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Política esquenta no Fla, e Landim vê pressão subir da Gávea à arquibancada

Marcos Braz, Pauoo Sousa, Rodolfo Landim e Bruno Spindel durante apresentação do técnico no Flamengo - Alexandre Vidal/Flamengo
Marcos Braz, Pauoo Sousa, Rodolfo Landim e Bruno Spindel durante apresentação do técnico no Flamengo Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo

Alexandre Araújo, Leo Burlá e Letícia Marques

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

13/05/2022 04h00

Em campo, vitória do Flamengo sobre o Altos e celebração pela classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. Nas arquibancadas protestos contra membros da cúpula do clube. A instabilidade se instaurou nos primeiros meses após a sua reeleição, e o presidente Rodolfo Landim vive um clima conturbado na política. O dirigente vê a oposição crescer e a pressão subir, da Gávea à arquibancada.

O passo à frente na competição nacional foi um respiro, mas não o suficiente para afastar a turbulência, principalmente internamente. A aprovação da emenda que limita o número de associados "Off Rio" foi, talvez, o estopim para uma relação que já vinha dando sinais de desgaste. Ainda que a decisão seja do Conselho Deliberativo, as consequências respingam até na presidência, tornando Landim o principal alvo das críticas.

Na partida contra o Altos, na última quarta-feira (11), antes de a bola rolar, faixas com "Fora, Landim" e "Fora [Marcos], Braz", vice-presidente de futebol, puderam ser vistas nas arquibancadas do Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Ao apito final, os dois foram alvos de xingamentos.

 Torcedores do Flamengo exibem faixa contra Rodolfo Landim e Marcos Braz, contra o Altos-PI, pela Copa do Brasil, em Volta Redonda - ALEXANDRE NETO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - ALEXANDRE NETO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ALEXANDRE NETO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O eco negativo quanto à restrição no quadro para mil associados que residem em um raio superior a 100 quilômetros dos limites do município do Rio não era esperado e gerou surpresa. O assunto tornou-se pauta no eixo fora da Gávea. Diante do cenário, a ordem nos corredores é que o assunto seja evitado, com o intuito de não fazer a bola de neve ganhar novos contornos.

Segundo o UOL Esporte apurou, Braz era contra a medida relacionada ao Off Rio, mas, em meio aos reflexos que ela teve, acabou sendo arrastado para o centro da polêmica. Apesar de certa contrariedade, o dirigente voltou a favor.

Divisão na base

Enquanto isso, há uma divisão na base da gestão. Alguns grupos políticos da situação ainda mantêm firmes o apoio, embora a insatisfação seja crescente. Outros, por sua vez, já começam a fazer questionamentos à Chapa Roxa, encabeçada por Landim. Não à toa, conselheiros de diversas correntes políticas propuseram emenda que será apresentada ao Conselho Deliberativo e que visa derrubar a limitação.

Além disso, a recente entrevista concedida a Mauro Cezar Pereira, colunista do UOL Esporte, gerou alguns atritos e se tornou mais um motivo de forte crítica ao presidente. Na ocasião, Landim indicou um avanço com a decisão do Conselho Deliberativo e tratou os sócios-proprietários como "donos" do clube.

"Essa sua primeira pergunta deveria ser respondida pelos conselheiros do clube, em sua grande maioria sócios proprietários que são os verdadeiros donos do Flamengo e que fizeram um bom investimento para comprar um título do clube. Essa foi uma decisão dos sócios e não da diretoria, cujos membros na qualidade de sócios votaram de acordo com o seu entendimento e sem orientação ou fechamento de questão. A prova é que tivemos VPs [vice-presidentes] votando a favor e contra", disse

O momento político conturbado externa também que a relação entre Rodolfo Landim e Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração, já não é a mesma. Visto como braço direito do mandatário, Bap votou a favor da emenda do Off Rio. Mesmo alinhados neste tema, há divergência entre as partes. Internamente, há quem diga que o laço está estremecido.

Confiança na mudança do cenário

Paulo Sousa, técnico do Flamengo - Gilvan de Souza / Flamengo - Gilvan de Souza / Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza / Flamengo

O silêncio da cúpula diante dos resultados negativos e a ausência de um posicionamento diante das recentes declarações de Jorge Jesus a Renato Maurício Prado, colunista do UOL Esporte, também são alvo de contestações.

No entanto, a pressão não assombra somente a Rodolfo Landim, Marcos Braz é outro alvo das críticas. Com o respaldo do departamento de futebol, Paulo Sousa se mantém no cargo. Há, internamente, a sensação de que a maré pode começar a mudar em campo.

A sequência de jogos em casa — após o duelo com o Ceará, serão quatro jogos como mandante e o clássico com o Fluminense —, e o retorno de alguns nomes que estão no departamento médico, como aconteceu com o zagueiro Rodrigo Caio, são os principais motivos para essa expectativa.

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