Flamengo monitora testes pensando no Santos, mas pode esbarrar em protocolo
O Flamengo reviveu, ontem (27), um drama e ligou o alerta devido a novo surto de covid-19 ao embarcar para Colômbia, onde enfrenta o Tolima, amanhã, pela ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Hoje (28), a contraprova confirmou a preocupação: sete resultados positivos. Todos os jogadores estão assintomáticos e treinam isoladamente no Ninho do Urubu.
Diego Alves, Matheus Cunha, Kauã, Fabrício Bruno, Willian Arão, Daniel Cabral e Matheus França são os positivados do Rubro-Negro. Os atletas estão sem nenhuma manifestação clínica de desconforto e farão atividade de maneira individual no CT. O Flamengo, inclusive, havia preparado uma logística e fretado um jatinho para a Colômbia caso os testes fossem negativos.
O Flamengo fará novos testes diariamente e, quando o resultado for negativo, o atleta será reintegrado ao elenco. A delegação volta da Colômbia direto para São Paulo, antes de seguir viagem para Santos, onde vai enfrentar o Peixe, sábado (2), às 19h. A informação foi publicada inicialmente pelo GE e confirmada pelo UOL Esporte.
Assim que testarem negativo, os atletas serão imediatamente integrados ao restante do elenco. A expectativa é de que os testes negativos aconteçam nos próximos dias. Por enquanto, o Fla já tem dois desfalques certos para o próximo jogo, com o Santos: Bruno Henrique (lesionado) e João Gomes (suspenso).
No entanto, cabe destacar que a escalação de algum dos recentes positivados pode esbarrar no protocolo da CBF. Atualmente, a entidade exige sete dias de isolamento para casos positivos da doença. Publicamente, o Flamengo não admitiu qualquer caso de covid no elenco.
Na semana passada, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, foi barrado pela CBF e ficou fora do banco no jogo contra o São Paulo, pela ida das oitavas da Copa do Brasil, mesmo com teste negativo. A entidade foi comunicada pelo próprio clube a respeito do caso positivo e só liberou o português após o sétimo dia fora do campo de jogo.
A terceira edição do Guia Médico de Medidas Preventivas, atualmente em vigor, diz que "todos os resultados de testes diagnósticos positivos deverão ser notificados compulsoriamente à Comissão Médica Especial da CBF, independentemente de estarem ou não relacionados para a partida seguinte". Na comissão, há um entendimento de que, somada à previsão do protocolo, os médicos dos clubes são obrigados eticamente a informar os casos positivos, mesmo assintomáticos.
Só que, no caso do Flamengo, há um silêncio oficial até o momento. A testagem prévia ao jogo contra o Tolima só aconteceu porque o procedimento em competições da Conmebol tem sido diferente em comparação aos torneios nacionais. Há demanda por resultados positivos a todos os integrantes da delegação. A CBF adotou uma flexibilização ao longo do ano. Em janeiro, pedia a combinação vacinação plena, mais teste de antígeno e inquérito epidemiológico. Em abril, abriu mão do antígeno.
Além dos positivados para covid, quem também ficou no Rio de Janeiro foi Rodrigo Caio. O zagueiro foi diagnosticado com tendinite no joelho esquerdo e se tornou dúvida para a partida contra o Santos.
Pelas oitavas da Libertadores, o Flamengo enfrenta o Tolima, amanhã (29), às 21h30, no Estádio Manuel Murillo Toro, em Ibagué, na Colômbia. A equipe carioca será comandada por Lucas Silvestre, auxiliar técnico de Dorival Júnior, que está suspenso pela Conmebol.
Protocolo de Covid no Brasileirão
A CBF já está desenvolvendo a quarta edição do Guia Médico de Medidas Protetivas para o Futebol Brasileiro. A expectativa é de que o documento entre em vigor em 1º de julho, mas isso depende do acerto entre a comissão médica e a presidência da entidade.
A partir da data delimitada, o controle passa a ser do clube, com notificação compulsória à Comissão Médica. Aos positivados, o isolamento será de dez dias com prerrogativa de teste para os assintomáticos em sete dias.
A obrigatoriedade de pelo menos duas doses ou dose única da partida permanece. Em contrapartida, não será mais necessário a apresentação do inquérito epidemiológico. A decisão de enviar exames antes dos jogos já havia caído, antes mesmo da nova versão do documento.
Em resumo, a partir de agora, a responsabilidade passa a ser do clube, com a obrigatoriedade de notificação à CBF.
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