Topo

Palmeiras

Estável com Abel, Palmeiras vê rivais da Série A trocarem técnico 62 vezes

Abel Ferreira tecnico do Palmeiras durante partida contra o Sao Paulo - Ettore Chiereguini/AGIF
Abel Ferreira tecnico do Palmeiras durante partida contra o Sao Paulo Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

11/06/2022 04h00

Abel Ferreira dirigiu o Palmeiras pela primeira vez em 5 de novembro de 2020. Naquela noite, o português, anunciado dias antes, viu seu Palmeiras vencer o Red Bull Bragantino por 1 a 0, no Allianz Parque, e se classificar às quartas de final da Copa do Brasil. Curiosamente, os dois treinadores daquele jogo são os únicos entre os técnicos da Série A do Brasileirão que ainda estão nos mesmos clubes que comandavam naquela data.

Maurício Barbieri, do Bragantino, é o técnico mais longevo entre os treinadores da elite nacional. Ele bate Abel por quase dois meses, visto que foi contratado em 4 de setembro de 2020. Barbieri é uma exceção. Desde que assumiu o Palmeiras, Abel já viu todo os demais times que estão atualmente na elite do Nacional trocarem seus técnicos. No total, foram 62 trocas.

Desde que Abel chegou ao Verdão, os times da elite do Brasil tiveram 82 treinadores (total que inclui os 20 que comandavam os clubes na chegada do português) —alguns trabalharam por dois ou até três clubes. Isso perfaz a absurda média de mais de quatro técnicos para cada clube num intervalo de 589 dias. Também na média, a cada nove dias, um clube atualmente da Série A trocou de treinador nesse intervalo.

Com seus quase 600 dias de Palmeiras, Abel atropela uma estatística do CIES Observatório do Futebol, órgão suíço de análises esportivas. De acordo com estudo divulgado pelo órgão em março deste ano, a média de permanência de um técnico em um clube brasileiro é de 163 dias. Abel mais do que triplicou essa média no Alviverde.

Principais rivais fizeram 13 trocas

Flamengo, Atlético-MG, Corinthians, São Paulo e Santos, principais rivais do Palmeiras nas disputas de títulos desde a chegada de Abel, também tiveram muitas trocas.

Com a demissão de Paulo Sousa e a chegada de Dorival Júnior, Abel vê o Rubro-Negro ter seu quinto técnico diferente. O Santos está no quarto, com Bustos. Já Corinthians (Vítor Pereira), São Paulo (Rogério Ceni) e Atlético-MG (Turco Mohamed) tiveram três treinadores desde que Abel iniciou os trabalhos no Palmeiras.

Com contrato renovado até 2024 e um casamento bastante sólido com o clube, a tendência é que Abel se aproxime muito dos números de Ventura Cambón, comandante do Palmeiras na Copa Rio de 1951. Com 305 jogos, o uruguaio é o quarto treinador que mais vezes dirigiu o clube.

Abel Ferreira comandou o Palmeiras em 128 partidas e é o décimo treinador no ranking de jogos do Alviverde. O próximo da lista, que Abel vai superar com tranquilidade até o fim do ano, é Dudu, lendário personagem da mitologia alviverde, que somou 141 jogos. E, se nada der errado, e o Palmeiras avançar na Libertadores e na Copa do Brasil, o português poderá até passar os 153 jogos do argentino Filpo Nuñez e grudar nos 178 de Mário Travaglini até o fim deste ano.

Técnicos dos clubes da Série A desde a chegada de Abel ao Palmeiras

América-MG: Lisca, Mancini, Marquinhos Santos e Vagner Mancini

Atlético-GO: Marcelo Cabo, Jorginho, Eduardo Barroca, Marcelo Cabo, Umberto Louzer e Jorginho

Atlético-MG: Jorge Sampaoli, Cuca e Turco Mohamed

Athletico-PR: Paulo Autuori, António Oliveira, Alberto Valentim, Fabio Carille e Luis Felipe Scolari

Avaí: Geninho, Claudinei Oliveira e Eduardo Barroca

Botafogo: Ramón Díaz, Eduardo Barroca, Marcelo Chamusca, Enderson Moreira e Luís Castro

Ceará: Guto Ferreira, Tiago Nunes e Dorival Júnior

Corinthians: Vagner Mancini, Sylvinho e Vítor Pereira

Coritiba: Jorginho, Rodrigo Santana e Gustavo Morínigo

Cuiabá: Marcelo Chamusca, Allan Aal, Alberto Valentim, Jorginho, Pintado e António Oliveira

Flamengo: Domènec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa e Dorival Jr.

Fluminense: Odair Hellmann, Roger Machado, Marcão, Abel Braga e Fernando Diniz

Fortaleza: Rogério Ceni, Marcelo Chamusca, Enderson Moreira e Juan Pablo Vojvoda

Goiás: Enderson Moreira, Glauber Ramos, Pintado, Marcelo Cabo, Bruno Pivetti e Jair Ventura

Internacional: Eduardo Coudet, Abel Braga, Miguel Ángel Ramirez, Diego Aguirre, Alexandre Medina e Mano Menezes

Juventude: Pintado, Marquinhos Santos, Jair Ventura e Eduardo Baptista

Red Bull Bragantino: Mauricio Barbieri

Santos: Cuca, Ariel Holan, Fernando Diniz, Fabio Carille e Fabián Bustos

São Paulo: Fernando Diniz, Hernán Crespo e Rogério Ceni

Palmeiras