Christian usou 'estratégia Léo Batista' para ter destaque e ir à seleção
Para chegar à seleção brasileira, todo jogador precisa se destacar pelo clube onde atua. No caso dos atacantes, a notoriedade chega com bons jogos e gols. Na trajetória de Christian, os holofotes vieram e renderam convocações entre 1997 e 2001, mas tudo começou com uma ideia do próprio centroavante, então no Internacional. A estratégia era simples: balançar as redes especialmente aos domingos, para ver os lances no programa Fantástico, da Globo.
Aos 47 anos, o ex-atacante de Inter, PSG, Bordeaux, Palmeiras, Grêmio, São Paulo, Botafogo, Juventude, Corinthians, Portuguesa, Pachuca-MEX e outros sete clubes é franco. Chegou à seleção pelos gols e pela 'estratégia Léo Batista'.
"A gente tinha dificuldade naquela época, eram outros tempos. Então, os gols marcados no Campeonato Gaúcho não tinham repercussão nacional. Fazia diferença para o clube, óbvio, mas os gols contra o Grêmio Santanense, com todo respeito à comunidade de Livramento, não apareciam. Por isso, eu pensava assim: os gols que vão aparecer são os gols no Beira-Rio. Esses gols iriam aparecer no Fantástico domingo à noite. Era a minha tática para estar em evidência. No final de semana eu era obrigado a acelerar cada vez mais o passo, eu estava preocupado com a seleção brasileira. Queria chegar lá, então era meu marketing", conta Christian.
Na década de 1990, os 'Gols do Fantástico' chegaram a ser um bloco específico do programa. Depois das atrações gerais, os apresentadores encerraram a atração para logo depois começar o segmento com apresentação de Léo Batista. O icônico jornalista brasileiro mostrava gols pelos estaduais, demais competições nacionais e campeonatos europeus com participação de jogadores da seleção brasileira.
Revelado pelo Inter no início dos anos 1990, o atacante deixou o Brasil cedo e foi atuar em Portugal. Na volta ao estádio Beira-Rio, se consolidou como destaque do time. No Brasileirão de 1997, marcou 23 gols. No ano seguinte, seguiu em alta e foi convocado pela seleção brasileira.
Christian estreou com a camisa verde e amarela em amistoso contra o Equador, em setembro de 1997. Voltou a ser chamado no ano seguinte e fez parte do grupo da seleção que venceu a Copa América de 1999. Também esteve na Copa das Confederações daquele ano e em amistoso realizado em 2001, diante do Estados Unidos. Mas tudo começou com o plano de marcar gols preferencialmente no final de semana.
"Hoje em dia é barbada, fez um gol no sub-11 e está na internet inteira. Naquela época, não tinha isso e essa era uma forma de me promover. No final de semana eu era obrigado a acelerar o passo, obrigado mesmo. Se eu tivesse que ir mais devagar no meio de semana, dar uma seguradinha, eu dava. Quando o jogo estava mais ou menos já, eu dava uma segurada pensando no final de semana. Pensando em mostrar pro pessoal da seleção lá que eu estava fazendo gol", detalha o ex-atacante.
O primeiro treinador a chamar Christian para a seleção foi Zagallo. Depois, ele também foi lembrado por Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão.
"Fui convocado e estive na seleção em uma época onde os atacantes do Brasil eram destaque na Europa. Era Rivaldo, Romário, Ronaldo, Elber, Sonny Anderson. A turma era muito forte e eu cheguei lá. Eu não jogava na Europa, jogava no Inter e o Inter daquela época era bem diferente do que virou depois. Então me orgulho muito", comenta Christian, ao lembrar o período de seca de títulos do clube gaúcho.
Campeão mundial com o São Paulo, em 2005, Christian atualmente é sócio em empresa de gestão de atletas em Porto Alegre.
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