STJD detalha ação do Cruzeiro contra o Grêmio por gritos homofóbicos

Nesta quinta-feira (11), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou o ingresso da notícia infração por parte do Cruzeiro contra o Grêmio por cânticos homofóbicos no jogo entre as duas equipes, no último domingo, no Independência, válido pela sexta rodada da Série B do Brasileiro. O clube celeste pede que o Grêmio seja punido no artigo 243- G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "raticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

De acordo com o STJD, a ação foi encaminhada para a Procuradoria da Justiça Desportiva para análise. O Cruzeiro pediu em ofício que o Grêmio seja punido no parágrafo segundo do artigo 243-G, que indica multa de R$ 10 a R$ 100 mil à instituição pela seguinte infração: "A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias", diz o parágrafo.

No ofício, o Cruzeiro contextualizou a ação dos gremistas no Independência. Segundo o clube mineiro, os torcedores adversários chamaram de forma pejorativa a torcida "Máfia Azul" de "Maria Azul". Além disso, segundo evidências apresentadas, o Cruzeiro aponta a referência de um cântico relacionado ao voleibol com teor homofóbico, uma vez que os gremistas teriam repetido de forma sistemática a frase "Maria joga vôlei".

"Também de forma pejorativa, torcedores de outras agremiações do futebol fazem a infeliz referência de que o Voleibol, histórico esporte olímpico e dos mais importantes, seria um esporte praticado majoritariamente por mulheres, e que por isso, acabaram atribuindo ao referido esporte de que os homens que o praticam seriam em grande maioria homossexuais. Portanto, os torcedores de outras agremiações "criaram" o aludido "Maria joga vôlei", para, de forma pejorativa, atribuir teor homossexual aos torcedores do Cruzeiro", diz trecho do ofício.

A medida do Cruzeiro é uma resposta ao clube gaúcho, que nessa segunda-feira (9) reuniu uma série de provas, como os áudios das transmissões da partida por televisão e também no rádio, e entregou ao STJD também por meio de notícia infração. Segundo informou o Tricolor, o objetivo é que haja a devida punição para que atos como este não se repitam no esporte.