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Corinthians espanta fantasmas na Libertadores e repete até Santos de Pelé

Corinthians sobreviveu à Bombonera e se classificou de forma épica para seguir sonhando com o bi da Libertadores - Stringer/Anadolu Agency via Getty Images
Corinthians sobreviveu à Bombonera e se classificou de forma épica para seguir sonhando com o bi da Libertadores Imagem: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

06/07/2022 04h00

Com a vitória por 6 a 5 nos pênaltis, o Corinthians de Cássio a Róger Guedes repetiu, ontem (5), feito que nenhum time brasileiro tinha conseguido alcançar desde o Santos de Pelé: eliminar o Boca Juniors da Libertadores dentro da Bombonera. O Timão espantou seus fantasmas e superou as limitações de elenco para seguir vivo na competição.

Desde a conquista da América, em 2012, o Corinthians não passava das oitavas de final do torneio. É uma espécie de pesadelo para o Alvinegro, que foi eliminado quatro vezes nesta fase: 2013, 15, 16 e 18, para Boca Juniors, Guaraní (PAR), Nacional (URU) e Colo-Colo (CHI), respectivamente.

Em 2020 também caiu no primeiro mata-mata que enfrentou na competição, mas desta vez na chamada pré-Libertadores, de novo para o Guaraní (PAR). No total, oito das 15 participações do clube no torneio terminaram nas oitavas. A atual, porém, segue em frente.

Para chegar às quartas, o Corinthians precisou ter a cabeça no lugar. O nervosismo evidente de ontem, principalmente no início da partida, lembrou as atuações de eliminações recentes na Libertadores Mas o time conseguiu evitar o que mais marcou os fracassos passados: as expulsões. Considerando as cinco edições que jogou nos últimos dez anos, o Corinthians recebeu ao menos um cartão vermelho em quatro jogos que culminaram em eliminações. Desta vez o time mais catimbou do que entrou na pilha e terminou com os 11 jogadores em campo.

O jogo defensivo na Bombonera foi o caminho encontrado por Vitor Pereira para diminuir a influência dos desfalques importantes que o Corinthians teve para o jogo decisivo. Gil era dúvida até a última hora, por exemplo, mas fez bom jogo na volta após lesão muscular e ainda converteu o pênalti que garantiu a classificação. Willian ficou no banco por causa de dores no ombro. Já Adson, Fagner, Gustavo Mosquito, Júnior Moraes, Maycon, Paulinho e Renato Augusto nem viajaram devido a diversos problemas médicos.

"Mesmo com tanta dificuldade, não nos justificamos nas dificuldades, chegamos aqui, batemos e competimos até o último minuto, até nos pênaltis", valorizou VP em sua entrevista coletiva. As quartas de final estão marcadas para as duas primeiras semanas de agosto, e o Corinthians ao menos ganha quatro semanas para tentar tratar seus lesionados.

Na Bombonera, o Corinthians de VP também quebrou um tabu de quase 70 anos de times brasileiros contra o Boca Juniors. O último time do país a eliminar os xeneizes da Libertadores na casa do rival havia sido o Santos, na final de 1963, com Coutinho, Pelé e Pepe em campo. De lá para cá, quatro brasileiros foram vítimas no estádio icônico nesta competição: Flamengo (quartas de final em 1991), Vasco (quartas; 2001), Athletico (oitavas; 2019) e Internacional (oitavas; 2020).

De quebra, o Corinthians ainda entrou para a seleta lista de clubes que eliminaram o Boca Juniors da Libertadores em mais de uma ocasião -no caso do Alvinegro, em 2012 e 2022. Os outros são Olímpia, do Paraguai (1979, 89 e 2002), River Plate (2015, 18 e 19) e o Santos (1963 e 2020).

O próximo passo agora é aguardar o adversário das quartas de final: Flamengo ou Tolima (COL), que jogam hoje (6), no Maracanã, após o time carioca ter vencido o jogo de ida por 1 a 0. É justamente contra o Flamengo que o Corinthians volta a campo no domingo (10), mas desta vez pelo Campeonato Brasileiro.

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