Racismo: jogadora diz ter sido chamada de 'macaca' em jogo contra o Sport
A atacante Natasha do Nascimento, do Doce Mel, da Bahia, relatou ter sido alvo de racismo da torcida do Sport em jogo entre as duas equipes pelas oitavas de final do Campeonato Brasileiro Série A3, neste domingo (3). Jogando na Ilha do Retiro, o Sport venceu por 1 a 0.
"No jogo que aconteceu ontem [domingo], lá na arena do Sport, eu sofri um empurrão da jogadora. E eu caí e escutei a torcida gritando 'levanta, macaca' e fazendo gestos. Quando eu olhei, não consegui identificar quem foi, mas fiquei muito triste com isso", disse Natasha ao UOL.
O caso foi registrado em súmula pela árbitra Deborah Cecília. "Após o término da partida, fui informada pela sra. Natasha do Nascimento, nº 11 da equipe Doce Mel, que a mesma ouviu da arquibancada destinada à torcida do Sport o som de um macaco em sua direção. Vale ressaltar que nem eu, árbitra central, nem outro integrante da equipe de arbitragem ouviu tal fato", relatou Deborah Cecília no documento.
O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil para quem comete atos de preconceito, em razão da "origem étnica, raça, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
A regra prevê que o clube poderá ser punido por atos cometidos por sua torcida e que o torcedor responsável, se identificado, será proibido de frequentar estádio por pelo menos 720 dias.
Racismo na Libertadores
Na semana passada, três torcedores do Boca Junior, da Argentina, foram detidos por imitar macacos e fazer gestos nazistas à torcida do Corinthians, em jogo válido pelas oitavas de final Libertadores na Arena Neo Química.
Também pela competição continental, um torcedor do Cerro Portenho, do Paraguai, imitou um macaco em direção à torcida do Palmeiras.
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