VP evita citar reforços e se preocupa com Corinthians que enfrentará o Boca
As horas agitadas que antecederam o jogo contra o Santos foram tema da entrevista coletiva de Vítor Pereira, depois do empate por 0 a 0, hoje (25), pela 14ª rodada do Brasileirão. O técnico do Corinthians evitou falar sobre a negociação com o atacante Yuri Alberto, atualmente no Zenit-RUS.
O Corinthians se aproximou de um acerto com o jogador e negocia para envolver o goleiro Ivan e o atacante Mantuan na negociação. As conversas estão em processo avançado. Questionado sobre a possibilidade de perder Mantuan, Vítor Pereira ressaltou a importância da revelação da base corintiana.
"Só posso falar do Mantuan como meu jogador, não vou falar do que pode acontecer, não tenho bola de cristal, não posso prever o futuro. Mantuan é um jogador importante para nós, faz mais do que uma função, normalmente sempre com qualidade", disse o treinador.
Vítor Pereira ressaltou a importância dos jovens jogadores no atual momento da equipe. Questionado sobre o risco de perder algum deles, como o zagueiro João Victor, que despertou interesse do futebol português, o treinador disse conversar com a diretoria.
"As conversas que tenho são as que eu dou a minha opinião, não sou dono do clube, sou funcionário do clube, dou a minha opinião técnica. Os jovens têm ajudado muito, estão em uma evolução. (...) Mas o futebol é também um espaço que está sempre aberto, nunca temos um elenco definido. Não sei o que vai acontecer, não tenho bola de cristal para saber se o João Victor sai ou não. Eu estou satisfeito, muito satisfeito com os jovens", prosseguiu.
Escalação contra o Boca vira desafio
Mal acabou o jogo contra o Santos, o Corinthians já começou a pensar no Boca Juniors. A equipe lida com uma série de desfalques e pode ter aumentado a lista hoje (25). O meia Du Queiroz sentiu a coxa pouco antes do intervalo e não voltou para o segundo tempo, sendo substituído por Giuliano.
"Estou muito mais preocupado com a minha equipe do que com a equipe do Boca. O Boca está mais forte agora [do que no primeiro jogo], mas estou mais preocupado em saber quem são os jogadores que vou ter disponível para enfrentar o Boca. Se tivermos determinado tipo de jogador disponível, abordar o jogo de uma forma, não tendo, de outra forma. Não é o jogo que eu quero, mas é a forma possível. Vamos ter que analisar. (...) Com os ovos se faz bons omeletes, vamos ver que tipo de ovos teremos. Vou ter que pensar muito, eu e minha comissão, sobre qual equipe vamos colocar no jogo. Vamos ter que aguardar e começar a imaginar as características do Boca", prosseguiu.
A partida contra o Boca Juniors, na Neo Química Arena, está marcada para as 21h30 (de Brasília) da terça-feira (28). O duelo é válido pela ida das oitavas de final da Libertadores.
Confira outras declarações de Vítor Pereira em entrevista coletiva:
Estava na conta perder dois pontos poupando jogadores?
O pacote não contempla empates nem derrotas, vamos sempre com expectativa da vitória. Estamos curtos, no sentido de ter decisões importantes, um jogo com o Boca daqui a três dias e tivemos que fazer a gestão. Mesmo assim, voltamos a ter um problema com o Du.
Um jogo que queríamos os três pontos, uma primeira parte um pouco atípica, muita correria, muita transição porque não conseguimos ficar com a bola. Com tanta juventude, a juventude tem esse ímpeto de acelerar o jogo. No intervalo tivemos que acalmar um pouco. No segundo tempo criamos duas ou três situações de gols que poderíamos ter conseguido a vitória.
