Do amor às vaias: nova versão de Gabigol esfria relação com torcida do Fla
O casamento entre Gabigol e Flamengo já está no quarto ano, e há quem diga que vive uma fase complicada. Ontem (25), o atacante abriu o placar contra o América-MG, perdeu um pênalti e desperdiçou outras chances. A atuação ficou na linha tênue entre vaias e aplausos dos mais de 40 mil torcedores presentes no Maracanã. Longe de se sentir intimidado, o camisa 9 deixou o gramado sorrindo.
Não foi a única vez que Gabi recebeu vaias dos rubro-negros, mas talvez tenha sido o dia em que o protesto mais ecoou.
"É incrível. Estava um a zero, com gol meu, eu quase não erro pênalti e sou vaiado. Eu até brinquei... 'as 38 (torcidas) do Brasil me vaiaram já'. É [igual casamento], a gente briga, mas dorme junto", disse após o jogo em entrevista ao grupo Globo.
Acostumado à pressão vinda dos adversários, Gabigol tem o costume de transformar vaias e xingamentos em motivação dentro de campo. A partida da temporada passada contra o Santos, pelo Brasileirão, na Vila Belmiro, é a prova disso. No intervalo, o camisa 9 foi alvo de alguns protestos do clube que o revelou — a partida foi sem público por conta da pandemia. No segundo tempo, três gols e com direito ao lançamento de sua música - e o início da carreira como 'Lil Gabi'.
O próximo hit do jogador traz à tona o que pode ser o principal motivo do atrito neste casamento com o rubro-negro. "Além de jogador, estou virando artista", diz um dos versos. A insatisfação da torcida consegue ser mascarada quando o atacante coloca bola na rede, porém, com a oscilação nesta temporada, as críticas ganham espaço. São apenas três gols nos últimos dez jogos.
No gol contra o América-MG, uma resposta aos torcedores que criticam a vida fora de campo. Gabigol comemorou gesticulando como se estivesse cantando com um microfone e fez um gesto de 'silêncio' com mão.
Foi com a camisa 9 que Gabigol se tornou protagonista e artilheiro do time, no entanto, as funções recentes em campo vão além do número que carrega às costas - e que traz consigo a responsabilidade de gols. O jogador se reinventou, voltou a atuar na função de 'meia armador', quase um 10, assim como era na base.
As exibições como articulador de jogadas com o atacante trabalhando um pouco mais distante da área não anulam às expectativas do torcedor rubro-negro que está acostumado a comemorar gols do camisa 9. O protagonista se tornou coadjuvante ao apenas participar de alguns lances, como na vitória em cima do Goiás - Gabi acha Matheuzinho, que cruza na medida para Pedro balançar as redes.
Apesar das críticas recentes, os números na temporada são os suficientes para marcar Gabi - ainda mais - na história do Flamengo. Em 2022, são 34 jogos e 20 participações em gol. O camisa 9 chegou ao 122º com o Manto, é o artilheiro do clube no século 21, é o artilheiro do clube no Brasileirão dos pontos corridos - e caminha para ser o maior artilheiro rubro-negro do Brasileirão.
A nova versão de Gabi tem a missão de reatar o casamento para relembrar os tempos de lua de mel com a torcida. O bom relacionamento passa pela necessidade de reação do Flamengo nas competições. A fase do atacante foi assunto com o técnico Dorival Júnior durante a coletiva.
"Eu acho que a posição da torcida é soberana e tem que ser respeitada. O Gabriel é importantíssimo para o Flamengo. Se não estou errado, ele é o maior artilheiro do Maracanã. Ele dá resposta há anos, e é um jogador que a torcida confia. Ele pode até passar por um momento de instabilidade, mas eu sei da capacidade. A bola procura ele dentro da área. As oscilações são naturais com qualquer profissional. O céu e o inferno no futebol estão a um palmo de distância. Ele não deixa de ter a nossa confiança. Ele é importante. E ele vai ser decisivo", disse o treinador após a vitória em cima do América-MG.
Com Gabi à disposição, e superando Zico como o maior goleador rubro-negro da competição, o Flamengo vira a chave e foca nas oitavas da Libertadores. A partida contra o Tolima acontece na quarta-feira (29), em Ibagué, na Colômbia.
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