Como 'Dinizismo' engrenou no Fluminense e foi elogiado até por Neymar
"Gosto muito do Diniz como treinador. Uma pena que no Brasil não dão tempo suficiente". Essa frase foi proferida por ninguém menos do que Neymar, logo após a consistente vitória do Fluminense por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, que sacramentou o time carioca nas quartas de final da Copa do Brasil. Treinador que tem como marca registrada a convicção em suas ideias de jogo, Diniz, enfim, parece atingir um grau de aceitação que, até então, ainda não havia alcançado.
Invicto há sete jogos, com seis vitórias consecutivas, vivo na Copa do Brasil e em quinto lugar no Campeonato Brasileiro — está apenas três pontos atrás do líder Palmeiras —, o Fluminense de Diniz é considerado por muitos, atualmente, o time que tem praticado o futebol mais vistoso do país.
Nos jogos do Tricolor no Maracanã, tem se tornado comum o treinador ter seu nome gritado e ser reverenciado quando aparece no telão, uma realidade diferente da que teve em 2019 no clube, quando viveu altos e baixos e ouviu vaias e críticas em muitas partidas.
"Essencialmente não mudei nada [em comparação a 2019]. Tem gente que milita no esporte que tem uma dificuldade de reconhecer o que é bom e o que ganha. Não necessariamente o que ganha é bom. Essencialmente, eu continuo a mesma pessoa. Fui melhorando no que precisava: estudar, respeitar o adversário. Eu sou o cara que mais me cobro", disse o técnico, complementando:
"A gente teve falhas hoje [terça, contra o Cruzeiro], teve com o Ceará... O Fluminense é um time gigante, mas muita gente não sabe diferenciar o time de 2019 para o de hoje. Era um time com meses de salário atrasado. Mas como a gente, tem uma loucura que vai para torcida, volta para a imprensa... Não tem uma diferença grande no trabalho, mas muita coisa melhora. Em 2019, a gente criava, criava e não vinha o gol. Hoje a gente tem um Cano que precisa de poucos minutos. A gente precisa avaliar o contexto."
No retorno ao clube, contratado para a vaga deixada por Abel Braga, o comandante fez elogios ao elenco tricolor e chegou a ressaltar que havia diversos nomes com quem já tinha vontade de trabalhar anteriormente.
Um ponto que é indicado como facilitador do trabalho atual é a ótima relação com o grupo, que abraçou as ideias do treinador. No dia a dia, Diniz busca passar aos jogadores a necessidade de que fazer o simples, com um jogo mais próximo e "companheiro", com todos se movimentando o necessário quando se tem ou não a posse de bola.
Nesta nova passagem pelas Laranjeiras, Diniz, em meio a alguns testes e mudanças, conseguiu "resgatar" alguns jogadores, como o lateral direito Samuel e o zagueiro Manoel, que vivem boa fase e conquistaram espaço no time. Além da admiração que já externou por Ganso, o goleiro Fábio e o atacante Cano foram outros a se tornarem homens de confiança do treinador para o equilíbrio do time.
O momento atual também reflete nos números. Em 18 jogos, são 12 vitórias, três empates e três derrotas, com 38 gols feitos e 14 sofridos — tem aproveitamento de 72,2%. Este é até mesmo um dos melhores inícios de trabalho do técnico.
Em sua despedida dos gramados, no sábado passado (9), o ídolo tricolor Fred fez questão de rasgar elogios ao trabalho de Fernando Diniz que, segundo pessoas de dentro do clube, é "amado pelo elenco". Apontando e olhando para o treinador, o ex-atacante cravou: o Fluminense conquistará algum título nesta temporada.
"Tenho certeza de que esse time vai bater campeão este ano. Eu não falo só pelo que a gente está jogando, eu falo pelo tanto que vocês [jogadores] trabalham, guerreiros. Fernando [Diniz], obrigado por tudo que você está fazendo por nós", disse o agora ex-jogador,
Fernando Diniz possui contrato até o fim desta temporada com o Fluminense. Em dezembro ocorrerá eleição no clube e o atual presidente, Mário Bittencourt, que é um entusiasta do trabalho do treinador, concorrerá à reeleição.
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