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Jorginho diz que Ganso merecia Copa-2010 mais que Neymar: 'Era realidade'

 O técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Dunga (d), e o auxiliar-técnico Jorginho, durante a Copa do Mundo 2010 - Wilton Júnior/Estadão Conteúdo
O técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Dunga (d), e o auxiliar-técnico Jorginho, durante a Copa do Mundo 2010 Imagem: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/05/2022 10h23

No primeiro semestre de 2010, o Santos de Neymar e Ganso encantou o país com um bom futebol e títulos: o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. Assim, às vésperas da Copa do Mundo daquele ano, os dois novos talentos do time da Vila Belmiro eram pedidos na seleção brasileira, mas não ganharam a chance de ir para a África do Sul.

Auxiliar técnico de Dunga na ocasião, Jorginho afirmou que Ganso estava mais preparado para jogar a Copa do Mundo do que Neymar. Na opinião do ex-lateral, tetracampeão mundial em 1994, o meia já era "realidade", enquanto o atacante mostrava grande potencial.

"Ficou uma coisa de 2010, que a gente não convocou ele [o Neymar], o Ganso [para a Copa do Mundo] naquela oportunidade com o Dunga. Ficou aquela coisa meio arranhada. Encontrei o Neymar duas vezes só, falamos muito rápido. Nada contra. Ele tinha condições de ser convocado naquela oportunidade, mas eles tinham uma final de Copa do Brasil, se não me engano, e a gente não pôde convocar quando a gente gostaria", declarou Jorginho em entrevista ao "Cara a Tapa", no Youtube.

"O Ganso acho que a gente poderia ter levado sim. Era mais realidade que o Neymar. O Neymar tinha 17 anos, poderia ser que sim ou não. O Ganso já era mais realidade. O cara que bateu escanteio para ele mesmo para ganhar tempo é um gênio. Ninguém faz isso. É um cara diferenciado", acrescentou.

Jorginho explicou que a não convocação teve a ver com o fato de Neymar e Ganso não serem testados antes da Copa do Mundo. O ex-jogador disse que a convocação deles não foi possível por problemas de calendário, já que a seleção não poderia desfalcar o Santos nas fases decisivas da Copa do Brasil.

"Era uma filosofia de trabalho do Dunga, do grupo, que a gente não convocaria alguém que a gente não testou. Foi o que aconteceu. Mas ele joga demais. O Ganso estava à frente dele na época até. Não me arrependo de não ter levado, procuramos levar o melhor naquele momento. Se a gente tivesse oportunidade de deixar eles jogarem um jogo [antes da Copa] para que eles pudessem mostrar na seleção o potencial deles, seria bom", completou.