico, virou na seleção e fez um péssimo trabalho, voltou", diz Vitão.

"Por isso eu acho que não vai ser o Jesus, por esse critério só, porque o Jesus era uma unanimidade nacional e hoje ele tem parte da torcida do Flamengo a seu favor, não sei dizer se é a maioria, acho até que não, mas é uma sensação de quem está longe. No Flamengo se isso se divide, ele não tem apoio popular para assumir e como as escolhas são muito mais feitas do que a torcida vai gostar do que por critério. Acho que o Jorge Jesus não será o técnico da seleção no pós-Tite", completa.

Rodrigo Mattos também acredita que Jorge Jesus se queimou com as declarações que deu e por isso acabou minando a chance que teria de assumir o comando da seleção brasileira.

"Pode se dizer que ele queimou bastante no Brasil, imagine o clima para ele voltar aqui depois de todo o escarcéu que ele armou aqui, eu acho que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, vai levar isso em consideração quando tiver que fazer a substituição. Pode ser que considere uma questão menor, passa oito ou nove meses o futebol perdoa, um exemplo é o Mancini no América-MG, mas hoje pode se dizer que ele está com o filme muito queimado", diz Mattos.

"Ele fez uma aposta errada. Tem dois, um que ele tentou forçar a volta ao Flamengo e outro que ele quis criar confusão mesmo, sabendo que não iria voltar que é um raciocínio plausível, achou que o Marcos Braz e o Spindel criaram confusão para ele lá em Portugal e estava dando o troco aqui, causou uma confusão e voltou a Portugal e disse que não volta ao Brasil. Só que eu acho que o tiro saiu pela culatra porque ele se queimou no mercado inteiro brasileiro, inclusive na seleção que eu acho que ele tinha intenção", conclui.