Topo

Corinthians

VP lamenta saída de Jô do Corinthians e se diz satisfeito com Róger Guedes

Vitor Pereira, técnico do Corinthians, durante partida diante do Juventude - VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Vitor Pereira, técnico do Corinthians, durante partida diante do Juventude Imagem: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

11/06/2022 19h43

Como tem sido habitual desde que assinou com o Corinthians para trabalhar no futebol brasileiro, o técnico Vítor Pereira não se esquivou das perguntas dos jornalistas e foi sincero em suas respostas após a vitória do Timão, por 2 a 0, diante do Juventude. O português lamentou a saída de Jô e, pela primeira vez após externar o descontentamento com Róger Guedes, elogiou o camisa 9.

"Lamento muito sinceramente. Tinha uma relação de confiança e compromisso com o Jô. Houve uma primeira situação e conversamos para que ele não mais fugisse do profissionalismo para não deixar a equipe em dificuldades. Lamento muito pelo Jô, ele tinha determinadas características que eram importantes para o nosso jogo, mas teve um comportamento repetido e se tornou um padrão. Quando a imagem do grupo e o espírito da equipe é afetado, não há solução. Foi uma pena porque ele tem qualidade. Foi sempre um jogador de grupo, um amigo que perdemos pelo caminho de forma lamentável. Agora temos que reinventar soluções", explicou o comandante do Corinthians ao ser questionado sobre o episódio que culminou na rescisão contratual de Jô.

Sem o centroavante, o português se viu obrigado a improvisar Róger Guedes como referência do sistema ofensivo no duelo deste sábado (11) diante do Juventude. Embora não seja a posição onde mais se sente confortável dentro de campo, o camisa 9 'quebrou o galho' por lá e, segundo Vítor Pereira, desempenhou bem sua função.

"A minha avaliação com os jogadores é honesta e sincera. Conversei várias vezes com o Róger e, apesar da qualidade que ele tem, tem muitos apagões no jogo. Há momentos em que está e há momentos em que não está. Ele tem momentos de apagão, liga e desliga, depois reage tarde. O que eu pedi a ele, sei que não é um atacante de área, mas é um jogador de mobilidade e qualidade técnica. Tem que pressionar e fazer gols. Ele é rápido, tem que aparecer na área. O que mudou? Mudou ele estar disponível e querer fazer as coisas, não estar contrariado, e fazer novas funções sem oportunidade de desligar. Tem feito esse esforço e estou muito satisfeito com o trabalho dele. É um jogador que, se estiver comprometido, nos ajuda muito", comentou.

Com o resultado de hoje, o Corinthians chegou aos 21 pontos e dorme na liderança do Campeonato Brasileiro. Amanhã (12), o Palmeiras enfrenta o Coritiba, no Couto Pereira, e em caso de empate ou derrota, o Timão termina a 11ª rodada na ponta da tabela. Na sequência da competição, o Alvinegro mede forças com o Athletico-PR, na Arena da Baixada. O duelo no Paraná acontece na próxima quarta (15).

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Vítor Pereira:

Análise sobre a partida

"Uma boa vitória, alguns momentos bem jogados, boa dinâmica. Poderíamos ter feito mais um ou dois gols para materializar o jogo que fizemos. Não podemos comparar com o jogo anterior porque viajamos duas vezes, jogamos em um clima completamente diferente. Já me pronunciei sobre o último jogo, ficamos aquém do que podemos fazer, mas faz parte. Fizemos um bom jogo e demos uma boa resposta".

Sobre postura ofensiva e marcação-pressão

"Fomos mais pressionantes, foi uma falha que no último jogo cometemos, demos espaços ao adversário. Não conseguimos encontrar espaços e pedi para sermos mais dominantes para não deixarmos o adversário crescer. Fomos mais dinâmicos, tivemos dinâmicas de qualidade, fomos mais reativos no perde-pressiona e se não somos vai nos obrigar a correr para trás. Às vezes conseguimos, independentemente dos sistemas, temos esse comportamento. O problema é que às vezes conseguimos e em outros parece que a equipe chega sempre atrasada. Hoje, felizmente, fomos mais agressivos".

Sobre protagonismo dos jogadores formados no clube

"Muito satisfeito. Eu, provavelmente por ter trabalhado na base por alguns anos, tenho como projeto criar espaços para os jogadores da base. Confiança para eles irem crescendo, esse futuro passa por valorizar o trabalho que se faz na base. Se eles têm qualidade, precisam ter espaço para treinar e trabalhar com a equipe principal e irem adquirindo confiança para jogarem no nível que treinam. Os jogadores têm qualidade e assim se prepara o fruto de um clube. Ver o Adson, o Du, o Pion e Mantuan fazerem o jogo que fizeram hoje me deixa feliz. Isso faz parte do clube".

Sobre a função tática do Adson

"Preciso dar liberdade, mas sem dar liberdade total. O Adson é um jogador acima da média em termos técnicos. Apesar de não ser forte, ele sabe os momentos de pressão, percebe que não pode jogar com o físico, mas é inteligente, rouba bolas e ajuda a pressionar. É qualidade, é um talento grande que o clube tem em mãos. Precisa cada vez ser mais Adson e hoje vimos muito desse Adson em campo"

Sobre titularidade de Rafael Ramos

"O Rafael passou um momento muito difícil, um pouco apagado, um pouco distante como se estivesse envolto nos problemas. Viu sua dignidade enquanto ser-humano ser afetada, precisou de tempo para se recompor e hoje foi uma partida importante para ele. É um jogador que pode nos ajudar, é um excelente ser-humano. Fico feliz por ele, sei que não foi fácil voltar. Agradeço a torcida por tê-lo apoiado".

Sobre momento do Corinthians no Brasileirão

"O Campeonato Brasileiro é uma maratona em que nós temos que reagir imediatamente. Duas derrotas consecutivas e vamos para o meio da tabela. A equipe pode ter um momento ruim, não temos um super elenco, não temos elenco para tirar um e outro, não temos esse elenco. O que é fundamental é nos mantermos vivos nas competições. Vejo o Guardiola falhar, vejo o Klopp falhar, como é que eu não falharia também? Vez ou outra não vamos fazer bons jogos, mas temos que fazer igual fizemos hoje e irmos para cima. Esse é o espírito do grupo, perder e ganhar juntos. O espírito de superação é preciso estar presente nos bons e maus momentos. A direção está conosco, sentimos esse apoio, cria-se um bom espírito de trabalho para irmos ao CT trabalhar".

Corinthians