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Disputa de volantes no São Paulo tem novo capítulo em jogo sem pressão

Luan, durante partida do São Paulo contra o Jorge Wilstermann - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Luan, durante partida do São Paulo contra o Jorge Wilstermann Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

25/05/2022 04h00

Já classificado ao mata-mata da Copa Sul-Americana, o São Paulo se despede da fase de grupos, hoje (25), às 19h15 (de Brasília), no Morumbi, contra o Ayacucho-PER. A partida não vale muita ao Tricolor, mas tem peso importante para uma disputa que acontece desde o início da temporada no meio de campo.

Além de Igor Gomes e Rodrigo Nestor, o São Paulo tem cinco jogadores que podem atuar como volantes: Pablo Maia, Luan, Gabriel Neves, Andrés Colorado e Talles. Quatro meses depois do início da temporada, contudo, nenhum deles conseguiu assumir definitivamente a posição de titular.

Apesar de todos já terem sido testados como primeiro volante, a avaliação é de que fazem funções distintas. Na posição mais clássica, a de proteção à zaga, o entendimento é de que Luan é o jogador com mais qualidade para ser titular. O camisa 8, contudo, não conseguiu recuperar ainda o ritmo e o nível demonstrado antes da lesão na coxa esquerda, ocorrida em outubro, quando era especulado em times europeus.

"Eu quero muito que ele volte a jogar e render como ele rendia. Se ele render como antes, dificilmente alguém toma o lugar dele. Mas eu preciso que ele renda. Ele tem se esforçado para isso, mas, até o momento, não aconteceu. Ele vai ter que se dedicar mais e treinar mais. Ele precisa adquirir um pouco mais de mobilidade para tomar conta do meio de campo, como ele fez nos últimos anos", disse Rogério Ceni, em entrevista coletiva depois do empate com o Corinthians, no domingo (22), quando Luan nem sequer foi relacionado.

O vácuo deixado por Luan permitiu que Pablo Maia se firmasse no time titular durante o Paulistão. O jovem de 20 anos foi fundamental para dar equilíbrio à equipe depois de um começo ruim de Estadual. Ele terminou a competição com o prêmio de revelação.

No início do Brasileiro, contudo, Pablo Maia não conseguiu manter o nível e acabou perdendo espaço no time titular. Internamente, a oscilação é tratada como algo natural para um jogador que está em seu primeiro ano na equipe profissional.

Estilo do futebol brasileiro impacta estrangeiros

Andrés Colorado em ação pelo São Paulo, na partida diante do Ayacucho, pela Sul-Americana - Staff Images / CONMEBOL - Staff Images / CONMEBOL
Andrés Colorado em ação pelo São Paulo, na partida diante do Ayacucho, pela Sul-Americana
Imagem: Staff Images / CONMEBOL

A queda de desempenho de Pablo Maia fez com que Rogério Ceni apostasse em Andrés Colorado. Ele foi titular nas partidas contra Red Bull Bragantino, Santos e Fortaleza, quando se machucou ainda no primeiro tempo. O colombiano sofreu lesão muscular na perna esquerda e está em sua terceira semana no departamento médico.

Ainda que Colorado tenha atuado como primeiro volante, a avaliação interna é de que essa não é a posição ideal para ele. O colombiano é visto como um jogador para atuar como um segundo volante que chega ao ataque, algo parecido com que Paulinho fez em seus melhores momentos no Corinthians.

Em sua chegada ao São Paulo, o próprio Colorado se classificou como um volante "box-to-box", terminologia utilizada para se referir a o jogador capaz de pegar a bola na defesa e levá-la ao ataque.

A outra opção para Colorado é atuar lado a lado com outro volante. O São Paulo jogou dessa maneira contra o Corinthians, no último domingo (22), quando Rodrigo Nestor e Igor Gomes se revezavam entre recuar para ser primeiro volante e avançar para jogar mais próximo do ataque.

É nessa função também que Gabriel Neves se encaixa melhor. Ainda em busca de uma sequência no São Paulo, o uruguaio chegou a ser utilizado como primeiro volante, mas não rendeu. No clássico de domingo, ele entrou na vaga de Rodrigo Nestor para atuar ao lado de Igor Gomes.

A avaliação interna é de que Andrés Colorado e Gabriel Neves se destacam quando há campo para jogar. Os dois têm bons lançamentos longos e inversões de jogo, mas sofrem no espaço curto. Uma das hipóteses levantadas no São Paulo é a característica do futebol brasileiro, entendido como de maior pressão no jogador com a bola do que na Colômbia e no Uruguai.

Talles Costa empolga, mas ainda é cedo

Talles Costa, do São Paulo, comemora seu gol contra o Everton-CHI, pela Sul-Americana - Staff Images / CONMEBOL - Staff Images / CONMEBOL
Talles Costa, do São Paulo, comemora seu gol contra o Everton-CHI, pela Sul-Americana
Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Quinto concorrente nessa briga, Talles Costa está em seu primeiro ano em definitivo no profissional do São Paulo - em 2021, revezou o tempo com o sub-20. Convocado às seleções sub-15, sub-16 e sub-17 nos tempos de base, o jogador de 19 anos é tratado como um jogador com muito potencial para o futuro, mas que ainda precisa de tempo para se destacar.

Tanto na época de Hernán Crespo como agora com Rogério Ceni, a análise é de que Talles é um dos mais promissores de sua geração no São Paulo. O entendimento, contudo, é de que o jovem ainda não se sente confortável dentro de campo para apresentar o mesmo nível de futebol que apresenta nos treinamentos.

Membros do departamento de futebol ouvidos pelo UOL Esporte entendem que Talles rende melhor jogando um pouco mais à frente, em uma função semelhante à de Rodrigo Nestor. Na ausência do camisa 25, contudo, Ceni tem preferido mudar a posição de Igor Gomes e colocar um jogador mais experiente na vaga.

A fase de grupos da Copa Sul-Americana é justamente o melhor momento para que Talles ganhe confiança. Ele atuou em quatro dos cinco jogos da competição até o momento. A tendência é que ele seja um dos titulares da partida de hoje (25) contra o Ayacucho.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO x AYACUCHO-PER

Competição: Copa Sul-Americana - Sexta rodada do Grupo D
Data e hora: 25 de maio de 2022 (quarta-feira), às 19h15 (de Brasília)
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Carlos Benitez (PAR)
Auxiliares: Roberto Cañete e Jose Villagra (ambos PAR)
Quarto árbitro: Zulma Quiñonez (PAR)

SÃO PAULO: Thiago Couto; Igor Vinícius, Miranda (Beraldo), Luizão, Welington (Petri); Luan, Talles Costa, Gabriel Neves; Rigoni, Jonas Toró (Caio Henrique) e Juan. Técnico: Rogério Ceni

AYACUCHO: Andy Vidal; Hugo Magallanes, Aldair Salazar, Minzun Quina; Edinson Chavez, Emmanuel Paucar, Jose Antonio Parodi, Jose Guidino; Robert Ardiles, Carlos Olascuaga, Othoniel Arce. Técnico: Alejandro Apud

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