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Novo Cruzeiro fecha primeiro patrocínio, mas time feminino é o contemplado

Equipe feminina do Cruzeiro no evento de patrocínio da Gerdau  - Divulgação/Cruzeiro
Equipe feminina do Cruzeiro no evento de patrocínio da Gerdau Imagem: Divulgação/Cruzeiro

Lohanna Lima

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte, MG

25/05/2022 04h00

Desde que chegou ao Cruzeiro para tornar-se acionista de 90% da SAF, Ronaldo Nazário é visto como grande esperança para dias melhores financeiramente. Pouco mais de um mês após a oficialização da compra das ações, o Fenômeno fechou o primeiro contrato. No entanto, diferentemente do que se imaginava, a parceria não surgiu para o departamento de futebol masculino, onde se concentra a maior parte dos holofotes. O acordo foi sacramentado com a Gerdau é exclusiva ao futebol feminino.

Antes da divulgação do patrocínio, o Cruzeiro havia anunciado Kin Saito como nova diretora de futebol da modalidade. Com passagem pela CBF e pelo grupo R9, de Ronaldo, ela já trabalhava no Cruzeiro desde março, sendo o planejamento estratégico do futebol feminino e a prospecção comercial as suas principais funções.

Em contato com o UOL Esporte, Saito explicou que a captação passa diretamente por uma mudança de cultura que começa a ser implementada na instituição, na qual existe mobilização de todos os demais departamentos com a modalidade, diferentemente do modo de trabalho das gestões anteriores.

"Entendemos que o futebol feminino, ainda que as cifras sejam incomparáveis, é um ativo comercial, é capaz de gerar receita e faz parte do nosso planejamento de ser financeiramente sustentável a médio/longo prazo. A partir disso, há uma mobilização do departamento de futebol não só feminino, como do marketing, comunicação, financeiro, entre outros, buscando identificar esse parceiro que está se posicionando no mercado alinhado com o que queremos construir. É muito simbólico o primeiro patrocínio da gestão do Ronaldo ser exclusivo do futebol feminino", explicou a Kin.

Mudança de cultura

Criada em 2019, quando sua existência passou a ser imposição da CBF e da Conmebol, a categoria feminina do Cruzeiro passava longe de ter integração com as instalações do clube. Desde o início do projeto, as atletas treinavam no complexo da PUC-MG, que também serviu de alojamento até antes da transição da associação para a SAF.

Durante o planejamento para a criação da categoria, o clube chegou a cogitar se associar a alguma equipe amadora já existente e mandar os jogos na Arena do Calçado, em Nova Serrana, a cerca de 120 km da capital. Ainda com as limitações, a equipe estreou na Série A2 e conseguiu o acesso à elite em seu primeiro ano de existência, ao ser vice-campeã do torneio na final contra o São Paulo.

Atualmente, segundo Saito, as jogadoras utilizam 100% das instalações da Toca I e eventualmente treinam na Toca II, onde o sub-20 e o profissional masculino fazem os trabalhos diários.

"A principal missão no início foi de resgatar o sentimento de pertencimento das atletas ao clube. Com isso, começaram as medidas de integração na Toca I em um cenário de campo, refeitório e atendimento do departamento de saúde e performance tratado com equidade. Houve revisão de contratos para que elas sejam reconhecidas, mas também cobradas, consequentemente, como atletas profissionais", complementou.

O Cruzeiro disputa a Série A1 do Brasileirão, com bastante irregular. Em nove jogos, a equipe venceu apenas dois, soma nove pontos é está na 12ª colocação, uma acima do primeiro time dentro da zona de rebaixamento.

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