Quem é o francês de R$ 400 milhões que pode ser sombra de Casemiro no Real

Infância e primeiros passos no futebol

Aurélien Djani Tchouaméni nasceu em 27 de janeiro de 2000, na cidade de Rouen, no noroeste da França. É o mais velho de três irmãos de uma família de classe média e origem camaronesa. Seu pai, Fernand, não conseguiu ser jogador profissional, mas se formou farmacêutico e trabalha em uma multinacional especializada em saúde animal. A mãe é orientadora educacional e, reservada, nunca aparece na mídia e até seu nome é desconhecido do público.

Na infância, Aurélien se destacava na escola não por notas ou muita bagunça, mas por ser tagarela durante as aulas. Falava tanto com os amigos que os professores se cansavam de chamar sua atenção. "Com os anos ganhei maturidade, mas falava muito, mesmo", já disse em entrevista. Aos cinco anos trocou o judô pela primeira equipe de futebol, o SJ Artigues, e logo se tornou o melhor do time. Era tão jovem que ainda nem poderia ser registrado, mas ali começou a viver o sonho do pai.

Descoberto pelo Bordeaux

A família se mudou de cidade duas vezes, e o garoto já chamava a atenção no futebol aos 11 anos, quando foi convidado para uma peneira no Bordeaux. Passou no teste, ficou sete anos nas categorias de base do clube e passou a ser convocado para a seleção francesa sub-17. Foi relacionado como profissional pela primeira vez no começo de 2018, mas subiu e desceu do time B por seis meses.

Ele estreou no time principal já como titular, em uma derrota em casa para o Strasbourg na qual o Bordeaux ficou com um a menos aos 13 minutos -o expulso foi o zagueiro Pablo, um dos nove brasileiros com quem Tchouaméni já jogou.

Esta temporada de estreia foi a única que o volante começou e terminou nos profissionais do Bordeaux. Na seguinte ele assumiu a titularidade absoluta no meio-campo, mas não como volante central, pois esta posição era do brasileiro Otávio -hoje no Atlético-MG. No total, fez só 31 jogos como titular do Bordeaux até ser contratado pelo Mônaco em janeiro de 2020.

Mônaco o transformou em estrela

Foi uma aposta alta do Mônaco, a maior contratação de um time francês naquela janela de transferências -um pouco mais do que o Lyon pagou por Bruno Guimarães na época. Rapidamente, porém, Tchouaméni mostrou que valia muito mais: virou o pilar do meio-campo do time com uma temporada de alto nível, que o levou à seleção principal da França em setembro do ano passado. Já em sua segunda convocação, surpreendeu a todos sendo titular logo na final da Nations League, contra a Espanha, após Rabiot testar positivo para covid-19.

Foram três anos entre os primeiros passos como profissional e o título com a França, que colocou Tchouaméni de vez na mira de gigantes europeus. Um pouco mais recuado em campo, ele viveu a melhor temporada da carreira em 2021-22, já com alguma maturidade nas características de um volante moderno. Não à toa, é comparado a ídolos franceses como Kanté e Pogba.

Ele tem todo o potencial para se tornar um meio-campista completo. É um jogador moderno.
Cesc Fabregas, em elogio a Tchouaméni.

Sombra para Casemiro?

Tchouaméni foi o quarto maior ladrão de bolas do último Campeonato Francês (86 desarmes, média de 2,5 por jogo) e fez cinco gols na temporada -um deles contra o Sparta Praga na fase preliminar da Liga dos Campeões. Segundo a imprensa europeia, o volante está na mira de vários clubes grandes: Chelsea e Manchester United o sondaram no passado, Paris Saint-Germain e Liverpool têm interesse atualmente, mas o destino parece ser o Real Madrid.

O atual campeão europeu aos poucos prepara sua próxima geração de meio-campistas, afinal o trio Casemiro-Toni Kroos-Modric é histórico, mas não eterno: todos já passaram dos 30 anos. Neste contexto, Tchouaméni pode seguir os passos do compatriota Camavinga, seu companheiro de seleção francesa, que chegou ao Real no ano passado e já mostra bons serviços.