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Palmeiras chega a R$ 180 milhões em contratações na gestão Anderson Barros

O Palmeiras anunciou a contratação do atacante Miguel Merentiel - Cesar Greco/Palmeiras
O Palmeiras anunciou a contratação do atacante Miguel Merentiel Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

18/06/2022 04h00

Segundo apuração da coluna Mercado da Bola do UOL Esporte, o Palmeiras vai desembolsar cerca de R$ 51 milhões (US$ 10 milhões pela cotação atual) por 70% dos direitos econômicos do atacante José Manuel López, o "Flaco" (Magro, em espanhol) . Com esse montante, o Palmeiras chega a R$ 180 milhões investidos em jogadores desde que Anderson Barros se tornou diretor de futebol do clube.

Barros foi contratado pelo Palmeiras no fim de 2019, mas suas primeiras negociações aconteceram apenas em 2020. Isso significa que o dirigente multicampeão —bi da Libertadores, bi do Paulista, da Copa do Brasil e da Recopa— está há cerca de dois anos e meio no cargo.

Entender esse valor só é possível comparativamente. E o melhor parâmetro só pode ser a gestão Alexandre Mattos, também multicampeão no Alviverde —Brasileiros de 2016 e 2018 e Copa do Brasil de 2015.

Mattos trabalhou no Palmeiras por cinco temporadas, de 2015 a 2019. E desembolsou R$ 390,7 milhões com direitos econômicos de jogadores. Considerando que Barros está no clube metade do tempo que Alexandre ficou, a economia proporcional até o momento é de cerca de R$ 43 milhões. Essa conta, porém, faz pouco sentido sem algumas considerações.

Direitos econômicos são a ponta do iceberg

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Leila Pereira, Anderson Barros e Abel Ferreira no primeiro dia de trabalho do time em 2022
Imagem: Cesar Greco/ Palmeiras

O pagamento dos direitos econômicos é apenas uma parte do valor total de uma transação no futebol. Qualquer negociação de grande vulto envolve também pagamentos de luvas contratuais e comissões a intermediários. E, principalmente no caso de atletas de renome, especialmente os que vêm "de graça", altos salários.

Tanto Mattos quanto Barros fizeram diversas contratações em que o custo de transação de direitos não existiu. Isso acontece com jogadores em vias de término de contrato ou outro tipo de arranjo. Na gestão Mattos, os principais exemplos desse tipo de negociação foram Luiz Adriano e Lucas Lima. Na de Barros, Jorge e Jailson, para citar apenas dois, vieram sem custos.

Mas isso não significa necessariamente gastar pouco. Nestes casos, os valores de comissão, luvas e bonificações costumam ser altos, com a diferença de serem diluídos. Mattos, por exemplo, relatou que Luiz Adriano, se tivesse cumprido contrato até o fim com o Palmeiras, teria deixado o clube com a mesma remuneração que teria se tivesse permanecido no Spartak (RUS), por causa de bônus, metas e outros gatilhos.

Folha de pagamento é o fiel da balança e vendas mostram superávit

Outro ponto de comparação importante é o valor dos salários. A partir de 2020, o Palmeiras mudou o perfil das contratações buscadas. Atacou jogadores mais jovens em detrimento de medalhões. E, desse modo, diminuiu o valor de sua folha de pagamento.

O clube não revela esse montante atualizado de modo detalhado. Mas, no fim de 2019, a folha do Palmeiras bateu perto de R$ 20 milhões mensais.

Outro ponto importante a se destacar é o balanço comercial. Se é verdade que Mattos gastou mais de R$ 390 milhões, também é importante destacar que as vendas de sua gestão bateram em R$ 518 milhões, uma diferença positiva de R$ 128 milhões.

Barros, até o momento, vendeu R$ 246 milhões, o que o deixa com um balanço positivo, neste aspecto, de R$ 66,5 milhões. Infelizmente para o time no campo, esse número deve subir. Jogadores como Danilo, Gabriel Menino, Piquerez, Scarpa, Raphael Veiga, Rony, Wesley e Gabriel Veron, entre outros, serão inevitavelmente negociados no futuro.

Por outro lado, outros nomes serão contratados. E o segredo da saúde financeira do clube, como o de qualquer empresa, estará em manter esse equilíbrio. Sem deixar de levar em conta, no entanto, que um clube de futebol não é uma entidade com fins lucrativos. E que sua função social é conquistar títulos, não fazer caixa —ao menos enquanto o clube não for uma SAF.

As contratações da gestão Anderson Barros pela cotação atual em R$ mi

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Jorge e Piquerez, em apresentação no Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/ Palmeiras

2020

Matias Viña - 22,6 (57,5%)
Rony - 2020 - 32
Kuscevic - 7,7
Alan Empereur - Zero
Breno Lopes - 7,2

2021

Danilo Barbosa - Zero
Mateus Fernandes - Zero
Jorge - Zero
Piquerez - 19,5

2022

Atuesta - 19 (70%)
Marcelo Lomba -Zero
Rafael Navarro - Zero
Jailson - Zero
Murilo - 13
Miguel Merentiel - 7,7
Flaco López - 51 (70%)

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