Ceni diz não crer em desmanche no SPFC, mas acha inevitável perder peças
Rogério Ceni voltou a falar sobre a possibilidade de perder jogadores na janela de transferências do meio do ano. O treinador disse não acreditar em um desmanche, como aconteceu em 2017, mas acha inevitável que haja perda de peças no atual elenco do São Paulo.
"Acho que não vai haver desmanche. Acho que vamos ter uma venda, mas eu acho que a direção tem experiências passadas que nos levam a crer que é possível a gente pensar em coisas boas para o São Paulo. Estamos sempre em diálogo aberto com a diretoria, Muricy, Belmonte, o próprio presidente. (...) Tenho certeza de que não haverá uma debandada de jogadores, mas certamente perderemos uma peça pelo menos", disse, em entrevista coletiva depois da vitória sobre o Ayacucho.
Em sua primeira passagem pelo São Paulo, em 2017, Rogério Ceni sofreu com a saída de sete jogadores no meio da temporada, entre eles, o atacante David Neres e o zagueiro Maicon. Com o elenco reformulado, o treinador acabou demitido depois de uma série de maus resultados.
O mercado da bola tem sido tema constante nas entrevistas coletivas de Rogério Ceni. Depois do empate contra o Corinthians no fim de semana, o treinador disse que o São Paulo não deveria vender jogadores por menos de 10 milhões de euros (R$ 51,6 milhões).
Na entrevista de hoje, Ceni voltou a falar que não gostaria de perder jogadores, mas admitiu ser inevitável devido à situação financeira do São Paulo. O clube tem uma dívida próxima dos R$ 700 milhões.
"Eu não gostaria nem que vendessem jogadores, mas sabemos que o São Paulo vive uma realidade pelo passado recente de mau cuidado, uma realidade difícil. Vamos tentar mexer o mínimo possível e se programar para trazer outro jogador se perder alguma peça", completou.
Confira outras declarações de Rogério Ceni em entrevista coletiva:
A vitória contra o Ayacucho
Não fizemos um grande jogo e não tinha como, treinamos dois dias esse time. Léo teve que ser improvisado na lateral porque o Moreira treinou positivo [para a covid-19]. O mais importante é mostrar para o torcedor os atletas que eles têm para que eles mesmo possam tirar conclusões, análises dos jogadores que eles têm para o futuro.
Eu tive meus 17 anos, fui da base, sei o quanto é difícil fazer o primeiro jogo. Há muita coisa para se superar, não só o adversário. São jogadores mais frágeis, de 1 contra 1, sofrem bastante. Fico feliz pela marca. Fico muito contente por Cotia, por um presidente que um dia sonhou e idealizou fazer algo grande para o São Paulo, que foi o seu Juvenal Juvêncio. Ele sempre falou que era um sonho ver um time formado por Cotia jogando. Hoje, se não fosse o Miranda, teríamos os 11 jogadores formados em cotia.
Fim do rodízio
Jogos difíceis a gente já teve, agora teremos difíceis em sequência de quarta e domingo. Hoje tivemos uma oportunidade de jogar já classificado, que não mudaria nosso futuro.
A gente vai olhando por posição, por setor, ver o que Luizão e Beraldo podem oferecer, o que um jogador como o Caio pode ajudar. Infelizmente, tivemos algumas perdas como o Sara, a ausência do Nikão em alguns jogos. Deu para fazer a avaliação no meio de campo, o que a gente precisa.
Você quer dar oportunidade para todo mundo. Não gosto de jogar com dois primeiros volantes [Luan e Pablo Maia], mas era a oportunidade de colocar todos para jogar.
Nós vamos ter que continuar rodando a equipe. Se não trocando 10 jogadores, mas vamos ter que fazer escolhas para saber que caminho vamos traçar. O Brasileiro é a direção de tudo. Se desviarmos o foco, pode ser que não consigamos atingir o objetivo nele.
Prioridade na temporada
Gostaria muito de ganhar uma Copa do Brasil, mas não é fácil nesse momento com tantos bons times jogando. Em uma janela de um mês teremos nove jogos a partir de junho/julho. Mesmo que eu não quisesse, eu tenho que fazer essa rodagem de elenco, porque senão vamos ter lesões.
Não estamos tendo tantas lesões musculares, mas acontece uma lesão de tornozelo. A parte óssea é muito difícil, a muscular a gente pode cuidar. Para que não haja uma lesão muscular e perca por três semanas, eu preciso que a gente jogue de maneira diferente. Mas vai apertando. Quem tem mais elenco, jogadores diferentes. A força do nosso time é o coletivo mesmo. Talvez o melhor 1 para 1 que temos é aqui [Caio], vamos ser sincero.
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