Torcida do São Paulo vive clima de Libertadores e explode com gols de xodós
A torcida que um dia foi provocada pelos rivais como sendo "de Libertadores" lotou os arredores do Morumbi às 21h30 de uma quinta-feira para ver o São Paulo entrar em campo pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, contra a Universidad Católica-CHI. Nem mesmo o confortável placar de 4 a 2 na ida serviu para afastar os 47 mil são-paulinos que decidiram pegar o trânsito da zona sul paulistana para apoiar a equipe de Rogério Ceni.
A festa começou mais de duas horas antes de a bola rolar. Os arredores do Morumbi foram tomados por torcedores que se apertavam nas grades de proteção colocadas pela Polícia Militar. "E esse ônibus que não chega?" Era um questionamento constante em quem esperava ansioso. O veículo aguardado chegou pouco depois das 20h, fazendo com que os líderes das organizadas liberassem a cantoria e os sinalizadores.
Enquanto o ônibus passava, a torcida começava a ignorar as barreiras de proteção para fazer a festa mais próximo do veículo onde estavam os jogadores. Cantoria, baterias, bandeirões e sinalizadores faziam uma noite de Sul-Americana relembrar os momentos icônicos da Libertadores, torneio querido pela torcida, e que o São Paulo ganhou três vezes.
"A chegada foi fantástica. O pessoal sempre vem escutando uma música, mas eu sempre peço, quando chega perto, para desligar o som porque não tem coisa mais gratificante do que você ver uma festa como essa. Esses caras se dedicam muito para estarem ali, para passarem essa motivação para o atleta, para a gente. A gente fica emocionado quando passa. Traz mais responsabilidade para a gente dentro de campo, mas também mais prazer em se jogar", disse Rogério Ceni, em entrevista depois da partida.
O reencontro querido não parou fora do estádio. Lá dentro, os 47 mil torcedores mantiveram a festa durante os 90 minutos e explodiram quando dois xodós balançaram as redes. Aos 16 minutos do primeiro tempo, Luciano aproveitou cruzamento rasteiro de Patrick e abriu o placar para o São Paulo.
Quase instantaneamente, a torcida explodiu em um grito de gol e de "é, Luciano", cântico comum até quando o atacante não está em campo. Em retribuição, Luciano bateu no peito, mostrou o símbolo e fez gestos em direção às arquibancadas.
O grito final viria no segundo tempo. Aos 35 minutos, Rodriguinho, cria das categorias de base e que fazia seu primeiro jogo como profissional, chutou rasteiro para marcar o quarto gol do São Paulo na partida.
Enquanto o jovem de 18 anos corria para perto da bandeirinha de escanteio e era abraçado pelos companheiros, o Morumbi explodia gritando seu nome. Era um novo "made in Cotia" deixando sua marca em um dia estilo Libertadores.
A vitória levou o São Paulo para as quartas de final da Copa do Sul-Americana e serviu de "até breve" para a torcida. Os próximos dois compromissos serão fora de casa, contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão, e o Palmeiras, pela Copa do Brasil.
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