Vices, vaias e briga com Diego Alves: a passagem de Paulo Sousa pelo Fla

A passagem de Paulo Sousa no Flamengo chegou ao fim. Contratado no fim do ano passado, o português há tempos já vinha sendo alvo de críticas das arquibancadas e não resistiu à derrota contra o Red Bull Bragantino, pelo Brasileirão. Ele será substituído pelo técnico Dorival Jr., que já disse sim ao Flamengo e define rescisão com o Ceará.

Ao longo dos últimos meses, o português foi vaiado e xingado em diferentes jogos, independentemente do resultado. No total, Paulo Sousa comandou o Flamengo em 32 partidas, com 19 vitórias, sete empates e seis derrotas. Foram 59 gols marcados (média de 1,84 gol por jogo) e 29 sofridos (média de 0,91 gol por jogo).O português sofreu duas derrotas seguidas apenas uma vez ao longo dos meses, justamente nos últimos dois jogos da equipe, o que pesou para a demissão nesta semana.

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Paulo Sousa estreou com vitória por 3 a 0 contra o Boavista, pelo Campeonato Carioca, e perdeu para o Fluminense no jogo seguinte. Depois, enfileirou nove jogos invicto no estadual, sequência que acabou com a queda para o mesmo Flu na final.

O português deixa o Fla sem títulos, com dois vices: no Carioca e na Supercopa do Brasil, a qual perdeu nos pênaltis contra o Atlético-MG, após empate por 2 a 2.

Na Libertadores, o Flamengo de Paulo Sousa terminou a fase de grupos com 89% de aproveitamento, na liderança do grupo H, e se classificou tranquilo às oitavas de final, mas, mesmo assim, não convenceu a torcida.

Já no Brasileirão, o clube rubro-negro ainda não deslanchou. A equipe ocupa apenas a 14ª posição e só tem um ponto a mais que o primeiro time na zona de rebaixamento.

Polêmica com Diego Alves

Além dos resultados instáveis, a passagem de Paulo Sousa pelo Rio ficou marcada por uma polêmica envolvendo o goleiro Diego Alves. O veterano perdeu espaço com o português e passou a frequentar o banco de reservas. Mais tarde, nem sequer foi relacionado e se machucou.

A situação piorou após vitória contra a Universidad Católica, pela Libertadores, quando Paulo Sousa comentou a ausência de Diego Alves nos últimos jogos, em recuperação de pubalgia. Segundo o técnico, o goleiro pediu para jogar, mesmo sem treinar há dez dias. O português ainda citou uma reunião com o diretor Bruno Spindel e, por fim, reforçou que "os processos não são assim".

Diego Alves se sentiu exposto pelas declarações do treinador e via a necessidade de uma retratação pública tanto de Paulo Sousa quanto da diretoria, o que não ocorreu.

A polêmica reacendeu no último fim de semana, quando o goleiro foi relacionado para o jogo contra o Fortaleza, mas acabou cortado do banco. Na mesma partida, o treinador foi vaiado antes mesmo de a bola rolar quando teve o nome anunciado no telão do Maracanã.

Depois da derrota por 2 a 1 para os cearenses, o português explicou que Diego ainda não estava na melhor das condições. Na partida seguinte, contra o Bragantino, o goleiro ficou no banco em nova derrota do Flamengo.

Paulo Sousa concedeu entrevista coletiva após o duelo e percebeu que o fim da linha havia chegado para ele na equipe. "Eu estou centrado em tudo o que posso fazer, com todo meu coração, com toda a minha sabedoria, para oferecer o melhor de mim para este Flamengo que tanto merece", disse.

"Há coisas que eu não posso controlar e essas são as que eu menos gasto energia. Eu gasto energia naquilo que é a minha convicção, na nossa metodologia e em trabalhar com os rapazes da melhor forma para irmos ganhando os jogos. Por isso, tudo o que se comenta e escreve é algo que eu não posso controlar. Meu foco é analisar os rivais, passar com clareza os comportamentos dos nossos rivais para a nossa equipe, recuperar decisões e tomar decisões depois do jogo", acrescentou.