Sinceros demais: as respostas de técnicos portugueses que chamaram atenção
O técnico Vitor Pereira, do Corinthians, chamou a atenção pela sinceridade ao explicar os motivos que fazem Róger Guedes ser pouco utilizado na equipe, após o empate em 1 a 1 contra o São Paulo, no último domingo (22), pelo Campeonato Brasileiro — o atacante assistiu aos 90 minutos da partida no banco de reservas.
Não estou sentindo essa confiança, o que não quer dizer que ele [Róger Guedes] não queira. Não disse isso. Nem em termos de treinos, nem de jogos, as indicações são essas. Tenho que tomar minhas decisões não com base no nome do Róger Guedes, não por causa daquilo que ele já fez, mas pelo que ele está fazendo neste momento. Essas são as minhas decisões. Quer em jogo, Quer em treino".
Vitor Pereira
Em outro momento da coletiva, VP foi perguntado se Róger Guedes teria dúvida sobre seu posicionamento: aberto pela esquerda ou como falso 9. O português respondeu de forma irônica ao apontar que as necessidades do Corinthians são a prioridade.
Se me perguntar, eu queria treinar o Liverpool, com todo respeito que tenho ao Corinthians. Aqui não é o que queremos, no meu conceito, em termos de jogo, não é o que queremos, é o que a equipe precisa. Às vezes a equipe precisa do Róger na esquerda, em outras é dele no meio, ou na direita"
Essa não foi a primeira vez que um treinador português surpreendeu no futebol brasileiro por dar uma resposta contundente e sincera. O UOL Esporte listou outras declarações dos técnicos lusitanos que geraram repercussão.
Paulo Sousa e Diego Alves
Paulo Sousa, técnico do Flamengo, dividiu os torcedores ao explicar a situação do goleiro Diego Alves, que tem sido desfalque do rubro-negro nos últimos jogos. O português expôs o comportamento do goleiro e avisou que com ele as coisas funcionam diferente.
"No jogo contra o Botafogo, o Diego fez o aquecimento. No dia seguinte, ele relatou dores púbicas e reportou ao departamento médico. Um pouco dispersos. O DM [departamento médico] fez uma ressonância. Nós temos que confiar no jogador e em tudo o que ele vai nos dizer. Nós temos um gráfico que vai analisar, mas temos que ouvir o que o jogador sente. Ele sentia muitas dores. Aliás, até ontem de manhã", antes de continuar:
No dia de manhã, ele continuava a ter dores. À tarde, o nosso fisioterapeuta disse que o Diego estava melhorzinho e se sentia capaz. Estamos falando de ontem. Se vocês verificarem o que realmente são dores púbicas, e o tempo que leva de recuperação, não pode ser de um dia para o outro ou por uma reunião que teve com Bruno Spindel no almoço e que rapidamente ele se recuperou e estava disponível para jogar. Aqui, os processos não são assim. Os jogadores, para jogar, têm de treinar. E ele não treinou desde o jogo contra o Botafogo. Por isso não estaria relacionado"
Com a chegada de Paulo Sousa, o camisa 1 mudou de patamar e saiu de ídolo a preterido, com um desgaste acentuado com o treinador — após ser exposto principalmente.
Abel Ferreira: "Menos brincadeira e mais seriedade"
O técnico multicampeão pelo Palmeiras deu alfinetadas na arbitragem, no calendário do futebol brasileiro e nos jovens jogadores do Alviverde.
A fala mais recente de Abel contra a arbitragem foi no empate de sua equipe em 1 a 1 contra o Fluminense. O técnico pediu árbitros profissionais no Brasil.
"Se quisermos evoluir, não podemos ter jogadores profissionais e um árbitro amador. Se eles apitam tantas partidas quanto nós jogamos, talvez também precisem fazer rodízio e dar oportunidade a outros para ver se isso melhora. No geral, foi uma boa arbitragem, tirando a dualidade de critério nas faltas e deixar que o adversário caia no gramado. É só uma opinião e falo sempre de maneira construtiva porque podem melhorar neste aspecto. Quando a CBF der o passo na profissionalização dos árbitros, serão melhores tecnicamente, com a ajuda do VAR, que vai nos ajudar sempre muito. Há margem para melhorar neste aspecto. Abel Ferreira
Antes de embarcar para o Mundial de Clubes com o Palmeiras, onde foi derrotado na final para o Chelsea, Abel ficou muito incomodado com a postura dos jovens jogadores do Palmeiras.
"Cometemos alguns erros na primeira parte que facilmente podemos corrigir. Estes jogos fazem com que os jovens percebam que deve haver cada vez menos brincadeira e mais seriedade. As pessoas perguntam por que jogam uns, e não outros. Isso tem muito a ver com a mentalidade de cada um", disse.
Jorge Jesus: "Quem paga os jogadores são os clubes e não as seleções"
Em setembro de 2019, o Flamengo era líder isolado do Campeonato Brasileiro, mas o então técnico Jorge Jesus estava muito incomodado com as convocações de seus jogadores para a seleção — na época, Rodrigo Caio e Gabigol viraram desfalques.
Vamos perder convocados pelo Brasil e o Arrascaeta [Uruguai]. Em momento muito complicado, decisivo para o campeonato. Não entendo bem porque a seleção disse que era convocado um jogador por equipe. Se olharmos a Argentina, houve o cuidado de não convocar jogadores de Boca Juniors e River Plate, que estão em competições importantes. Mas aqui é mais importante jogar contra Senegal e Nigéria. É muito mais importante financeiramente pelos cachês que se pagam às seleções. Mas quem paga os jogadores são os clubes, e não a seleção. Acho que os clubes precisam ter um pouco mais força sob o que é seu produto. E seu produto é o jogador"
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