Pior time do mundo supera recorde histórico do Íbis: 56 jogos sem vencer
Uma tarde chuvosa em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, confirmou o que quase todos os poucos presentes ao Estádio Nogueirão já imaginavam: ali estava o pior time do mundo. Em jogo da Segunda Divisão do Paulista, o Atlético Mogi perdeu por 6 a 0 do Manthiqueira, chegou a impressionantes 56 partidas sem vencer e assim superou uma sequência histórica do Íbis Sport Club.
O time não vence um jogo desde 17 de junho de 2017. Na ocasião, venceu o Real Cubatense por 1 a 0, no mesmo Estádio Nogueirão em que hoje (18) perdeu mais uma. A última vitória faz tanto tempo que, na época, o presidente do Brasil era Michel Temer; a música mais tocada era Despacito; e no futebol só se falava da negociação que levaria Neymar ao PSG.
Quase exatamente cinco anos depois, uma espécie de ciclo se fechou: o Atlético Mogi agora detém a maior sequência negativa já registrada da história do futebol. Nos 56 jogos sem vitória, a equipe perdeu 53 vezes e empatou três; sofreu 221 gols e marcou apenas 24.
O time sofreu goleadas de todo tipo neste período, incluindo quatro derrotas por 9 a 0, a pior desvantagem e um dos placares mais frequentes da sequência. O tabu quase foi quebrado na tarde de 28 de maio, mas o Atlético Mogi não conseguiu sair do empate sem gols contra a AD Guarulhos enquanto o mundo inteiro acompanhava a final da Liga dos Campeões da Europa.
Todos esses jogos valeram pela primeira fase de seguidas edições da Segunda Divisão do Paulista, que é disputada por jogadores sub-23 e, apesar do nome, equivale ao quarto e último nível do futebol profissional em São Paulo. Na prática, o Atlético Mogi é o pior time do estado há nove anos, pois foi o lanterna da maioria as edições que disputou desde 2013. A chance de quebrar também esta sequência está no último compromisso da temporada, no sábado que vem (25), fora de casa contra o Flamengo de Guarulhos-SP.
Agora destronado, o Íbis ganhou notoriedade nacional justamente por estabelecer o recorde de jogos sem vitória, há quase quarenta anos. O jejum de 55 partidas durou três anos e 11 meses, entre 1980 a 84, sempre na elite do Campeonato Pernambucano —que ainda não tinha rebaixamento. O clube foi mencionado no Guinness Book e atualmente faz sucesso nas redes sociais brincando com a fama de pior do mundo.
Clube de empresários ficou sem dinheiro
O time foi fundado em 2004 como Clube Atlético Mogi das Cruzes Futebol Ltda. e disputou o primeiro torneio profissional dois anos depois. Desde o começo a intenção óbvia não foi o sucesso esportivo, mas a revelação de jogadores que pudessem ser negociados em seguida. Funcionou por algum tempo, mas a fonte de dinheiro secou.
O então presidente decidiu deixar o cargo em 2017 por não ver mais propósito em seguir custeando as despesas. Joaquim Carlos Paixão Júnior ainda consta entre os sócios-proprietários, mas diz já não exercer qualquer função no clube. Sem ele, o Atlético Mogi sofre para conseguir patrocínios, o principal fator para a perda de competitividade.
"Chegou uma hora que não deu mais. Com o tempo, precisei dar mais atenção aos negócios da família e saí. Aí, sem dinheiro, vejo que o pessoal acabou se perdendo por depender e ter que apostar só em garotos. Vira um ciclo vicioso: você não tem dinheiro, então não aparece nenhum parceiro para investir; e sem parceiro não tem de onde tirar dinheiro", lamenta o ex-presidente Paixão Jr.
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