Os acertos que levaram o Cruzeiro à liderança da Série B após 83 rodadas
Foram longas e difíceis 83 rodadas para que o Cruzeiro, enfim, chegasse à liderança da Série B. Com 16 pontos, a Raposa assumiu a ponta da tabela após vencer o Náutico, por 1 a 0, nos Aflitos, no último domingo (15). Embalado, esse foi o quarto triunfo seguido do time no torneio, que teve mudanças significativas na temporada e que ajudam a explicar a boa fase vivida em busca do principal objetivo do ano: o retorno à elite do Brasileirão.
Três pilares são importantes para entender a evolução do Cruzeiro na temporada, diferentemente das duas anteriores, em que o time não conseguiu figurar no G4 nenhuma vez: gestão profissional, técnico com repertório e respaldado pela diretoria, além de atletas experientes, mas sem status de "salvadores da pátria".
Chegada de Ronaldo
A compra dos 90% da SAF por Ronaldo Nazário é, sem dúvida, o principal ponto a ser elencado. Com a chegada do dirigente, os salários passaram a ser pagos em dia e receitas começaram a ser geradas - principalmente com a adesão do sócio-torcedor - que hoje está na casa dos 50 mil.
Em outubro do ano passado, a situação financeira foi tão grave, que os atletas entraram em greve sob o apoio do técnico Vanderlei Luxemburgo. Na ocasião, os atletas fizeram uma paralisação e se recusaram a treinar. Além disso, Ronaldo foi o responsável por pagar os transferes ban, que impediram os registros de atletas pelo clube, o que trouxe melhores possibilidades ao time em relação ao planejamento.
Dedo de Pezzolano
Com um modelo de jogo muito bem definido, que faz com que o Cruzeiro sempre entre em campo em busca de protagonismo e intensidade, Paulo Pezzolano teve dificuldades, mas conseguiu acertar o time celeste. Após estreia na Série B com derrota para o Bahia, o treinador recebeu reforços, mudou o esquema de jogo da equipe e começou a conquistar os resultados.
Desde a queda, o Cruzeiro teve seis técnicos antes do uruguaio e nenhum entregou resultados tão satisfatórios: Pezzolano foi o único a classificar o time para a final do Estadual, alcançar o G4, posteriormente a liderança, e avançar para as oitavas de final da Copa do Brasil.
Outro ponto importante em relação ao treinador uruguaio é a convicção na escolha e no trabalho. Na gestão anterior, demissões e técnicos sem respaldo foram a tônica de um Cruzeiro que teve três técnicos por ano.
Sem salvadores da Pátria
Diferentemente dos anos anteriores, o atual elenco do Cruzeiro não possui nenhuma estrela. Prova disso é que o próprio técnico Paulo Pezzolano já disse, em diversas oportunidades, que o time conta com um grupo modesto. Artilheiro da Série B do ano passado, o atacante Edu entrega melhores resultados que os badalados Marcelo Moreno e Rafael Sóbis, por exemplo.
Em sua temporada de estreia, o ex-atleta do Brusque já marcou 13 gols em 18 jogos. Em contrapartida, Sóbis e Moreno balançaram as redes nove vezes em duas temporadas cada.
Outros jogadores também chamam atenção em 2022 muito mais pelo trabalho do que por qualquer status. O goleiro Rafael Cabral foi repatriado após anos na Europa, mas de pouco destaque por lá. O zagueiro Eduardo Brock, pilar do acesso do Paraná na Série B de 2017, é um dos principais jogadores do esquema de Pezzolano. Willian Oliveira que estava no Atlético-GO, Fernando Canesim, sem muito espaço no Athletico-PR, e Neto Moura, destaque do Mirassol no Paulista deste ano, são outras peças importantes, mas que chegaram sem muita pompa.
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