VP reconhece falhas e defende os seus 'miúdos': 'O que seríamos sem eles?'
O Corinthians empatou em 1 a 1 com o Atlhetico-PR na Arena da Baixada e desperdiçou a oportunidade de reassumir a liderança do Campeonato Brasileiro. A vitória estava nas mãos do Alvinegro até os minutos finais do segundo tempo, quando o zagueiro Raul Gustavo cometeu o pênalti que resultou no gol adversário. O técnico Vítor Pereira reconheceu a falta de maturidade dos atletas mais jovens, mas os defendeu em coletiva de imprensa.
"O que nos faltou foi gerir um pouco melhor nossas emoções. O jogo estava controlado, perdemos bolas fáceis, demos esperanças ao adversário e essa confusão com os amarelos e com os vermelhos nos fez perder o foco. Cometemos um pênalti com um jogador correndo para a lateral do campo. É o que eu digo: miúdos (jovens) de 22 anos e com potencial vão crescer desta forma. Imagino o que seria da nossa equipe nesse momento se não tivesse esses miúdos todos com essa minutagem. Não sei onde estaríamos na tabela com tanta gente importante fora. Eles, naturalmente, cometem um ou outro erro, tenho que corrigir, a maturidade vem com o tempo. Estamos aqui para ajudá-los, mas não consigo imaginar o Corinthians sem os miúdos", argumentou o treinador também citando a expulsão do volante Roni apenas cinco minutos depois de entrar em campo no segundo tempo.
O português do Timão também criticou o gramado sintético da Arena da Baixada e viu o Athletico-PR beneficiado na partida por conta das características de seu estádio. Ainda na visão do treinador, sua equipe poderia muito bem ter conquistado a vitória fora de casa pelo futebol apresentado durante os 90 minutos do confronto.
"O jogo foi em um sintético no qual a bola salta muito, que cria dificuldades no controle, no passe, no arremate e em todos os gestos técnicos. O Athletico está mais habituado que nós, é um fato. Jogamos em um ambiente adverso, uma partida corrida e, às vezes, foi bem jogada. Poderíamos claramente ter saído com os três pontos, nos dói o empate desta forma. Houve uma imaturidade em determinados momentos do jogo, poderíamos ter ficado com os três pontos, mas a equipe lutou e o adversário também", concluiu.
Com o resultado, o Corinthians chegou aos 22 pontos ganhos na tabela de classificação e igualou o líder Palmeiras — que ainda joga nesta rodada. O próximo desafio do Alvinegro no Campeonato Brasileiro acontece domingo (19), às 16h (de Brasília), diante do Goiás, na Neo Química Arena.
Veja outros trechos da entrevista coletiva de Vítor Pereira:
Sobre expulsão de Roni e confusão no segundo tempo
"Já é a segunda vez que acontece isso, nos aconteceu contra o Boca Juniors. Na minha opinião, o árbitro geriu mal a situação, deveria ter resultado em um amarelo. Ele tem experiência para isso e nos resultou em uma expulsão. Eu disse ao Roni que jogador que entra de fora tem que entrar mais tranquilo porque, naquele momento, a equipe precisava de ajuda por conta de desequilíbrio no meio. Ele tem que aprender com isso, temos que refletir. Vamos ter uma conversa com todos. O jogador estava completamente controlado, tivemos a expulsão e cometemos um erro típico de jogadores jovens. Vão crescer desta forma. Vai ter que ser assim, vamos conversar com eles, não temos tempo para lamentar".
Por que Mantuan na lateral-direita no início do jogo?
"O Rafael não jogava 90 minutos há algum tempo (referindo-se ao jogo passado, contra o Juventude) e, por isso, optamos pelo Mantuan. Quando o Mantuan joga por ali ele dá uma profundidade no setor. Hoje, sentiu dificuldades do ponto de vista defensivo. Corrigimos no intervalo com a saída do Adson, mas como eles estavam fazendo variações estavam nos criando dificuldades. Procuramos corrigir a situação, de fato ele teve dificuldades no corredor. O primeiro lance do Rafael gerou um amarelo para ele, quando a falta foi ao contrário. Acho que o jogo, naquele momento dos vermelhos, deveria ter sido gerido de uma outra forma com a experiência que o árbitro tem".
O que acontece com Fagner?
"Não foi uma simples entorse. Foi uma lesão muito mais grave. Ele continua com alguma dor. Se eu trouxesse aqui para esse gramado sintético, eu o matava. É um gramado difícil para jogadores que vêm de lesões, faz muita gente ter que fazer gelo. Optamos por ainda não começar a dar alguns minutos ao Fagner por ser um gramado sintético. Espero que no próximo jogo seja possível dar alguns minutos ao Fagner, mas vamos ver".
Planejamento para os quatro jogos seguidos em casa
"Não podemos rodar tanto, nem temos soluções para isso. Vamos estabilizar o 4-3-3 que é o sistema que estamos a trabalhar. Se tiver mais uma lesão neste momento não sei como vamos resolver o problema. Temos que ser realistas em olhar para nossas dificuldades e buscar estabilizar. Pontualmente, vamos deixar um ou outro jogador de fora para recuperar alguns jogadores. É o que vamos fazer".
Ainda sobre lesões
"A lesão do Fagner foi de alguma gravidade, por isso tanto tempo fora. Está sendo difícil de recuperar, aconteceu em uma zona difícil de recuperar. Não sou médico, vou falar de uma forma geral. O João Victor também sofreu uma pancada, é o mesmo tipo de lesão. Tem o mesmo tipo de dificuldade, ainda está com dores, está tentando voltar e nos faz falta. O Maycon parecia uma lesão mais simples que se revelou uma lesão mais grave em um período difícil para nós. Ele faz falta para nós no meio, temos eliminatórias importantes. Está sendo difícil, perdemos o Jô, o Júnior Moraes está fora, tivemos o Willian fora por um período de tempo longo e, mesmo assim, continuamos a lutar pelos lugares da frente. Isso pra mim é mérito da equipe, mérito dos miúdos, estamos tentando crescer e esta equipe com toda a gente vai ser mais forte. Melhoramos nos dois últimos jogos, sinceramente estamos melhores".
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