São Paulo tem a missão de recuperar Luciano em momento de elenco apertado
Rogério Ceni tem sofrido na missão de encontrar o parceiro ideal para Jonathan Calleri no ataque do São Paulo. Enquanto o argentino é o artilheiro do Brasileirão, os postulantes à segunda vaga vivem períodos ruins. Dupla de sucesso com Brenner na época de Fernando Diniz, Luciano ainda sofre para reencontrar o caminho das redes com o atual treinador.
O camisa 11 é um dos xodós da torcida, mas viu seu nome ser cada vez menos gritado nas arquibancadas do Morumbi, conforme seu jejum de gols foi aumentando. Já são dez partidas consecutivas sem balançar as redes. Fazer com que Luciano volte a balançar as redes passou a ser uma das missões de Rogério Ceni, que tem cada vez menos opções no banco de reservas por causa do alto número de desfalques.
Luciano fez um gol pela última vez em 8 de maio, no empate contra o Fortaleza, pelo Brasileirão. O camisa 11 disputou 27 jogos na atual temporada, com apenas cinco gols marcados e apenas uma assistência.
"Ele teve as duas oportunidades [contra o Juventude], mas eu acho que ele ajuda em um todo. Um atleta não é importante apenas porque faz gols. Claro que o gol é o momento máximo, mas ele também pode ser importante de outras maneiras. Ele não tem deixado de se esforçar, de se empenhar. As coisas não estão acontecendo nesse momento para ele, mas não significa que em breve ele não possa continuar a grande fase que ele teve aqui de fazer muitos gols", disse Rogério Ceni, depois do empate sem gols com o Juventude no último domingo (26).
Luciano tem mostrado certa ansiedade dentro de campo com a falta de gols. Diante do Juventude, o atacante preferiu arriscar a finalização em vez de tocar para um companheiro livre em duas oportunidades, primeiro com Eder, depois com Rigoni.
"Tenho certeza de que ele quer fazer os gols. (...) mas talvez na ansiedade de querer fazer o gol, o cara finaliza uma bola em que o corpo não está tão bem posicionado. Aquela bola era para o Eder, assim como a segunda bola correta era para o Rigoni, que fez a ultrapassagem", disse Ceni.
O atacante está no São Paulo desde 2020, quando chegou do Grêmio, em uma troca com Everton. Luciano caiu nas graças da torcida principalmente sob o comando de Fernando Diniz. Em seu primeiro ano, quando o Tricolor chegou a brigar pelo título do Brasileirão, o camisa 11 fez boa dupla com Brenner e foi o artilheiro da competição, com 21 gols em 38 jogos.
No ano passado, já sob o comando de Hernán Crespo, o atacante conviveu com lesões e chegou a ficar dois meses longe dos gramados. Luciano demorou para recuperar a boa fase e passou 11 partidas sem marcar em 2021. Na reta final, no entanto, foi decisivo para livrar o São Paulo do rebaixamento. Ele fez um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras e dois no 3 a 1 contra o Juventude, na partida que acabou matematicamente com qualquer chance de queda.
Luciano é bem cotado internamente no São Paulo. Quem acompanha o dia a dia no clube diz que o atacante é muito brincalhão, mas também extremamente competitivo. Por isso, tem se incomodado com a seca de gols. Em abril, ele renovou seu contrato até o fim de 2024.
"Eu não estou em uma fase muito boa, estou há alguns meses sem fazer gols. Ano passado, eu fiquei esses meses sem fazer gols, voltei e fiz gols decisivos. Na hora certa, vou fazer gols, comemorar, ajudar meus companheiros, que é o mais importante. O mais importante não é se o Luciano ou outro faz gol, o mais importante é o São Paulo", disse Luciano, em entrevista depois do empate com o Juventude.
O que diferencia o Luciano de Diniz para o Luciano de Ceni? Colunistas opinam
As duas melhores temporadas da carreira de Luciano em média de gols foram sob o comando de Fernando Diniz. Em 2019, quando o treinador começou o ano no Fluminense e saiu na 15ª rodada do Brasileirão, o atacante estava com 15 gols em 31 jogos, média de 0,48 gol por jogo.
Já no ano seguinte, no São Paulo, Luciano conseguiu pela primeira vez na carreira ter média superior a meio gol por jogo. Mais uma vez com Diniz, ele terminou a temporada com 21 gols em 38 jogos — 0,55 gol por partida.
"Com o Diniz, havia mais liberdade para se movimentar e menos necessidade de marcação. Ele jogava mais perto do Brenner. Agora, precisa ajudar no meio. Além disso, como está em jejum de gols, fica irritado e brigando com adversários", analisa Menon, colunista do UOL Esporte, sobre a diferença de jogo de Luciano com Diniz e com Rogério Ceni.
Para Alicia Klein, também colunista do UOL Esporte, o esquema de Rogério Ceni favorece mais Jonathan Calleri, fazendo com que Luciano saia mais da área. Encaixar-se nesse estilo de jogo seria o grande desafio para o camisa 11.
"O São Paulo precisa do Luciano rendendo, não só pelas limitações de seu elenco, mas pela recente renovação, que denota uma confiança do clube na sua recuperação. Resta saber se, com mais oportunidades, o jogador vai conseguir se encaixar no esquema de Ceni, que não favorece tanto um atacante de mais movimentação como Luciano. Se acontecer, fará uma enorme diferença ao tricolor, que é cada vez mais Calleri-dependente", diz.
Luciano briga para ser titular amanhã (30), quando o São Paulo deverá ter força máxima diante da Universidad Católica, no Chile, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. A partida está marcada para as 21h30 (de Brasília).
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