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O que tira o sono de Vítor Pereira em momento de oscilação do Corinthians

Vítor Pereira carrega gol móvel durante treino do Corinthians - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Vítor Pereira carrega gol móvel durante treino do Corinthians Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/06/2022 04h00

Vítor Pereira chegou ao Corinthians no final de fevereiro e logo passou a ter de conviver com as peculiaridades do futebol brasileiro. Três meses depois, a adaptação à realidade no Brasil ainda gera desconforto ao comandante alvinegro.

Embora tenha classificado o Timão às oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil e esteja na terceira colocação do Brasileirão, a recente instabilidade custou ao time a liderança do grupo da competição continental e do Nacional.

Internamente, a avaliação é de que o Corinthians poderia ter mais do que os atuais 15 pontos. Depois da frustração com a eliminação no Paulistão, o time teve um início de Brasileirão promissor e logo assumiu a primeira posição. Mesmo na Libertadores, onde estreou com derrota para o Always Ready, na Bolívia, a equipe se recuperou e mostrou evolução nas duas partidas diante do Boca Juniors, da Argentina.

Um dos fatores que mais preocupa a comissão técnica são as lesões. Willian, Jô, João Victor e Fagner estão entre as preocupações recentes. As constantes ausências ajudam a explicar a queda de desempenho recente. O retrato da dificuldade que o Timão está passando ficou claro nas últimas três partidas da equipe.

Os empates contra São Paulo, Always Ready-BOL e América-MG, todos em casa, tiraram o Corinthians da ponta do Brasileirão e a oportunidade de terminar na liderança do seu grupo na Libertadores. Com a com a segunda colocação no torneio continental, o Timão terá de decidir fora de casa o mata-mata das oitavas de final contra o Boca, na Bombonera.

Outro ponto que tem tido impacto é a longa distância percorrida pelo clube. Pela Libertadores, o time fez jogos na Colômbia, Bolívia e Argentina, aumentando o desgaste dos jogadores. Com o pouco tempo de recuperação, a saída encontrada por Vítor Pereira foi trocar atletas conforme a necessidade.

Criticado por escalar Renato Augusto de "falso nove", o treinador também encontrou soluções para algumas situações, como adaptar o lateral esquerdo Fábio Santos como zagueiro e colocar o atacante Gustavo Mosquito como ala-direito, tudo para tornar o time mais ofensivo e intenso. E também para poder alternar a maneira de jogar da equipe, de 4-3-3 para 3-4-3 ou 4-4-2 sem fazer substituições.

O elenco curto é outra barreira que Vítor Pereira tem de superar. Sem reforços, o português ainda tenta lidar com a ausência de Paulinho. O volante lesionou o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e só deve voltar a atuar no ano que vem.

Na busca pela intensidade a cada três dias - em média o tempo entre os jogos no Brasil -, nomes como Du Queiroz, Gustavo Mantuan, Adson e Raul Gustavo ganharam espaço. Por outro lado, Róger Guedes perdeu a titularidade e virou apenas uma opção, a ponto de ser questionado pelo técnico publicamente, que cobrou mais entrega do atacante.

Com uma semana de intervalo entre o empate do último domingo contra o América-MG e o jogo com o Atlético-GO, amanhã (4), pela nona rodada do Brasileirão, Vítor Pereira poderá usufruir do tempo que considera necessário para preparar a equipe, embora ainda talvez tenha de lidar com ausências importantes.

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