Grêmio vê ambiente tenso atrapalhar rendimento do time e pede paciência
O Grêmio entende que o ambiente tenso está prejudicando o rendimento do time. Para o técnico Roger Machado, jogadores e direção, as cobranças da torcida tiram a naturalidade da equipe nos jogos na Arena e brecam a evolução em campo.
"O torcedor está impaciente, o contexto geral é triste, eu sei, mas tem que ter paciência. Em casa, tem que torcer até o final. Depois do jogo, podem fazer o que quiser, mas durante o jogo, tem que jogar a gente para cima, porque a gente precisa de carinho, de apoio. Eu peço de todo o coração, joguem a gente para cima, para frente, porque precisamos", disse Diego Souza, autor dos dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, no sábado.
Ainda que tenha conquistado os três pontos, o time gaúcho conviveu com vaias durante alguns momentos do jogo. Seja na dificuldade de criar oportunidades de gol ou pela utilização de jogadores que a torcida não gosta, o ambiente na Arena ficou longe do ideal.
"O fato de não sermos verticais passa muito pela ansiedade, o receio de arriscar um passe em profundidade. Não se arrisca com receio de ter essa retomada de ansiedade, passar isso para o torcedor e ele devolver para o campo", falou Roger Machado.
O treinador utilizou até o exemplo de times como Vasco e Cruzeiro, que estão há mais tempo na Série B e cujos torcedores já entenderam sua participação na volta à elite.
"No primeiro ano de rebaixamento, torcedores de Vasco e Cruzeiro também geravam esta ansiedade. Mas eles já aprenderam a jogar esta competição por estar há mais tempo nela", acrescentou o técnico.
Problema sem solução
Para Roger, não há como evitar tal comportamento. 'Machucados' pelo rebaixamento no ano passado e desconfiados pelo rendimento aquém do esperado no começo da Série B, os gremistas devem manter o expediente de cobrança e o elenco, na avaliação do técnico, precisa saber lidar com isso.
"Infelizmente vamos ter que lidar com a ansiedade do torcedor até o fim da competição. Temos que ser resilientes para não fazer com que essa ansiedade altere ou diminua nossa capacidade de tomar decisões em campo. Tenho que valorizar a vinda do torcedor ao estádio, mesmo decepcionado, chateado, ele veio", comentou.
Sobre a utilização de jogadores cobrados pela torcida, como Diogo Barbosa e Thiago Santos, que foram muito vaiados na vitória gremista, Roger explicou que leva em conta a exposição às vaias pensando no coletivo do time.
"Tudo que falo lá dentro [do vestiário] falo aqui fora para vocês [imprensa]. Meu raciocínio para escalar [o Diogo Barbosa] foi estratégico, por causa das características dele. Mas, também, pensei que se eu tivesse que abrir o time e colocar ele, a ansiedade de chamar ele no banco atrapalharia. Não por ele sentir, porque é muito maduro, mas pela ansiedade e a negatividade que pode surgir quando se chama um jogador do banco. Isso pode impactar nos outros atletas, no coletivo", contou.
"A maior capacidade que temos é não permitir que o ambiente interfira nas decisões. Em nenhum momento eu pensei em não colocar o Thiago [Santos]. E se mostrou correto, porque foi dele a roubada de bola para o segundo gol, e para o terceiro, que acabou anulado por impedimento. Falei para os jogadores: não se enganem, teremos que lidar com o ambiente de ansiedade, de tristeza, de impaciência da torcida até o final", sentenciou.
O Grêmio volta a campo na quinta-feira para enfrentar o CSA, fora de casa.
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