Estádio do Palmeiras explodiu como num título com gol de bicicleta de Rony
"O que mais me impressionou foi meu filho tentando fazer (o chute de bicicleta) em casa. Até meu pai falou para ele, 'vai, ensina seu pai a chutar'. Você chegar em casa e ver seu filho fazendo com certeza te motiva mais ainda", disse Rony, na entrevista coletiva após a vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño, por 5 a 0, selada com o tão sonhado gol de bicicleta do camisa 10.
Escalado para a entrevista coletiva depois do jogo que levou o Verdão à sua quinta participação seguida nas quartas de final da Libertadores, Rony mostrava uma satisfação silenciosa. Poderia estar tripudiando das inúmeras gozações de que foi alvo, os perfis no Twitter que contabilizaram suas tentativas, alguns gritos de "não" nas muitas vezes em que ele tentou a jogada sem sucesso. Mas não.
"É impressionante tudo que aconteceu nesta noite, que vai ficar marcado para o resto da minha vida", disse o atacante. "Era algo muito pessoal meu mesmo. E na hora que eu fazia, a torcida já começava a gritar. Então aquilo ali me incentivou mais a fazer", revelou.
Uma comemoração de título
A expectativa pelo gol de Rony era grande. Por isso, quando a bola saiu do pé de Breno Lopes e começou a desenhar uma parábola, não houve quem não olhasse para a área. Em momentos assim, o clichê é dizer que o tempo parou e tudo ficou em silêncio. O que se ouvia no Allianz Parque, porém era um "vai!" coletivo. Quando Rony salta, o estádio inteiro já estava em pé.
O "urro" que seguiu Rony durante a comemoração em que ele apontava para o gramado com os dois dedos, dizendo "eu estou aqui", foi digno de apito final em decisão de campeonato.
O movimento perfeito, o chute forte e a rede estufada fizeram o Allianz gritar o quinto gol com muito mais intensidade que qualquer outro da goleada. Nem mesmo o primeiro, contra, de Samúdio, que abriu o caminho para a vitória e aliviou a torcida num jogo em que o Palmeiras jogava mal, recebeu tanto entusiasmo.
Na tribuna de imprensa, alguns jornalistas a trabalho, também de pé, aplaudiram o lance. Uma parte dos que trabalham para os veículos segmentados para os palmeirenses, as mídias palestrinas, foram além e se abraçavam como na arquibancada, em uma reação que não costuma acontecer em outros gols, mesmo os de títulos. Rony provocou uma quebra ampla de protocolo.
"Cara, estou emocionado com o gol de bicicleta do Rony", disse Weverton, pouco depois de deixar o campo, à TV Palmeiras.
No banco, o gesto de Abel Ferreira, com as mãos na cabeça, resumia o sentimento de incredulidade e, sem dúvida, um tanto de orgulho com o feito de um jogador que representa como nenhum outro do Palmeiras o pensamento de Abel. Rony, seus 18 gols em Libertadores e mais uma atuação decisiva comprovam, para o treinador, que trabalho, insistência e dedicação trazem resultado.
"Acho que eu posso pegar essa imagem desse gol e dizer-vos que aquilo é o espelho da nossa equipe. É tentar, tentar, tentar até conseguir", disse o técnico. "Mesmo com os outros zoem", completou.
O seu, ninguém tira
Rony, que sem dúvida evoluiu como centroavante, foi indagado sobre as liberações de Merentiel e López, que podem atuar pelo clube a partir do dia 18. E que por serem centroavantes, poderiam levar vantagem sobre ele em uma disputa por posição. Sem jeito, ele passou a bola para Abel, que não titubeou.
"Pode dizer a ele que você tem o seu lugar. O seu lugar, ninguém tira", disse-lhe Abel, dando-lhe um tapa forte no ombro esquerdo.
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