Incômodo com a arbitragem
A arbitragem de hoje me fez lembrar da arbitragem de antigamente, há muito tempo não lembrava de uma assim. As diretrizes atuais são para um jogo corrido, para que os torcedores venham ao jogo e possam ver um espetáculo. Infelizmente, assisti a uma arbitragem das antigas, um jogo sempre parado, cada vez que queríamos pressionar era falta e o jogo parava, queríamos sair rápido e o jogo parava. A segunda parte foi uma coisa absurda.
Na primeira parte não fizemos um... o Santos teve um pouco mais de controle por causa das mexidas que somos obrigados a fazer. Mas na segunda parte, parece que não nos deixaram jogar.
O que me entristece é a prepotência, a vaidade, uma preocupação que em vez de se preocupar com o aspecto técnico e dar andamento ao jogo. As pessoas vieram ao estádio para ver o jogo. O jogo não foi para andar, foi para estar parado para controlar o jogo. Lamento muito.
Dinâmica diferente do jogo de quarta
Naturalmente que quando se tem que mudar e tem que se mudar jogando com muitos jovens ao mesmo tempo, naturalmente se torna um jogo menos controlado. E sabemos que corríamos esse risco. Nesse momento, se não fizéssemos a gestão dos jogadores... o Fagner fez um jogo completo e não jogava há muito tempo. O João Victor já vinha com uma ausência muito grande e levou outra pancada no pé. Sentiu e tivemos que preservá-lo para o jogo seguinte. No meio, Maycon está fora, Renato também, o Du hoje sentiu. Cantillo fora por suspensão. Na frente não tínhamos o Róger, apostamos no Felipe, o Júnior [Moraes] vem de uma parada, está tentando ajudar, mas teve um tempo fora, não senti ainda apto para jogar mais do que 30 minutos. O cenário é esse. Não posso dizer mais nada. Tenho que olhar para a realidade e a realidade nesse momento é essa.
Atuação dos jovens
Sobre a base, o Robert [Renan] fez um belíssimo jogo. Contra dois atacantes perigosos, eu acho que ele foi impecável. Não lembro de uma ação - pode ter uma ou outra -, mas fez um jogo personalizado, competente, simples, mas com critério. Gostei muito.
O Felipe, nesse jogo corrido, não tem muito a ver. Pressionou, fez um trabalho defensivo importante. Em termos de futebol jogado, a equipe no primeiro tempo jogou muito em transições, perdas e ganhos, aceleramos demais a bola e não tivemos praticamente uma organização ofensiva.
Suspensão do Cantillo
Surge em uma altura que nós estamos a passar por uma fase em que acaba um jogo, já começo a pensar no jogo seguinte e tentar imaginar qual equipe vamos jogar. Não está fácil. Mas o Corinthians é feito de homens de trabalho, de luta, resilientes, homens que sabem sofrer e vamos ter que ir com esse espírito para jogar contra o Boca.
Adaptação do futebol brasileiro
Já tenho o Boca na cabeça, responder essas coisas não são fáceis. Eu não queria falar outra vez... vocês percebem que acabamos de jogar, vamos ter o treino de recuperação amanhã, no dia seguinte alguns ainda estão se recuperando e no dia seguinte vão jogar outra vez.
Isso tem surgido lesões não apenas na nossa equipe. Todos os times estão com uma série de jogadores lesionados porque é desumano. Eu já joguei Liga dos Campeões, Liga Europa, mas não era com essa regularidade, essa densidade de jogos. Eu até confundo as equipes, pensando nos jogadores da equipe seguinte e não é ela. Eu também tenho que descansar um pouco, mas não dá. É uma realidade que eu tenho que me adaptar e os clubes também precisam se adaptar.
Como está a preocupação com os desfalques?
Lá estou eu a inventar outra vez, depois me chamam de professor Pardal, eu sou obrigado a inventar. Hoje coloquei o Piton para ver se por dentro ele conseguia nos ajudar alguma coisa. Vamos imaginar que o Renato não volte e o Du esteja fora, e sem o Cantillo, sem o Maycon, sem Paulinho. Não sei, não sei, vamos ver, vamos lutar.
