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Willian pode ser pilar para título do Corinthians, acredita Élton Arábia

Élton, nos tempos de Corinthians, marca sobre a Portuguesa Santista, do goleiro Ronaldo - Almeida Rocha / Folha Imagem
Élton, nos tempos de Corinthians, marca sobre a Portuguesa Santista, do goleiro Ronaldo Imagem: Almeida Rocha / Folha Imagem

Augusto Zaupa e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

12/06/2022 04h00

São dois títulos da Copa São Paulo de Juniores e um do cobiçado Brasileirão no currículo, além de sete anos dedicados exclusivamente a um time de massa: o Corinthians. Mas Élton José Xavier Gomes, aos 36 anos e já aposentado, tem a sua imagem ligada ao futebol árabe. Por tanto, carrega o apelido de Élton Arábia. O meia-atacante foi contemporâneo de Willian na base alvinegra. O camisa 10 atualmente é a esperança do carente ataque do Timão, após a saída de Jô, na briga pelo título brasileiro.

"O Willian ali é o craque, cheguei a jogar com o Willian na base do Corinthians, joguei com ele no profissional. Mas o Juliano também é um craque. Joguei contra o Juliano na Arábia. O Corinthians deu uma evoluída, melhorou, vai ser um Brasileirão muito bom", recordou o ex-meia-atacante, que disputou 34 jogos como profissional do Timão.

Apesar de acompanhar constantemente as atuações do Alvinegro, Élton acredita que o time comandado por Vítor Pereira, mesmo sem os pomposos orçamentos de Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, está na briga pelo título do Brasileirão.

"O Corinthians é uma realidade, tem uma equipe boa. Mas ainda é muito cedo, o campeonato está começando e muito. Você vê que equipe pequena ganha de equipe grande. Mas o Corinthians realmente é uma realidade, vai ficar sempre no topo", disse o hoje empresário no meio esportivo.

Natural de Palmeira dos Índios (AL), o ex-jogador adotou o apelido de Élton Arábia após atuar por mais de uma década por clubes do continente asiático. O alagoano, aliás, sente-se meio árabe e meio brasileiro.

"Eu gosto [do apelido]. Vivi quase 13 anos lá, um país que mudou a minha vida, onde eu fui abraçado e pegou. Tenho o maior orgulho de ser chamado assim, por esse nome: Elton Arábia", disse. "Devo ser o brasileiro que ficou mais tempo também no futebol árabe. Na Arábia Saudita, foram 10 anos, rodei no país [pelos clubes]. Rodei no Qatar. Me destaquei mais no Al-Nassr, um dos maiores clubes, junto com o Al-Hilal. Tem o Al Fateh, onde eu fiquei mais tempo por cinco anos", recorda.

Outros trechos da entrevista com Élton Arábia:

Palmeirense revelado pelo Corinthians

"Eu era doente pelo Palmeiras. Mas não teve jeito. Como não se converter [a corintiano], uma torcida dessa aí não tem como. Acabei me apaixonando. Vivi quase sete anos no Corinthians, foi o clube que me formou para o futebol. Essa torcida é realmente incrível, é a maior do Brasil."

Perrengue na Romênia

"Veio um pessoal do Steaua Bucuresti olhar os jogos e gostou de mim. Isso [transferência para o clube] foi em 2007. Foi depois do jogo contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Paulista, perdemos por 3 a 1, joguei até de lateral esquerdo. Fiz um contrato de dois anos, só que eu fiquei apenas seis meses. Foi um pouco complicado, a primeira vez que eu saí do Brasil, não sabia falar inglês, estava sozinho. Joguei pouco também e fui vendido para o Al Nassr, da Arábia Saudita. Foi a melhor coisa que eu fiz na minha."

Vida de empresário

"Tenho quatro empresas. Estou montando um clube agora, mas estou federando para jogar o Alagoano amador. O clube vai ser Sport Clube Elton Arábia. Pretendo disputar as divisões [de acesso], com a possibilidade de jogar o profissional também, mas eu sei que é difícil, é um gasto maior, envolve muitas coisas. Mas tenho uma academia de musculação chama Arábia Fitness, uma escolinha [de futebol] e a Arena Arábia, que é o campo Society. Tudo tem 77, porque é o número que eu sempre usei na Arábia Saudita. Usei o número 77 por todos os clubes por onde passei."

Futuro está na Arábia

"Vou começar a fazer o curso da CBF [de treinador]. Já fui convidado até por um dos clubes de lá [da Arábia Saudita] que eu joguei para comandar a base. No momento, eu não aceitei porque não tenho experiência nenhuma, porque não tem nada a ver ter sido jogador e virar treinador, é totalmente diferente. Mas quero. Estou conversando com o professor da minha escolinha, pegando algumas coisas e vou fazer o curso."

Torcendo pelo ex-chefe Tite no Qatar

"Joguei no Qatar, no Mesaimeer e no Al-Gharafa. A estrutura dos estádios é uma coisa, é fora de sério. Estou torcendo para o Brasil chegar à final. Peguei o Tite no Corinthians, faz muito tempo. Ele dever ter mudado a forma dele de trabalhar, deve ter evoluído muito. O Tite é um cara espetacular, simples. Quando eu estava subindo [ao profissional], ele me tratava como os outros, de forma igual."