Corinthians campeão da Libertadores: Danilo teve premonição antes da final
Era um dia especial, imagine a responsabilidade? Quantos jogadores passaram por isso e não ganharam? Era um título inédito para o clube, e esse dia foi mais ainda".
É desta forma que o ex-meia do Corinthians Danilo descreve a sensação de acordar em 4 de julho de 2012. Naquele dia, o Corinthians conquistaria um dos títulos mais importantes que ainda não tinha em sua galeria de troféus: a Copa Libertadores.
Dez anos depois daquela noite, o UOL mostra "A libertação corintiana", um documentário que reúne as histórias nunca contadas da final da Copa Libertadores de 2012. Produzido por MOV, a produtora audiovisual do UOL, o documentário está disponível com exclusividade para assinantes do UOL Play.
Na final contra o Boca Juniors, no Pacaembu, Danilo deu o passe para o primeiro gol de Emerson Sheik, que marcou duas vezes naquela final. Ao entrar no vestiário, ele conta que pegou a chuteira nas mãos e sentiu que ela seria decisiva naquele dia. "Pensei 'se eu ganhar esse jogo, vou colocar essa chuteira em um quadro e pendurar na minha casa'. E foi a primeira coisa que fiz. Guardei suada mesmo, toda suja de grama. Vários amigos pediram, mas não dei não. Está lá em casa".
Na minha carreira, sempre fui decisivo em clássicos e em finais. Em momentos de decisão, fazia o gol ou dava o passe decisivo. Por causa disso, eu tinha essa confiança -de que faria gol, daria passe ou, quem sabe, sairia como melhor em campo. Talvez pelo meu jeito de lidar bem com a pressão".
Naquele dia, ele relembra, acordou cedo como faz sempre. Tanto no café como na hora do almoço, os jogadores estavam bastante concentrados, brincando pouco. "Era um jogo em que a gente não podia errar".
"Nosso grupo era muito maduro, tinha amizade dentro e fora de campo. O ambiente era muito leve apesar da pressão do momento. Era um jogo inédito, o clima era diferente de qualquer jogo decisivo. O Corinthians tem uma torcida muito apaixonada. Me senti um cara privilegiado por poder jogar um jogo tão importante como esse, uma final de Libertadores com a chance de conquistar um título que o clube ainda não tinha."
O jogador diz que tinha a sensação de que o time seria campeão desde o primeiro jogo -e que, a cada partida, era um sentimento que crescia, junto da confiança. "Poderia ser o Barcelona ali que a gente não perderia".
Tite, o paizão
A preleção do Tite foi um dos momentos que Danilo considera mais marcantes entre tudo que aconteceu naquele dia. "Só de lembrar, me arrepio". O treinador conta que o técnico era o paizão de todo mundo, e que as preleções dele costumavam ser inspiradoras. Naquele dia, não poderia ter sido diferente. "Ele pedia que a gente levasse nossa amizade para dentro do campo. Todos ganhariam ou todos perderiam".
Segundo Danilo, Tite é "um cara emotivo, que passa tanta emoção para a gente que chega a arrepiar". Ele relembra o percurso até o Pacaembu, com som ligado, batucada rolando no ônibus do Corinthians e a torcida na rua. "Era gente demais. Parecia que São Paulo tinha parado. Ali, senti o peso da responsabilidade. E o Pacaembu, bom. Era a casa do Corinthians, né?".
Sheik, segura a onda
Danilo diz sentir vontade de ir até o Pacaembu de novo. Apesar de adorar a Neo Química Arena, ele afirma ter um carinho especial pelo estádio e por tudo que ele representou para o Corinthians. "Nosso time jogava muito bem ali".
E jogava mesmo. Os dois gols de Emerson Sheik consagraram a vitória do alvinegro e trouxeram ao clube um título nunca antes conquistado. O passe para o primeiro gol foi dado lindamente por Danilo, que lançou de calcanhar ao ver o vulto do colega correndo por trás. "Tem gente que até hoje me pergunta se aquilo foi consciente. Era a única coisa que dava para eu fazer naquele momento, precisava decidir rápido. Mais uma vez, brilhou meu lado decisivo".
Sheik foi o responsável por dar o troco nos argentinos, que provocaram com afinco o time corintiano no jogo de ida, que terminou por 1 a 1, em La Bombonera. "Ele provocou bastante, e eles sentiram na pele. Ajudou, mas não vou mentir que a gente estava bastante preocupado com a possibilidade de ele ser expulso. A gente ficou com medo de perder um jogador por provocação. Todo mundo pedia para ele se acalmar, mas ele dizia que estava tranquilo; que sabia o que estava fazendo".
"Ao final da partida, cheguei perto do alambrado e vi vários torcedores ajoelhados, tremendo, aos prantos. Eles batiam a mão na grade, choravam. Com aquela cena, caiu a ficha de que que fazíamos história. Essa cena ficou marcada para sempre, e essa história ninguém vai apagar."
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