Nunca imaginei que iam me chamar de professor Pardal no futebol, precisei vir ao Brasil para me chamarem de professor pardal. Quem vai jogar? Nem eu sei.
Jogo contra o Boca
Primeiro vou ter que definir a equipe, vai ser um... não é fácil. Se todos ficarem fora, vou ter que imaginar, vou ter que virar professor Pardal outra vez, ver o que vou precisar fazer. Mas a intenção é sempre a mesma, ter bola, atacar. Mas quando os protagonistas mudam, ou temos mais qualidade ou menos qualidade. Com mais qualidade, o jogo vai ficando diferente. Quando temos mais qualidades em campo, as dinâmicas são de maior nível do que se não tivermos.
Técnico do Botafogo falou sobre a cobrança por resultados no Brasil
Naturalmente, não posso falar sobre o botafogo, mas a experiência que eu tenho quando se chega a um clube grande, que já não ganha títulos há três ou quatro anos, a cobrança vai subindo a medida com que os anos vão se passando sem título. No Fenerbahçe, que não ganha um título há um tempo, a cobrança é sempre muito grande.
Quando se vai ao Corinthians, eu já sei o que todo mundo quer. Todo mundo quer ganhar o título, ganhar os jogos contra o Santos. Ganhamos na quarta, hoje a torcida e o torcedor querem que se ganhe do Santos, daqui três dias que se ganhe do Boca, se possível por goleada, independentemente do que venha a acontecer. Isso é a paixão dos torcedores. Temos que compreender isso, mas, ao mesmo tempo, se o clube pensar a médio prazo, tem que começar a construir diretrizes no sentido de ser cada vez mais forte.
Quando se tenta crescer os jovens, é a médio prazo, para hoje e para amanhã. Esse tempo no futebol às vezes não existe. Os projetos acabam se passarem em um ou dois jogos. Temos que estar preparados para fazer o nosso trabalho, independentemente destas flutuações. Hoje, somos muito bons, amanhã já não somos. Quando se vai ganhando, há projeto, quando se deixa de ganhar, se acaba o projeto.
O que tem achado do Guilherme BIro?
Eu também gosto. Confesso que também gosto. Muita qualidade, personalidade. Mais um menino para ser trabalhado e com certeza absoluta vai fazer parte do presente e do futuro desse clube.
Estará no Corinthians em 2023?
Nem sei se estarei vivo amanhã. Se mexer o pé amanhã, vamos ver. O futebol não nos permite imaginar um futuro. Por isso assino contrato de um ano. Estou, enquanto me sentir bem, enquanto se sentirem bem comigo. Se eu não me sentir bem, ou as pessoas comigo, por isso expliquei que só assino contrato de um ano.
Não quero ser fardo para ninguém, não quero me sentindo obrigado a estar se não me sentir bem. Vamos esperar o fim da temporada. A relação que tenho com a direção é a melhor que tive na minha vida toda por onde passei. Tenho ótima relação com o clube. Estamos fazendo nosso trabalho o melhor possível, fazer com que os meninos ganhem confiança, juntar a experiência dos mais velhos e tentar formar um grupo forte. Futuro é o Boca Juniors.
Reforços
Vamos imaginar que o mercado nos leve a um ou outro jogador que não estávamos esperando. As prioridades vão mudar. Hoje sabemos, principalmente em função dos lesionados, das carências em determinados setores, não é preciso ir ao espaço para saber que precisamos de um centroavante.
Com a lesão do Paulinho, do Maycon, estamos com problemas no meio. Depois, depende das saídas. Se sair um ponta, precisaremos de um ponta, se sair um zagueiro, precisaremos de um zagueiro. Depende do que acontecer no mercado. Queria responder honestamente, e honestamente é isso, vamos ver o que o mercado nos diz. Nesse momento, precisamos claramente de um atacante e de um meia.
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