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Grêmio e Ferreira travam batalha de versões em novo capítulo de atrito

Meia-atacante Ferreira não atua há quatro partidas e vai passar por cirurgia  - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Meia-atacante Ferreira não atua há quatro partidas e vai passar por cirurgia Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

11/05/2022 04h00

É um novo capítulo, mas parece com as páginas recentes da história entre Grêmio e Ferreira. O diagnóstico de que o meia-atacante precisa de cirurgia vem envolto em uma batalha de versões nos bastidores — com direito a tratamento com células-tronco, série de exames, bronca com entrevistas e previsão de retorno. O clima, no fim, é quase o mesmo vivido pela diretoria gremista e o estafe do jogador em outros dois momentos: a renovação contratual e a quase ida à MLS (Major League Soccer).

Ferreira não atua pelo Grêmio desde 15 de abril, na derrota para a Chapecoense, pela segunda rodada da Série B. Na temporada, são oito partidas disputadas e nenhum gol marcado.

Os capítulos das idas e vindas entre Ferreira e Grêmio acontecem uma vez por ano. Em 2020, houve atrito pela renovação. No ano passado, pelo interesse do Atlanta United, dos Estados Unidos, e agora em virtude de problema muscular.

O fato é que Ferreira vai ser submetido, nos próximos dias, a cirurgia para retirada de hérnia inguinal. Com o procedimento cirúrgico, o camisa 10 deve ficar de fora dos treinos por mais um mês. Ainda não há previsão oficial de retorno do jogador às partidas do time.

Para entender a história é preciso voltar a 20 de abril, dia em que Ferreira relatou dores e foi sacado do treinamento. O Grêmio afirma que realizou exames, à época, e não detectou lesão muscular. O estafe do meia-atacante contesta dizendo que houve parecer médico apontando problema muscular.

Com dores e sem conseguir treinar, Ferreira procurou o Grêmio e afirmou que tinha interesse em realizar tratamento particular com células-tronco. Os médicos gremistas afirmaram que a terapia é liberada no Brasil em caráter experimental e não recomendaram a alternativa. O estafe do jogador e o próprio camisa 10 afirmaram que tinham histórico clínico de boa recuperação e decidiram encarar sessões.

Grêmio e Ferreira mantiveram contato sobre o tratamento paralelo, que teve uma sessão realizada em Porto Alegre, em 26 de abril. O jogador, contudo, não apresentou melhora significativa e continuou fora de treinamentos e de quatro partidas — a quinta será diante do Ituano, na próxima segunda-feira (16).

A versão de Ferreira é que o jogador teve lesão mais grave do que o diagnosticado pelo Grêmio, em fevereiro. E as dores recentes são consequência do problema inicial. O clube alega que não. O caso deságua nos episódios desta semana. Ferreira apresentou laudo médico ao Grêmio atestando a hérnia inguinal. O exame foi realizado em Porto Alegre, na segunda-feira (9). O clube realizou três exames anteriormente e não diagnosticou problema semelhante. A nota oficial gremista chega, inclusive, a mencionar o histórico de testes clínicos do jogador.

Relembre outros impasses

Em 2020, o Grêmio chegou a afastar Ferreira do elenco principal durante imbróglio sobre a renovação contratual. O atleta, em resposta, entrou com ação na Justiça pedindo rompimento de vínculo sob argumento de que foi coagido.

No ano passado, o Atlanta United demonstrou interesse e indicou que depositaria o valor da multa rescisória para contratar Ferreira. O Grêmio foi informado do caso, mas não recebeu a quantia prevista em contrato. O impasse fez o técnico Felipão revelar, em entrevista coletiva, que o atleta se ausentou de treinamentos no CT.

Em meio aos impasses, Ferreira se tornou titular do Grêmio. E um dos artilheiros da equipe. No início de 2022, ele renovou vínculo até dezembro de 2024 e ganhou a camisa 10 como símbolo de uma nova era na relação com o clube e do status dentro do elenco.

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