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'Era Muricy' vira inspiração para SPFC atingir meta de Ceni pelo Brasileiro

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

31/05/2022 04h00

Um novo discurso marcou a entrevista coletiva de Rogério Ceni, depois do empate do São Paulo com o Ceará, no último sábado (28). Se antes o treinador traçava uma vaga na próxima Copa Libertadores como objetivo, agora a possibilidade de conquistar o título do Brasileirão começa a ser debatida. O time do Morumbi tem apenas dois pontos a menos que os líderes, após oito rodadas.

O Morumbi, inclusive, é uma das questões primordiais. O desempenho em casa tem compensado a fraca campanha longe de seus domínios. Para seguir sonhando com a taça, a equipe de Rogério Ceni terá que repetir o que fez um outro ídolo são-paulino: Muricy Ramalho.

"Sempre que batemos campeões foi com uma média de 80% em casa com 50% fora. Nós estamos longe do 50%, então precisamos melhorar nesses dois jogos fora de casa que nós temos. Temos que fazer mais pontos do que jogos para a gente voltar a ter a chance em casa de poder novamente vencer. Virão adversários complicados, difíceis, clássicos", disse Ceni, logo depois de empatar com o Ceará.

A projeção do treinador se confirma no histórico são-paulino na disputa do Brasileirão de pontos corridos desde 2006, quando o torneio passou a ter 38 rodadas. De lá para cá, todas as vezes em que fez mais de 50% de aproveitamento fora de casa, o São Paulo sonhou com o título.

Curiosamente, Muricy Ramalho era o treinador em quatro das cinco vezes em que isso aconteceu. Sob o comando do agora coordenador técnico de futebol, o São Paulo foi tricampeão consecutivamente, em 2006, 2007 e 2008, com um desempenho fora de casa de 56,1%, 61,4% e 50,8%, respectivamente. Em 2014, a equipe fechou o ano com um aproveitamento de 54,3%, na segunda posição, mas não foi suficiente para fazer frente ao campeão Cruzeiro, que terminou a competição com dez pontos de vantagem.

Quando não teve Muricy Ramalho no banco, o São Paulo superou os 50% apenas uma vez: com Fernando Diniz. Em 2020, o time do Morumbi terminou a temporada com 50,8% de aproveitamento longe de casa. A vertiginosa queda de desempenho na reta final da competição fez com que o time fechasse o ano na quarta posição, com 66 pontos, e sem seu treinador no banco de reservas - Diniz foi demitido na 33ª rodada.

Para alcançar os 50% desejados fora do Morumbi, o São Paulo precisará melhorar bastante o seu desempenho. Atualmente com 25% de aproveitamento (três pontos de 12 disputados) como visitante, a equipe de Rogério Ceni precisa somar 26 pontos nos 45 que ainda estão em disputa para superar a marca.

O desafio por uma melhora fora de casa começa já nas próximas rodadas do Brasileirão. O São Paulo vai a Santa Catarina enfrentar o Avaí, sábado (4), e depois viaja para o Paraná, onde jogará contra o Coritiba, no dia 9 de junho.

Distância para os líderes aumenta sonho do título

Depois de oito rodadas, nenhum time disparou na liderança, o que ajuda a mudar um pouco o discurso de Ceni. Na visão dele, o São Paulo está a apenas três pontos do que seria uma margem ideal nesse início: 16 pontos conquistados em oito jogos. A linha traçada por ele, inclusive, não foi alcançada por nenhum dos três primeiros colocados, Palmeiras, Atlético-MG e Corinthians, todos somam 15 pontos.

A campanha feita pelo São Paulo até aqui se assemelha à de 2019. Na ocasião, o time do Morumbi havia somado os mesmos 13 pontos em oito jogos. Naquela vez, no entanto, a diferença para o líder Palmeiras, que tinha uma partida a menos, era de seis pontos. Agora, a desvantagem é de apenas dois.

Contando as últimas cinco edições do Brasileiro, o São Paulo tem desvantagem maior em relação ao líder apenas comparado com as campanhas de 2018 e 2020, quando somente um ponto separava o clube da ponta da tabela. Comandado por Diego Aguirre e Fernando Diniz, respectivamente, o Tricolor chegou a liderar as duas edições, mas perdeu força na reta final e ficou sem a taça. Os dois treinadores foram demitidos antes mesmo do fim da competição.

Campanha após oito jogos do Brasileirão desde 2017

2022 - 13 pontos - 2 de distância para o líder Palmeiras
2021 - 5 pontos - 13 para o líder Bragantino
2020 - 16 pontos - 1 para o líder Inter
2019 - 13 pontos - 6 para o líder Palmeiras
2018 - 16 pontos - 1 para o líder Flamengo
2017 - 10 pontos - 10 para o líder Corinthians

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