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Dracena admite interesse em atacante e prevê vendas: 'Santos precisa'

Emmanuel Martinez, atacante do Barcelona de Guayaquil - Rodrigo BUENDIA / AFP
Emmanuel Martinez, atacante do Barcelona de Guayaquil Imagem: Rodrigo BUENDIA / AFP

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

16/06/2022 13h33

Executivo de futebol do Santos, Edu Dracena admite o interesse no atacante Emmanuel Martínez, do Barcelona de Guayaquil (EQU). O argentino de 28 anos já havia sido procurado no início do ano.

Como antecipou o UOL Esporte, o Peixe monitora o atleta e busca formas de viabilizar a contratação pedida pelo técnico Fabián Bustos. Hoje, porém, não há nada concreto.

"Fomos atrás no início do ano, mas hoje não tem nada. Não estamos contratando. Pode ser que venha, entendemos que pode nos ajudar, mas estamos atentos. Se encaixar no que o Santos pensa, pode vir e nos ajudar. Vou ser bem sincero: hoje não estamos negociando com ele", disse Edu, à TV Santa Cecília.

Para trazer reforços, porém, o Santos precisará fazer pelo menos uma grande venda na próxima janela internacional de transferências, que reabre em 18 de julho. O Peixe recebe diversas sondagens, mas quase nada oficial.

A única proposta formal foi do León (MEX) pelo zagueiro Eduardo Bauermann. O Santos recusou a oferta de 1,5 milhão de dólares (R$ 7,5 mi).

"Marcos Leonardo não está vendido, não tem nenhuma proposta. Falei com o presidente agora. Perguntei se ele vendeu o Marcos Leonardo e o presidente disse que ia me perguntar a mesma coisa. As pessoas não têm responsabilidade. Não está vendido, não temos proposta oficial para nenhum jogador nosso. Muitas sondagens, sim, mas nenhuma proposta. Temos que entender que o Santos precisa de dinheiro. Até para podermos contratar e também colocar as finanças em dia. Quem sair vai sair para resolver a situação financeira do Santos. Temos sondagens para Kaiky, Ângelo, Marcos Leonardo, Sandry, Bauermann... Mas nenhuma proposta. E não venderemos ninguém por preço de banana", falou Edu.

"Estamos vendo vários mercados, aqui e fora. A grande dificuldade é ver se o jogador já atuou as sete partidas no Campeonato Brasileiro. É muito difícil vestir a camisa do Santos. Vemos todo dia jogos e jogadores. Hoje, infelizmente, o Santos não tem condição financeira de ter aporte para contratar. O jogador tem que acreditar no projeto. Temos que trazer quem pensamos que pode ser titular, não é trazer por trazer. Temos que ter elenco. Analisamos muitos jogadores e, dentro da nossa realidade, vamos tentar trazer os reforços que precisamos", completou.

O executivo de futebol do Santos também comentou outros temas, como a contratação de Ricardo Goulart e a possível saída de Emiliano Velázquez.

Goulart

"Temos que analisar a temporada, ano não acabou. Entendíamos que ficou muito tempo na China, que precisa de readaptação e trabalho diferenciado. Contratamos o pacote Goulart, não só o atleta dentro de campo. É o primeiro a chegar, os mais jovens o têm como exemplo. É claro que o mais importante é dentro de campo, mas o Goulart influencia o externo. Seu exemplo no elenco, de um cara reconhecido nacionalmente e mundialmente, com estrutura bem feita no futebol e fora do futebol, é importante para nós. No fim do ano poderemos ter análise completa. Muitos questionam hoje sobre a ajuda dele, sobre não fazer gols, mas temos que entender o contexto. Pode fazer gol decisivo logo mais e dizerem que a contratação foi acertada. Estamos contentes com a performance do Goulart no Santos".

Velázquez, que está na mira do Colo Colo (CHI)

"Não chegou nada para nós. Recebi inúmeras mensagens perguntando sobre isso. Ele tem contrato com a gente até o fim do ano e temos opção de compra para ficar em definitivo. Temos que receber proposta para vermos. Se for bom para ele e para o clube, faz parte. Não recebemos nada. Só um jogador recebeu proposta concreta aqui. E não foi nenhum jogador que vocês comentaram. Nenhum dos meninos".

Trabalho de Fabián Bustos

"Estamos muito contentes com o trabalho do Fabián [Bustos]. Ninguém é unanimidade, mas vemos o trabalho e a postura perante aos atletas. Estamos tranquilos. Santos está numa posição de meio de tabela e que poderia estar à frente se não fossem erros nossos ou de arbitragem. Estamos competindo e brigando de igual para igual. O Santos precisa de tempo nessa reformulação. E ter time competitivo, que vai brigar, é o que sempre pedimos. Um time que os outros olhem para o Santos e pensem que vai ser duro. Que vamos vender caro a derrota, principalmente na Vila. Estamos reestruturando a parte financeira para podermos brigar de igual para igual com qualquer time brasileiro".

