No apagão de gols e luz dos líderes no Brasileiro, melhor para Corinthians
Eram 44 minutos do segundo tempo quando os refletores do Castelão se apagaram. Foi o último raio de esperança de que alguém, além dos goleiros, brilhasse no jogo entre o líder Palmeiras e o lanterna Fortaleza.
As duas pontas da tabela não mudaram nesta 16ª rodada do Brasileirão, muito por causa da falta de iluminação — no sentido literal e figurado — de quem ocupa o topo da tabela. Além do tropeço palmeirense, o Athletico perdeu, o Atlético-MG empatou, e quem se deu bem nisso tudo foi o Corinthians. O time venceu o Flamengo (mesmo adversário das quartas de final da Libertadores) graças a um gol contra bisonho de Rodinei e mais uma atuação relevante de Cássio. Assim, pulou para o segundo lugar.
Mas a rodada foi além de resultados frios.
O ponto mais emocionante do combo de 10 jogos do fim de semana foi a aposentadoria do atacante Fred, no sábado, em um Maracanã mais uma vez pulsante. Passadas as homenagens, o holofote agora foca em um Fluminense em ascensão e que pulou para quarto após vencer a quarta seguida na Série A. Cano, inclusive, chegou a 10 gols e assumiu a artilharia do campeonato, ultrapassando Calleri.
Fred saiu de cena como segundo maior artilheiro da história do Brasileirão, com 158 gols, perdendo apenas para os 190 de Roberto Dinamite. Depois do apito final, teve até uma voltinha de bicicleta no gramado, remetendo ao meio de transporte usado por ele para vir de Minas Gerais ao Rio de Janeiro assinar o último contrato com o Fluminense.
Enquanto as disputas no Brasileirão ainda se adequam aos meios de semana de Copa do Brasil e Libertadores, a sensação é que o calendário adia qualquer indicativo de como se desenhará a linha de chegada dessa corrida. Questões físicas motivam rotações de elenco, em uma tentativa, às vezes frustrada, de evitar lesões.
O Corinthians é um dos que tenta resistir a isso. A vitória sobre o Flamengo deixou o time um ponto atrás do Palmeiras. O rubro-negro experimentou o lado ruim da moeda de ter Rodinei no elenco. A questão é a irregularidade do lateral-direito. O bom jogo, que encantou Vidal no meio de semana, contrasta com uma pixotada depois de um cruzamento que chega a ser inexplicável.
Não que justifique a falha, mas o contexto geral é de jogadores esgotados, mesmo em julho. Antes de a bola rolar em diversos jogos da rodada, mãos na boca na tentativa de chamar atenção para a tramitação da Lei Geral do Esporte. Há artigos que, na visão da classe, retiram direitos trabalhistas dos atletas. A versão do texto aprovada na Câmara semana passada mexe, por exemplo, na cláusula compensatória paga quando há rescisão contratual. Os clubes apoiam. Há discussão por vir no Senado.
A falta de luz
Em campo, o recado que o Palmeiras dá é de desgaste. A sequência é de três jogos sem vencer no Brasileirão. Enquanto nada de braçada na Libertadores, tem um duelo pendente com o São Paulo pela Copa do Brasil, no qual saiu em desvantagem após jogo de ida.
Ontem, diante do Fortaleza, o time de Abel Ferreira chegou a tomar um susto no primeiro tempo, quando o time da casa abriu o placar - mas o gol foi anulado corretamente, porque houve um toque de mão na construção do lance. Ao longo da partida, Weverton foi o ponto fora da curva positivamente, enquanto Rony gerou alerta por sair com lesão muscular na segunda etapa.
O jogo terminou com apagão. Diz muito sobre a campanha do Fortaleza no Brasileirão. Curiosamente, na rodada passada, o time de Vojvoda viveu falta de luz antes de a bola rolar, contra o Coritiba, no Couto Pereira. O Fortaleza perdeu com gol no minuto final. Desta vez, o minuto final foi antes dos 45 regulamentares. Outra nota negativa foi a briga entre torcedores, mesmo com tudo escuro.
Confronto de gigantes
Atual campeão e adversário do Palmeiras nas quartas da Libertadores, o Atlético-MG saiu reclamando da arbitragem após o empate sem gols contra o São Paulo. Na real, um enredo até curioso entre as duas figuras mais fortes - fisicamente - futebol brasileiro: Hulk e o árbitro Andreson Daronco.
O Galo protesta principalmente por causa de uma disputa entre o atacante e o zagueiro Miranda na área são-paulina. Há um choque entre os dois. A interpretação é que não houve pênalti porque Miranda tocou na bola antes do contato (muito) forte com Hulk. A entrevista do camisa 7 do Galo foi densa. Em uma das partes, ele citou uma conversa que teve com Daronco em campo:
"Quando estava acabando o jogo ele falou assim: "cuidado com o que você vai falar lá fora". Eu falei "por que?", e ele respondeu "porque não é o último jogo que eu vou apitar de vocês". Isso é uma ameaça ou não? Eu não sei. Diante dos meus quatro filhos, foi a conversa que eu tive com ele ali.
Hulk, atacante do Atlético-MG
O árbitro não quis comentar a situação. Os dirigentes atleticanos aproveitaram o embalo para pressionar publicamente a comissão de arbitragem da CBF para que não escale mais Daronco em jogos do Atlético.
Em 2022, Daronco apitou três partidas do Galo. Antes da de ontem, as outras foram a Supercopa diante do Flamengo (2 a 2, com título atleticano nos pênaltis) e a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-GO, neste Brasileirão. Na temporada passada, foram seis jogos do Galo apitados por Daronco — diante de Athletico (vitória por 2 a 1), Palmeiras (empate em 2 a 2), Flamengo (derrota por 1 a 0), Fluminense vitória por 2 a 1), América-MG (vitória por 1 a 0) e São Paulo (vitória por 1 a 0).
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