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Promessa do Inter volta de Portugal mais maduro e de olho em novos desafios

Peglow, emprestado pelo Inter, esteve durante um ano no Porto, de Portugal - Divulgação/Porto
Peglow, emprestado pelo Inter, esteve durante um ano no Porto, de Portugal Imagem: Divulgação/Porto

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

07/06/2022 04h00

Ainda não está definido se João Peglow permanecerá no Internacional ou se buscará novo destino. No entanto, o meia-atacante está de volta de Portugal e pronto para novos desafios. Mais maduro após passagem pelo Porto, onde atuou na equipe B, o atleta de 20 anos realiza treinamentos especiais de olho em adaptação rápida ao clube pelo qual atuar.

"Eu trago uma experiência muito positiva, muito mesmo, de Portugal. Aprendi muitas coisas novas em um futebol diferente, cresci em forma de pensar, aprendi muito como homem, como ser humano... Foi uma experiência incrível", contou o jogador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Eu volto diferente, muito mais preparado, muito mais focado, muito mais com a cabeça no que tem que fazer. O futebol europeu amadurece muito o jogador. Sempre tive uma cabeça boa, mas, quando se vai para a Europa, é diferente. A gente realmente aprende o que fazer, a hora de descansar, a hora de se alimentar, isso é algo que reparo muito. Volto muito melhor de cabeça, como homem, como atleta, isso é o que trago de lá", completou.

Foi um ano atuando no time B do Porto por empréstimo. Ao todo, Peglow disputou 32 partidas, marcou três gols e deu duas assistências. Sua ligação ao Inter vai até o fim do ano que vem e o futuro é incerto. Com sondagens aumentando, a expectativa é de decisão logo sobre permanecer ou sair novamente do clube do Beira-Rio para outro período emprestado.

João Peglow em ação pelo Porto. Jogador tem direitos ligados ao Inter - Kaptamais/Divulgação - Kaptamais/Divulgação
Imagem: Kaptamais/Divulgação

"Foram bons jogos [pelo Porto]. Eu estive disponível em todos os 34 jogos da temporada, joguei 32 partidas. Treinei muitas vezes com o time principal e tivemos muitos jogos contra eles. Sempre estávamos juntos, foi incrível, treinar, aprender, escutar, é um aprendizado gigantesco", contou.

"O futebol de lá é mais físico, se precisa estar correndo o tempo todo, andando para frente, seja na marcação ou na parte ofensiva, é muito tático", acrescentou. "Joguei pelos dois lados, como falso nove, contra o Benfica, quando fiz um gol, e também como camisa 10, segundo atacante. No Inter, na base, na seleção, sempre joguei em qualquer posição do meio para frente. Me sinto bem em qualquer função", sintetizou o campeão do Mundial sub-17 em 2019 pela seleção brasileira.

Na Europa, ele foi recepcionado pelos brasileiros que atuam no Porto e ganhou apoio, principalmente, do zagueiro Pepe.

"Lá no Porto, independente de time B ou principal, os jogadores se respeitam muito. Quando a gente ia treinar com eles, parecia que fazíamos parte do grupo. Quando cheguei, o Pepe, que era um cara que eu sempre via na TV e acompanhei, foi o primeiro a falar comigo, a se colocar à disposição para o que eu precisasse. Isso foi muito bacana", contou.

De volta ao Brasil Peglow não faz questão de pensar no futuro. Onde seguirá atuando é tema que deixa para seu estafe.

"Procuro não me envolver muito nisso, quero mais é fazer o meu trabalho. Os clubes e o meu empresário é quem sabem. Voltei das férias agora, descansei, e agora vou começar a trabalhar de novo, mas sem perguntar. Quero trabalhar para estar bem e feliz onde estiver", revelou.

Treinamento especial e carinho pelo Inter

Peglow (centro), com Jonathan Pires (esq) e Renan Fogaça (dir) - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Enquanto tem futuro incerto, Peglow trata de reforçar sua preparação física. O trabalho já acontece há aproximadamente três anos e conta com a participação do preparador físico Jonathan Pires e do fisioterapeuta Renan Fogaça (ambos na foto acima).

"O trabalho particular de atletas vem crescendo muito e temos visto que dentro de campo os resultados aparecem. É um trabalho de prevenção de lesões, além de deixar uma estrutura boa para aguentar os jogos, porque sabemos como é o calendário brasileiro. Fazemos uma periodização e durante as férias uma manutenção de força. É uma mini pré-temporada para que o jogador possa entregar o melhor em campo", reforçou Jonathan, que já trabalhou com atletas como Edilson, do Grêmio, Marcelo Moreno, Juan Jesus, do Napoli, e Fabi Simões, do time feminino do Inter.

"Eu sempre trabalhei, jogando ou não, durante as férias também, todos os dias. A gente trabalha mais força para não perder o preparo, para não ter risco de lesões, para voltar forte e poder jogar e treinar em 100%", reforçou Peglow.

O trabalho particular e especial ainda não é tão comum no Brasil, mas vem ganhando cada vez mais adeptos. No atual elenco do Inter, o centroavante Wesley Moraes recentemente passou a executar atividades no turno inverso do clube para buscar melhorar seu rendimento.

"Isso só traz benefícios aos atletas. A gente sabe da intensidade dos jogos e da necessidade de um trabalho preventivo para superar a carga de treinos. Sabemos que no Brasil muitas vezes ainda é um pouco difícil a relação com os clubes, mas acho que deveria ser mais próxima pois quem ganha com isso é o atleta. Na Europa é mais fácil e tranquilo", contou.

Peglow durante treinamento particular de preparação física - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Segundo ele, Peglow estará pronto para defender o clube com o qual se acertar. "Com certeza estará em plenas condições de integrar o grupo. Ritmo de jogo se pega com as partidas, mas chega numa condição de adaptação rápida", contou.

De longe, o meia-atacante acompanhava o Inter dentro das possibilidades e guarda carinho pelo clube e a torcida.

"Eu sou torcedor do Inter, tenho carinho muito grande pela torcida, sempre dei meu máximo em campo e sei que posso dar muito mais também, porque confio no meu trabalho. Em Portugal, o fuso horário é de quatro horas a mais, às vezes ficava tarde, mas eu sempre acompanhava o Inter. Desde minha volta, já fui ao Beira-Rio ver os jogos. O time está crescendo, em evolução, mas não posso opinar muito porque não estou lá. Mas sempre na torcida", finalizou.

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