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Quais os próximos passos da investigação sobre racismo de Rafael Ramos

Edenílson, do Inter, discute com Rafael Ramos, do Corinthians em jogo no Beira-Rio - MAX PEIXOTO/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
Edenílson, do Inter, discute com Rafael Ramos, do Corinthians em jogo no Beira-Rio Imagem: MAX PEIXOTO/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

17/05/2022 04h00

A denúncia feita pelo volante Edenilson, do Internacional, sobre um ato de injúria racial supostamente cometido pelo lateral direito português Rafael Ramos, do Corinthians, terá sequência nos próximos dias. Há dois caminhos no processo atualmente, a investigação criminal e a Justiça Desportiva.

No último sábado (14), aos 31 minutos do segundo tempo, o meio-campista do clube gaúcho foi ao árbitro e alegou ter sido chamado de 'macaco' pelo lateral corintiano. A denúncia tomou os vestiários e o ambiente pós-jogo.

Edenilson foi ouvido pela polícia e registrou a ocorrência. Ramos, que nega ter usado tais palavras, também foi ouvido, acabou detido em flagrante e liberado após pagamento de fiança de R$ 10 mil. Os dois clubes se manifestaram defendendo as versões de seus atletas.

Investigação criminal

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encaminhou, ontem (16), imagens do momento em que Ramos teria cometido a injúria ao colega de profissão para o Instituto Geral de Perícias (IGP) para que seja realizada uma perícia técnica com leitura labial. O prazo para conclusão deste trabalho é de um mês. Porém, pela urgência do ocorrido, deve ficar pronto antes.

Ao UOL Esporte, a delegada Ana Caruso, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, disse que já há indícios de que o lateral direito praticou injúria racial.

"Os indícios já bastam para um indiciamento e o inquérito está quase finalizado", disse. A intenção é concluir o inquérito até sexta-feira (20). Caberá ao Ministério Público, então, proceder ou não a denúncia.

Justiça Desportiva

O que houve em campo foi relatado em súmula pelo árbitro Braulio da Silva Machado. No relato da partida, o juiz cita a reclamação de Edenilson e o argumento de Rafael Ramos, dizendo que não utilizou o termo racista.

Procurado pelo UOL Esporte, a assessoria de comunicação do STJD informou que "a procuradoria irá analisar todas as ocorrências da rodada e tem até 30 dias para oferecer denúncia".

O CBJD tem no artigo 243-G a previsão de tais atos. "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

A pena prevista, quando cometido por atleta, vai de cinco a dez partidas de suspensão.

Se a infração for considerada de extrema gravidade, a pena pode ser perda de pontos, mando de campo ou até exclusão do campeonato, previstos no artigo 170.

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