Como veto de Sampaoli no Atlético-MG mudou a história de Veiga no Palmeiras
Tem como imaginar com seriam as vitoriosas campanhas do Palmeiras nas edições 2020 e 2021 da Copa Libertadores sem a presença de Raphael Veiga? Por se tratar de um dos protagonistas do Alviverde, é difícil saber qual seria o impacto de uma eventual saída do meia no passado recente. Foi o que esteve muito próximo de acontecer quando o futebol mundial estava parado em função da pandemia da covid-19. Adversário deste domingo (5), o Atlético-MG está envolvido numa decisão que mudou completamente a história de Veiga no clube paulista.
Entre março e julho de 2020, os clubes deram férias aos jogadores devido à paralisação, fizeram uma longa pré-temporada e movimentam o mercado da bola, enquanto aguardavam a liberação dos órgãos responsáveis para o retorno dos jogos de futebol. Foi neste período em que Raphael Veiga esteve com um pé e meio dentro da Cidade do Galo. Fora dos planos do então técnico palmeirense Vanderlei Luxemburgo, o empréstimo do meia ao Atlético-MG estava apalavrado, por intermédio do diretor de futebol Alexandre Mattos, à época no clube mineiro.
Era desejo de Jorge Sampaoli a contratação de um 'camisa 10', e Veiga foi o nome apresentado pelo dirigente ao treinador argentino. Mattos foi diretor de futebol do Palmeiras entre 2014 e 2019, portanto foi o responsável por tirar Raphael Veiga do Coritiba, em novembro de 2016, e levá-lo para a Academia de Futebol. Mas o treinador argentino não quis o meia no Galo, melando uma negociação que já estava apalavrada.
"Sampaoli vetou a negociação do [Raphael Veiga]. Ele não estava jogando no Palmeiras até o meio de 2020", revelou Mattos, meses depois que ele e Jorge Sampaoli já não estavam mais no Atlético.
Os moldes da negociação entre Palmeiras e Galo por Veiga eram iguais ao empréstimo de Hyoran, como apurou o UOL Esporte. Também meia, Hyoran desembarcou em Belo Horizonte no começo de 2020, cedido por uma temporada, e o Galo tinha o valor fixado para comprar os direitos econômicos do jogador. Foi o que fez a diretoria alvinegra no começo de 2021, quando pagou R$ 7,5 milhões por 50% dos direitos. Com Veiga também seria assim: empréstimo e valor fixado por um percentual dos direitos.
A chegada de Abel Ferreira
Além do veto de Jorge Sampaoli, outro fator determinante para a mudança na história de Raphael Veiga com a camisa do Palmeiras foi a contratação de Abel Ferreira. O meia só teve uma real sequência de jogos no Verdão a partir de chegada do treinador português.
Até então, Veiga era apenas mais um bom jogador do qualificado elenco palmeirense. Contratado no fim de 2016, mas para jogar a partir de 2017, Raphael Veiga fez uma primeira temporada discreta, com apenas 22 partidas e dois gols marcados. As poucas chances fizeram o jogador ser emprestado ao Athletico-PR, e o retorno a Curitiba fez muito bem ao meia. Veiga foi titular do Furacão na conquista da Copa Sul-Americana de 2018, o que deu a ele uma nova chance no Palmeiras.
Mas 2019 não foi muito diferente do que foi em 2017, e assim seguia 2020. Veiga não era titular, não era importante e estava entre os atletas colocados à disposição no mercado da bola. Isso até outubro de 2020, quando o Palmeiras trocou Luxemburgo por Abel. O resto é história.
Sonho antigo do Atlético-MG
A contratação de Raphael Veiga é um sonho antigo do Atlético-MG. Se em 2020 o veto de Jorge Sampaoli foi o entrave para a negociação acontecer, em outras duas oportunidades o Galo foi superado na disputa pela meia. A primeira delas foi justamente para o Palmeiras, em 2016.
Então com 21 anos, o atual camisa 23 palmeirense era uma das promessas do Coritiba no Brasileirão daquele ano e despertou o interesse de muitos clubes, inclusive do Atlético, que viu a briga pelo título acabar de vez após um gol de Veiga. O Galo estava sete pontos atrás do Palmeiras, restando cinco rodadas para o término da competição, quando foi derrotado pelo Coxa por 2 a 0, no Couto Pereira. Raphael Veiga marcou um golaço de fora da área para abrir o placar.
A partida foi disputada em 6 de novembro de 2016, uma semana antes de Veiga assinar contrato com o Palmeiras. Após a derrota para o Coritiba, a diretoria alvinegra foi atrás daquele jovem jogador que se destacou na partida e anotou um belo gol. Mas já era tarde depois, afinal o clube paulista chegou antes e a negociação estava bastante avançada. O Palmeiras pagou R$ 4,5 milhões por 50% dos direitos.
Um ano depois, o Atlético tentou contratar Raphael Veiga mais uma vez. Como o meia não foi bem na primeira temporada com a camisa palmeirense, ele foi colocado à disposição para ser emprestado. Então presidido por Sérgio Sette Câmara, que é amigo de Alexandre Mattos, à época diretor do Palmeiras, o Galo tinha tudo certo com a equipe alviverde. Mas prevaleceu a decisão do jogador, que escolheu ir para o Athletico-PR.
Na temporada 2018, o Palmeiras emprestou o zagueiro Juninho, o volante Arouca e os atacantes Erick e Róger Guedes ao clube mineiro.
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