Por que Boca não será punido para jogo de volta após novo caso de racismo
Torcedores do Boca Juniors protagonizaram mais uma vez atos de racismo em uma partida contra o Corinthians pela Copa Libertadores. Na partida de terça-feira (28) contra o time paulista, três argentinos foram detidos. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, dois acabaram indiciados por injúria racial e um torcedor recebeu autuação por racismo por fazer saudação nazista.
O mais novo episódio protagonizado por torcedores xeneizes aconteceu dias depois de o Boca Juniors ser punido pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol com multa de US$ 100 mil (R$ 525 mil) por atos racistas de seus torcedores na partida também contra o Corinthians pela Libertadores no estádio La Bombonera, em 17 de maio.
Foi a primeira punição a um clube após a mudança do regulamento disciplinar da Conmebol, que passou a incluir casos de discriminações raciais dentre as infrações passíveis de penalidades.
Apesar da reincidência do Boca Juniors, o Corinthians não vai enfrentar os argentinos sem torcida no estádio La Bombonera no jogo de volta das oitavas de finais da Libertadores. Isso acontecerá por questões de prazos processuais.
O que diz o regulamento?
Após casos de injúria racial e racismo flagrados em rodadas da fase de grupos da Libertadores, a Conmebol passou a adotar mais rigor nas punições de atos do tipo.
O artigo 17 do regulamento disciplinar da Conmebol passou a definir pena de suspensão de cinco jogos ou de dois meses para o jogador "que insulte ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, por motivos de cor de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem".
No caso das torcidas, o clube "estará sujeito a uma multa de no mínimo US$ 100 mil". Além disso, o Tribunal Disciplinar pode "impor a sanção de disputar um ou mais jogos a portas fechadas ou o fechamento parcial do estádio".
O texto anterior não previa qualquer punição além da multa.
Por que Boca terá torcida contra o Corinthians?
Mesmo com o regulamento apontando para a possibilidade de o clube atuar sem torcida, não existe tempo hábil para que isso ocorra, caso o Tribunal Disciplinar da Conmebol tome essa decisão.
Em contato com o UOL Esporte, a Conmebol informou que o clube acusado tem sete dias para apresentar a defesa após a notificação do processo disciplinar, podendo ser prorrogado a pedido da entidade acusada.
Após o recebimento da defesa, os juízes desportivos têm mais cinco dias para tomarem uma decisão em conjunto. Contudo, isso também poderá ser estendido se o clube solicitar uma audiência ou quiser apresentar novas provas.
No caso de racismo praticado por torcedores do Boca em 17 de maio, por exemplo, a Conmebol demorou mais de um mês para publicar a sua decisão, o que aconteceu somente em 24 de junho.
Como o jogo de volta contra o Corinthians acontecerá já na próxima semana, em 5 de julho, o Boca Juniors não enfrentará os brasileiros em La Bombonera sem seus fanáticos torcedores.
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