Ex-Inter é campeão duas vezes em sete dias e pode disputar o Mundial
Formado na base do Inter, o lateral esquerdo Erik atualmente defende o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos. E a passagem pelo clube reservou um feito muito importante na última semana. Ele foi campeão de duas competições num espaço de menos de 10 dias e agora sonha em participar do Mundial de Clubes.
O Al Ain ergueu a taça da Pro League Cup ao bater o Al Ahli, nos pênaltis, no último dia 4. E foi campeão do Campeonato dos EAU no último dia 11, com três rodadas de antecedência.
"Minha passagem aqui nos Emirados Árabes tem sido uma oportunidade de atuar num clube grande. Sabia que aqui nos Emirados, e também em nível mundial, é um clube muito respeitado, que bateu o River Plate, campeão da Libertadores, no Mundial de Clubes [de 2018]. Foi vice-campeão do Mundial de Clubes, ou seja, é a oportunidade de jogar em um grande clube, de ser campeão, de, se Deus quiser, jogar mundial de clubes e Champions da Ásia", contou em entrevista ao UOL Esporte.
"Sobre as conquistas dos títulos recentes, primeiramente agradecer e glorificar a Deus pelo privilégio de estar em uma equipe tão qualificada. Também pela temporada que eu fiz individualmente, por todo trabalho, investimento que eu coloquei nesta temporada. Isso tudo me motiva para que nos próximos anos eu possa crescer e ganhar mais títulos. Foram dois títulos muito importantes, o clube estava há três, quatro anos sem levantar a taça da Liga. A torcida estava pedindo muito esse título. Ainda levamos uma das copas. Fechar o ano com dois títulos de três foi muito especial. Hoje somos a melhor defesa, o melhor ataque e consequentemente conseguimos a conquista com três rodadas de antecedência [na Liga]", completou.
Agora, aguarda a decisão da sede do próximo Mundial de Clubes. Caso o torneio ocorra no país, sua equipe estará classificada.
"Não vou negar que um dos meus primeiros pensamentos sobre o Al Ain foi: 'cara, esse time jogou o Mundial'. Então, inevitavelmente eu pensei diretamente no Mundial, pensei em ter essa oportunidade contra time europeu, jogar muito bem, e poder realizar o sonho de jogar na Europa também. Então, sim, estou na expectativa de jogar o Mundial de Clubes. Agora campeão da Liga, se concretizar e o mundial for aqui nos Emirados, a gente vai ter essa oportunidade se Deus quiser", comemorou.
Erik tem 21 anos e disputou 55 jogos e deu cinco assistências desde que chegou ao clube. Cria da base do Inter, ele teve apenas duas oportunidades na equipe principal. Em julho de 2020, foi vendido por aproximadamente 750 mil dólares, correspondente a R$ 4 milhões pela cotação da época.
"Acompanho muito o Inter, foi minha casa por oito anos, sou um jogador do Celeiro de Ases. Sempre estou acompanhando o nosso Colorado e desejando que possa crescer, que possa ser muito abençoado por Deus. Esse clube gigante que abriu as portas para realizar meu sonho. Tenho muitos amigos no profissional e sigo torcendo por eles também", contou.
Hoje, ele prefere não imaginar como seria o futuro caso tivesse recebido mais chances no Beira-Rio.
"Eu me sentia preparado para ter mais chances de mostrar meu futebol, principalmente no início de temporada com o Campeonato Estadual. O Gauchão, normalmente, é uma competição onde se testa o elenco. Todo jogador quer estar dentro de campo. Mesmo o pouco tempo que trabalhei com o professor Coudet [Eduardo, técnico], gostei muito dos seus trabalhos no dia a dia, a parte de campo mesmo. Aparentou ser um profissional muito inteligente. Mas o futebol é dinâmico, com as chances que não tive no Inter, se abriu a porta desse clube maravilhoso", contou.
Defesa ao futebol árabe e sonho na seleção dos EAU
Erik é totalmente contrário à avaliação comum no Brasil sobre o futebol dos países árabes. A suposta falta de competitividade é rechaçada pelo lateral, que elogia equipes e estrutura por lá.
"Prefiro responder isso fazendo um questionamento para o pessoal: já acompanharam ou assistiram o futebol daqui? Tira um feedback do campeão da Libertadores e do campeão da Champions da Ásia. Se já não são jogos regulares, se não são jogos em que o time da Ásia ganha e a imprensa brasileira acaba vendo como zebra. Mas o Flamengo do Jesus [Jorge, técnico] ganhou do Al Hilal no sufoco, o Al Ain, clube que estou, ganhou do River Plate nos pênaltis. O Al Jazira foi para a final do Mundial, saiu ganhando o jogo e depois tomou a virada. Quem pensa dessa forma, pode estar equivocado", opinou.
"Claro que se comparar todos os clubes dos Emirados com todos do Brasileirão, o Brasileirão é uma das Ligas mais fortes do mundo. Então o Brasileirão é mais forte em termos de competição, mas aqui também tem, claro que menos que no Brasil, mas uns cinco ou seis que são tão bons quanto grandes times brasileiros. Aqui é uma Liga competitiva sim, mas também já colocando em comparação com a liga brasileiro, claro que fica abaixo pela força do Brasileirão, mas não pela Liga daqui ser fraca", completou.
"Todos os campos, se for comparar com os brasileiros, seriam aqueles de nível europeu, onde poderá jogar tranquilamente. Aqui investem muito pesado em comissões técnicas, onde há muitos europeus. A forma de jogo, a metodologia é europeia. A estrutura é sensacional", acrescentou.
Sobre o futuro, ele quer permanecer no clube para, quem sabe, conseguir passaporte do país e dupla nacionalidade para jogar pela seleção dos Emirados Árabes Unidos.
"Hoje penso em ficar no clube até por algumas possibilidades pessoais, de documentação, como passaporte, quem sabe um dia ir para a Seleção dos Emirados. Também por tudo que vivo no clube, nosso time está totalmente encaixado, poder jogar um Mundial, uma Champions da Ásia. Hoje me vejo aqui, graças a Deus, estou muito feliz no Al Ain", finalizou.
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