Topo

Brasil joga Copa América pela primeira vez sem Marta. O que Pia vai fazer?

Técnica da seleção brasileira feminina, Pia Sundhage terá a Copa América pela frente - David Lidstrom/Getty Images
Técnica da seleção brasileira feminina, Pia Sundhage terá a Copa América pela frente Imagem: David Lidstrom/Getty Images

Beatriz Cesarini, Beatriz Sardinha e Karina Merli

Do UOL, em São Paulo

09/07/2022 04h00

Classificação e Jogos

A seleção brasileira entra em campo na noite de hoje (9), às 21h, para o jogo de estreia na Copa América feminina, contra a Argentina. Com elenco renovado, sem a presença de Marta, a equipe comandada por Pia Sundhage vai em busca do octacampeonato e, consequentemente, das vagas diretas na Copa do Mundo de 2023 e Olimpíadas em 2024.

Das 23 jogadoras convocadas para o torneio, 18 nunca participaram da Copa América feminina, entre elas estão Angelina e Duda Sampaio. As novidades fazem parte do processo de renovação iniciado após as Olimpíadas de Tóquio pela técnica Pia, que busca novos nomes e lideranças para dar continuidade ao trabalho das veteranas Marta, Cristiane e Formiga e, assim, chegar forte no Mundial do ano que vem.

A Copa América será disputada entre 8 e 30 de julho, na Colômbia, entre as cidades de Cali, Armênia e Bucaramanga. O duelo entre Brasil e Argentina será no Estádio Centenário de Armênia e terá transmissão do SBT e SporTV.

Ausência de Marta

Marta em cobrança de pênalti no jogo entre Brasil e Holanda - Thais Magalhães/CBF - Thais Magalhães/CBF
Marta em cobrança de pênalti no jogo entre Brasil e Holanda
Imagem: Thais Magalhães/CBF

É a primeira vez que Marta desfalcará a seleção brasileira em um grande torneio desde que chegou à seleção. A jogadora que já foi seis vezes eleita a melhor do mundo sofreu uma lesão no ligamento do joelho esquerdo, passou por cirurgia e está em recuperação.

A atacante de 36 anos já vinha sendo usada por minutos limitados pela técnica Pia Sundhage. A sueca ainda abriu mão de Cristiane e sofreu com a aposentadoria de Formiga. Sem o trio de jogadores que foi a base da seleção vitoriosa dos últimos anos, é preciso buscar novas lideranças. A ideia inicial é fazer um rodízio de braçadeira entre as atletas, mas Tamires e Debinha já pulam na frente como referências pelas companheiras.

O que esperar do trabalho de Pia

A treinadora é a primeira estrangeira no comando da seleção brasileira e teve passagens vitoriosas nas seleções de Estados Unidos e Suécia. Ao chegar ao país, no final de julho de 2019, a sua missão não era apenas extrair o melhor das atletas, mas reestruturar o futebol nacional. Hoje, além disso é preciso atacar pontos fracos específicos do time que está sendo montado.

Além da ausência de Cristiane, Formiga e Marta, Pia precisa encontrar meios para que a equipe não caia tanto de rendimento após o intervalo das partidas e consiga atacar com efetividade.

Nesta temporada, a técnica focou em preparar a equipe diante de seleções europeias. Em sete amistosos, o Brasil venceu apenas a Hungria pelo placar de 3 a 1. Diante de Holanda, Finlândia e Espanha ficou no empate. A equipe de Pia Sundhage perdeu três partidas — duas delas, as últimas antes da Copa América, contra Dinamarca e Suécia.

Qual personagem pode se destacar

Tamires Britto, lateral da seleção brasileira de futebol - Quality Sport Images/Getty Images - Quality Sport Images/Getty Images
Tamires Britto, lateral da seleção brasileira de futebol
Imagem: Quality Sport Images/Getty Images

O Brasil está em renovação, mas tem atletas experientes. É o caso de Tamires, lateral esquerda do Corinthians, que soma 123 jogos pela seleção brasileira e, por vezes, já atuou no meio-campo na equipe de Arthur Elias, treinador do Timão. A zagueira Rafaelle (Arsenal) é outra que pode contribuir com tempo de casa.

Debinha, atacante do North Carolina Courage (EUA), é a artilheira da gestão Pia em quase três anos.

Entre as apostas estão Lorena, goleira do Grêmio, e as atacantes Geyse — recentemente contratada pelo Barcelona — e Kerolin, destaque e campeã da National Women's Soccer League (NWSL).

A volante Angelina, com apenas 22 anos, já teve passagens por Palmeiras e Vasco. Hoje, atua nos Estados Unidos, pelo OL Reign, e chama a atenção pelos bons passes e desarmes.

Os grandes adversários nesta Copa América

O nível da competição sul-americana tem aumentado nos últimos anos. As rivais estão cada vez mais fortalecidas, com destaques individuais e campeonatos nacionais mais consolidados. Na fase de grupos, os jogos que devem dar trabalho para a equipe brasileira serão contra Argentina (9/7) e Venezuela (18/7) — tomando como base o ranqueamento da FIFA e o histórico recente de confrontos.

As argentinas foram as únicas que conseguiram conquistar um título da competição, quando derrotaram o Brasil na final da Copa América, em 2006. A equipe tem como destaques a atacante Sole Jaimes, campeã da Champions League em 2018/19 pelo Lyon (FR). Ela teve boa passagem por Santos e, em 2022, jogará no Flamengo ao final da Copa América.

A outra cabeça de chave da competição é a Colômbia. A seleção da casa ficou na quarta colocação do torneio em 2018, e conquistou o segundo lugar em duas oportunidades (2010 e 2014). A atacante do América de Cali, Catalina Usme, de 32 anos, foi a artilheira da última Copa América.

Ficha técnica

Onde assistir: SBT e SporTV

Jogos do Brasil da primeira fase: Brasil x Argentina (9/7), às 21h; Uruguai x Brasil (12/7), às 18h; Venezuela x Brasil (18/7), às 18h; Brasil x Peru (21/7), às 21h.

Convocadas:

Goleiras: Natascha (Flamengo), Lorena (Grêmio) e Luciana (Ferroviária);

Defensoras: Antonia (Levante), Fernanda Palermo (São Paulo), Kathellen (Inter de Milão), Letícia Santos (Frankfurt), Tainara (Bayern de Munique), Tamires (Corinthians) e Rafaelle (Arsenal);

Meias: Adriana (Corinthians), Angelina (OL Reign), Ary Borges (Palmeiras), Duda Santos (Palmeiras), Gabi Portilho (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage), Luana (Corinthians), Maria Eduarda Francelino (Flamengo) e Maria Eduarda Sampaio (Internacional);

Atacantes: Bia Zaneratto (Palmeiras), Debinha (North Carolina Courage), Geyse (Barcelona) e Gio (Levante).

Final: 30 de julho, às 21h, pelo horário de Brasília