Erros de arbitragem

"Estamos fazendo o que podemos. Mandamos ofício, ligamos. Marcamos com o presidente da CBF uma conversa, mas não deu. Iremos assim que ele puder. Os erros estão acontecendo não só no jogo do Santos, mas o Santos é o mais prejudicado. Santos poderia estar na liderança. Contra o Atlético-MG, sem aquela pressão, será que o árbitro veria o lance? E a expulsão contra o Juventude? A mão do Velázquez? Vamos fazer o que for possível. Cobramos via telefone e ofício. Assim que possível estaremos lá pessoalmente também".

Saída de Fabio Carille e relação com o Comitê de Gestão

"Acredito que eu entendo de futebol por tudo que vivi e vivo até hoje. Eu estou aqui todo dia, vejo todo treino e viajo todo jogo. Eu via que precisava de mudança com o Carille. A gente sente isso, como ex-atleta e agora vivenciando o externo. Quando vamos contratar jogador, eu passo para o presidente e vemos a parte técnica, depois conversamos com o treinador, depois ligamos para o empresário e vemos a parte financeira. E aí sim, já mastigado, entregamos ao presidente e ele se reúne [com o Comitê de Gestão]. Como sou executivo e responsável pelo futebol, a cobrança é maior em cima de mim. Se não vier resultados, aí sim podem falar. Não contratamos pensando que não vai dar certo, mas pode ser que aconteça. São muitos fatores. O diálogo é tranquilo com o Comitê de Gestão, passamos tudo para o presidente e tentamos viabilizar o mais rápido possível desde que caiba no orçamento. Já falaram que esse não é bom, que outro é melhor. Sempre tem (risos). Eu respeito, mas sou responsável pela decisão. Se o jogador que eu falei não der certo, pode me cobrar".

Auro e Willian Maranhão

"Eu acredito neles. Muito se questiona o Auro, o Maranhão, mas nós contratamos achando que vai dar certo. São momentos. O Maranhão me faz questionar. O que ele fez para a torcida não gostar. Falhou? Não dá passe longo? Não marca. Deixa ele jogar, pô. Se não der certo, dou a mão à palmatória. Mas precisa de tranquilidade e confiança. Ele já entra sendo vaiado pela própria torcida. Qual pessoa consegue trabalhar ouvindo que é ruim? Na minha opinião, eles vão render o que já renderam. Eu acredito nisso, o treinador também. Todos os jogadores que vieram foram num consenso. Nós nos reunimos, definimos o nome e passamos para o presidente. Acho que podem dar a volta por cima".

Sobre as saídas de Daniel Guedes e Sandro

"Acham que todo Menino da Vila vai virar craque. O campo não mente. O Daniel Guedes tinha contrato até dezembro e nós precisávamos de um lateral-direito. Eu não posso colocar ele para jogar sem renovar. A gente ofereceu um ano a mais de contrato. O Daniel ganhava muito mais que o Auro, não seria mais barato. E um jogador que tínhamos dúvida se ia performar ou não, haja visto que foi para outro clube e não está jogando [Cuiabá]. Meteram o pau em mim sobre o Sandro, saiu e não está performando. As pessoas não têm que entender que todo Menino da Vila vai ser titular. Se tem condição, vai ficar. Se não tem, vai para outro clube. São coisas que temos que ver e tomar decisão. Podemos errar e vou pedir desculpa se errar. Mas quando acerta, ninguém fala que acertou. A gente acompanha e vê evolução. Pode ser que Auro não jogue nada e tem contrato até dezembro. Não der certo? Vai por outro caminho. E só pagamos o salário menor que o do Daniel Guedes".

Pedro Scaramussa, lateral-esquerdo do sub-20 com contrato até dezembro

"O Pedro tem contrato até dezembro, é atleta da casa. Liberamos ele para tirar o passaporte. Ele quebrou a mão e ficaria três ou quatro semanas parado. Então viajou e estamos negociando, sim. Tomara que fique com a gente. Só vai ficar no Santos quem quiser e comprar o projeto. Muitos jogadores compram nosso projeto e vê que dá certo, como o Marcos Leonardo. Poderia não ter renovado, optou por estar no Santos e olha o que vale hoje. Santos perdeu muitos jogadores, mas agora temos planejamento e metas. Se não enquadrar, vai sair. Quero deixar um legado no Santos quando eu sair, assim como deixei como atleta de capitão e jogador vitorioso. Vou fazer de tudo para que isso aconteça. O Edu não faz sozinho, tenho pessoas que me auxiliam muito. Não é fácil ter olhos em todos os lugares".

Permanência do Bruno Oliveira, que está emprestado pela Caldense até dezembro

"Estamos gostando do desempenho e temos até dezembro para tomar uma atitude. Do jeito que está hoje, é provável [a compra]".

Jogadores afastados, como Jobson e Ed Carlos:

"Jogador tem que estar jogando, não importa onde. Jogador tem que performar. Pode ir para outro time e não jogar e aqui era craque e joia. Temos que ter calma, sem queimar etapas. Jogadores têm contrato com a gente, olhamos com carinho para todos e faremos a melhor opção".

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