Gobbi relembra Libertadores-2012 na Vila Belmiro: 'Não tem menor condição'
Em 2012, o Corinthians conquistou a Copa Libertadores de forma invicta após um desempenho marcante na Bombonera. O estádio que ficou marcado para o presidente do clube daquela época, Mário Gobbi, porém, foi outro: a Vila Belmiro. E negativamente.
O dirigente foi entrevistado hoje (08) pelo UOL Esporte para comemorar os dez anos da conquista e contou bastidores da semifinal do torneio, contra o Santos —o Corinthians venceu o jogo de ida por 1 a 0 em Santos. Para ele, o estádio não deveria receber jogos daquele tamanho.
"Olha, o Tite gosta de chegar na véspera, gosta de treinar no local. Então, descemos na véspera, chegamos pro almoço e no final da tarde fomos treinar na Vila. Se a Vila fosse do Corinthians, ninguém ia permitir jogos ali. Não tem a menor condições de se jogar um clássico na Vila. Mas como é a Vila, como é o Santos, [como] é o Pelé, é coitadinho e pequenininho, então rasgaram todas as leis que existem e continuam mandando clássico na Vila Belmiro", argumentou.
O ex-presidente corintiano continuou, descrevendo as dificuldades de lidar com a torcida do Santos.
"O ônibus chega desce na rua, você é cuspido na elevador, você não tem segurança nenhuma. Quer dizer, todas as irregularidades legais têm na Vila. Naquela época eu falei: 'Olha, eu vou mandar os jogos do Corinthians no Parque São Jorge e vocês não vão poder falar nada'. Mas é a Vila, é a Vila, é o Brasil varonil, é o sítio do pica-pau amarelo... Então, fomos jogar na Vila. Chegou lá, fora da Vila, eles soltavam bombas para dentro do gramado; Só pra você ter uma ideia do que é a Vila... Então, nós não conseguíamos treinar por causa da torcida do lado de fora. Porque é assim: se você jogar um palito, ele cai dentro do gramado da Vila. Eu sei que vocês não gostam que falem isso, mas é uma realidade e ninguém fala".
Mário Gobbi até citou o incidente que vitimou Kevin Spada, em 2013, por conta de um sinalizador lançado pela torcida do Corinthians. O ex-presidente do clube relembrou o episódio e indicou que, se tivesse sido o Santos, o fato teria sido contemporizado: "Agora, em Oruro, que mataram (Kevin Spada) e a gente não tem nada a ver com a história, nós viramos homicidas. Você já pensou se matar alguém na Vila? Foi a assombração. O Santos não tem culpa de jogar na Vila, são os ossos ofícios do futebol, então nós fomos treinar lá e começaram a soltar rojão de fora e cai dentro. Jogador está treinando e estoura a bomba. Estoura isso, estoura aquilo... Foi isso aí, um episódio triste e lamentável."
Por fim, Mário Gobbi contou como foi a noite anterior ao jogo e revelou que, por causa dos rojões, o Corinthians se preveniu e comprou protetores auriculares de Fórmula 1. "Nós voltamos para o hotel e, sabedores que nós iríamos passar lá em Santos, compramos aquele protetor de Fórmula 1 (ouvidos) e todo mundo dormiu com aquilo. Eu não dormi pra ver o que ia se passar. O céu ficou claro a noite inteira de tanta bomba que soltaram, uma coisa horrível. Chama a polícia a polícia, que não fazia nada. Aí, pela manhã, descobri que quem soltou os fogos foram os taxistas que ficavam na frente do hotel. Mas nós dormimos bem, os jogadores dormiram bem. Foi uma maravilha! O grupo estava muito forte, estava confiante a pegada estava muito boa."
Mário Gobbi considerou o primeiro tempo do Corinthians na Vila Belmiro como "espetacular" e ainda revelou que, no jogo de volta, no Pacaembu, por conta do Corinthians tomar o primeiro gol, ele ficou "preocupadíssimo", sem esquecer de elogiar o time do Santos, o qual o ex-presidente considerou "um timaço".
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