Técnico da Ucrânia se alistou na guerra, foi barrado e ganhou 'missão Copa'
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Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, Oleksandr Petrakov tentou se alistar em Kiev para defender seu país, mas foi barrado. O homem de 64 anos ouviu que era muito velho para lutar. Em compensação, recebeu uma missão: conquistar uma vaga na Copa do Mundo do Qatar.
Ele é o técnico da seleção ucraniana que visita a Escócia, hoje, na repescagem das Eliminatórias Europeias da Copa. A bola rola às 15h45 (de Brasília), no Hampden Park, em Glasgow. Quem vencer encara o País de Gales, no domingo (5), valendo uma vaga no grupo B do Mundial, ao lado de Inglaterra, Irã e Estados Unidos.
"Seria errado se eu fugisse da cidade onde nasci, mas eles disseram: 'Você é muito velho e não tem nenhuma habilidade militar. Em vez disso, é melhor você nos levar para a Copa do Mundo'", contou Petrakov à revista Time.
Ele assumiu a seleção ucraniana em agosto, no lugar do ex-atacante Andriy Shevchenko, ídolo do Milan que atuou pelo clube nos anos 2000. Desde então, comandou a equipe em sete partidas oficiais e está invicto. São cinco empates e duas vitórias, inclusive um triunfo na última rodada das Eliminatórias que garantiu os ucranianos na repescagem.
Jogador do City entre os convocados
No começo da guerra, a Ucrânia proibiu que cidadãos do sexo masculino entre 18 e 60 anos deixassem o país, mas Dínamo de Kiev e Shakhtar Donetsk, hoje os principais clubes do futebol ucraniano, foram autorizados a jogar amistosos para arrecadar fundos para o exército do país.
Dos 26 atletas convocados por Petrakov, 13 são destes dois clubes, mas o principal nome da seleção é o meia Oleksandr Zinchenko, do Manchester City, que também joga como lateral esquerdo.
Antes de encarar a Escócia, a Ucrânia fez amistosos contra clubes no mês passado. No primeiro jogo desde a invasão russa, os ucranianos venceram o Borussia Monchengladbach, da Alemanha, por 2 a 1. Na sequência, bateram o Empoli, da Itália, por 3 a 1. Depois, empataram por 1 a 1 com o Rijeka, da Croácia. Agora chegou a hora da primeira partida oficial.
"Haverá uma atmosfera incrível no Hampden Park. Depois de mísseis, foguetes e bombas, não tememos nada", concluiu o técnico.
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